quarta-feira, 6 de novembro de 2013

JUSTIÇA PODE MULTAR LINDENBERGH FARIAS E O PASTOR SILAS MALAFAIA POR CAMPANHA ANTECIPADA


SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO - O Ministério Público Eleitoral acusou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) de fazer campanha antecipada ao governo do Rio em culto evangélico com o pastor Silas Malafaia.

A ação foi proposta nesta terça-feira (5). Se condenados, Lindbergh e Malafaia terão que pagar multas que pode ir de R$ 5 mil a R$ 25 mil. O petista nega a acusação e vai apresentar defesa ao Tribunal Regional Eleitoral.
Lindbergh foi filmado ao lado do pastor em sua igreja, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no último dia 13. Diante dos fiéis, Malafaia ofereceu ao petista uma "oração grátis, 0800" e sugeriu que ele pode vencer as eleições de 2014.
"Quem sabe eu tô orando pelo futuro governador do Estado, um cara forte. Não custa nada, né?", afirmou.
Para o procurador Maurício da Rocha Ribeiro, Lindbergh se comportou "como pré-candidato ao governo que nitidamente receberá apoio político" do pastor. A lei eleitoral veda qualquer ato de pré-campanha até 5 de julho do ano da votação.
"Se buscou fixar, de maneira ostensiva e insistente, a figura do representado Lindbergh Farias na mente dos frequentadores da igreja", afirmou Ribeiro.
O senador disse que não fez campanha no culto e criticou o vice-governador Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB.
"Meus advogados estão tranquilos porque não falei nada e não fiz campanha antecipada. Espero que o procurador tenha a mesma atitude com o pré-candidato do PMDB, que está inaugurando obras por aí todos os dias", disse.

NOTAS DO BLOG

Quem te viu quem te vê, Malafaia. Aqui não estamos tratando da crença do pastor Silas Malafaia, mas da sua postura como formador de opinião e homem público. Malafaia sempre foi opositor histórico do PT. Em 2010 pediu votos para José Serra no programa Vitória em Cristo, apresentado por ele. Acusou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de querer "ensinar homossexualismo nas escolas" e já tinha ventilado que Marina Silva teria apoio dos evangélicos. Como explicar essa ajudinha a Lindbergh? 

A política é o lugar dos leigos, dos cidadãos comuns. O Estado não pode ter inclinação religiosa, ele deve atender aos direitos de todos os seus cidadãos. Ver padres ou pastores na política é, no mínimo, contraditório. Seu papel como líderes espirituais já é, por natureza, maior e mais digno que o dos políticos. Suas responsabilidades, quando abraçadas e exercidas, também são maiores. Esses líderes devem formar lideranças, dialogar com os governos, mas jamais tomar partido ou fazer parte deles. Já imaginou um padre ou pastor apoiar um governo que depois se mostrará corrupto, por exemplo? Ou um senador que futuramente seja a favor da legalização de drogas ou do aborto, o que fere a fé dos cristãos? Não digo isso apenas em relação à postura de Malafaia. O pastor Marcos Feliciano está aí para provar o quanto o fundamentalismo religioso é prejudicial à política. Pode ser pior. Como ficariam as comunidades quilombolas, o movimento homossexual e os povos indígenas num governo de fundamentação religiosa? Suas expressões de fé e seu modo de vida já seriam criminalizados antes de entrarem em pauta. A religião liberta o homem, mas se não for pautada pela razão ela pode servir como instrumento para escravizar mentes e tolher direitos inalienáveis de todo ser humano. 

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