segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ânimos acirrados próximo às eleições municipais.

Venturosa é uma cidade extremamente política. Não no bom uso da palavra. A política é uma invenção grega e deriva do termo "pólis", que quer dizer cidade. Em seu sentido mais abrangente política seria uma "organização social em prol do bem comum". Então, sempre que debatemos sobre as necessidades de melhoria em educação, saúde, iluminação pública, saneamento básico, estamos tratando e fazendo "política".

Outros usam a palavra política para descrever o processo eleitoral e as estratégias usadas para promover ou denegrir determinado grupo ou candidato. Uns, mais agressivos, definem os atos amorais cometidos por candidatos e partidários como politicalha.

Defendo a boa política. Gosto do debate de ideias - e não de debater pessoas - , mas, vejo e sinto que muitos não compartilham deste sentimento. Mais uma vez a caixa de comentários deste humilde blog recebe comentários agressivos. Alguns até dizendo que "admiram" este humilde professor blogueiro. Agradeço a admiração e me questiono depois da violência com que ela é dita: "imagina se não admirasse?".

O mais comum entre os seres humanos é a divergência de ideias. Respeito os que pensam de forma diferente, só que me reservo o direito de não concordar com tudo o que vejo, ouço ou leio. 

Fui acusado de ser tendencioso e não aceitar o diferente. Publiquei o artigo do vereador Gera na íntegra. O primeiro a falar na seção "A Venturosa que temos e a Venturosa que nós queremos foi o pré-candidato do PR, o senhor Ernandes da Farmácia. Quando o mesmo me procurou para uma conversa muito positiva disse que admirava a minha sinceridade. Sou amigo pessoal de Iterbo e família e sempre nos tratamos com respeito e carinho. Os correligionários poderiam aprendem um pouco com seus candidatos.

Este não é um blog partidário. É um blog de opiniões pessoais. Muitas vezes reproduzo notícias que julgo importantes e denuncio o que acho errado ou injusto. Conto com colaboradores valiosos e sou grato a eles. 

Não gostar deste blog é direito de quem o lê. Mas há uma grande diferença entre o autor e seus detratores agressivos. Eu assino o que publico. Todos sabem quem eu sou. No dia em que alguém se sentir ferido por minhas palavras poderá me procurar para me questionar ou exigir seu direito de resposta. É assim que pessoas dignas agem. 

Sobre os anônimos não posso dizer o mesmo. Gostaria muito que tivessem a hombridade de assumirem suas palavras e de se identificar. Admiração é fruto do respeito à pessoa.

Partilho da opinião de D. Hélder: Se discordas de mim me enriqueces! 

Agora, se me acusas, se me agrides, deves ter a honra de dar-me o direito da defesa.

É assim que os HOMENS agem.

* O blog sempre manteve espaço para que as partes citadas expressassem suas opiniões. O caso é que nunca o usaram.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Pe. José Maria da Silva nos Braços do Pai! - Texto do padre Fábio Pereira dos Santos



O Pe. José Maria da Silva nasceu no dia 23 de agosto de 1934, no Sítio Belém no município de Alagoinha-PE. Viveu sua infância na Vila de Socorro, trabalhando em uma farmácia e estudando na Escola de Dona Áurea Chalegre Valença. Sentindo a vocação sacerdotal ingressou no seminário na época de Dom Adelmo Machado, estudando em Olinda, João Pessoa e em Roma - Itália. Pe. José Maria viveu em plenitude o espírito do Vaticano II não só no perído mas até o último suspiro. Ajudou a Diocese a entrar nesse "novo jeito de ser Igreja" ao ponto de ser perseguido durante o golpe militar. Foi Vice-Reitor do Seminário, Reitor, professor, musicista, poliglota, Jornalista, poeta, astrólogo, historiador, um Padre dos pobres e das comunidades.
Era um homem simples, de muita fé e dedicação aos pobres. Muitas vezes fui seu coroinha nas Missas lá em Socorro.

   As 8h30 do dia 24 de Abril o Padre José Maria voltou para a casa do Pai. Hoje no dia 25 de abril após a Missa celebrada na Catedral de Santa Águeda em Pesqueira, nós o Clero, com o nosso Bispo Dom José Luiz, e o povo de Deus entregamos de volta essa vida doada que foi o Padre José Maria.
Vá em Paz amigo/irmão e receba a recompensa dos Justos!

Pe. Fábio Pereira dos Santos.

Artigo de Opinião - Romáryo Almeida Cavalcanti

É com grande alegria que publico este artigo de opinião do grande amigo Romáryo Almeida Cavalcanti. Na verdade eu pedi para que ele escrevesse para o blog (acabei  sugerindo o tema) . O jovem Romáryo nos brinda com esta bela peça e eu só tenho duas coisas a dizer: obrigado pela colaboração e boa leitura!

A DECADÊNCIA DA MÚSICA BRASILEIRA


Ao ser convidado a escrever algo para este blog, pelo meu ex-professor e amigo Emerson (por quem mais seria, senão pelo único dono do site?), pensei de cara, não ser capaz, porém em uma segunda reflexão conclui, de fato, não sê-lo. Bom mas mesmo assim estamos aqui. Sobre o que falar? Que tal a decadência da música brasileira? Ele me sugeriu. Comecei a refletir sobre tais palavras, sempre brincamos (todos brincamos) dizendo que a música brasileira encontra-se em um estado de decadência exponencial, mas nunca tinha parado pra refletir sobre o fato, afinal nos lugares onde o meu direito é absoluto escuto apenas o que me agrada, e em lugares “públicos” aprendi a não me incomodar mais com o estilo musical que nos impõem os proprietários de carros aspirantes a trios elétricos.

Mas enfim, a música brasileira encontra-se mesmo em decadência?

Partindo da máxima que a música é uma arte atemporal no sentido de uma música dos anos 50 pode ser ouvida da mesma forma que uma música de hoje, mas atenção, digo ouvida no sentido que ela está disponível para ser tocada a qualquer momento, ou seja, pode ser ouvida da mesma forma que uma música de hoje, mas não escutada da mesma forma, afinal o contexto em que ela foi criada era outro e é aí onde acho que está a sutil linha da decadência, no limiar entre o ouvir e o escutar, nós somos a geração pós fast-food, tudo pra nós tem que ser instantâneo. Lembro-me da época em que ouvir música era uma atividade semelhante a ler um livro, nós parávamos pra colocar o disco na vitrola, ou a fita no toca fitas, ou o CD no CD player (e graças aos deuses eu pude aproveitar cada uma dessas fases), e depois de feito isso nós parávamos e escutávamos todo o disco, como num ritual, não existiam atividades paralelas. Hoje esta atividade está quase morta, todos amamos música mas não nos damos a ela, não a respeitamos, apenas pegamos todos os mp3 que possuímos jogamos no media player, marcamos o aleatório e vamos bater papo, fazer seja o que for ouvindo música, porque amamos música, mas não reparamos que a colocamos em segundo plano, não escutamos mais um álbum completo, do começo ao fim, ora, isto é  o mesmo que começar um livro pelo meio, ir pro fim e só então ler o começo, mas pior ainda, ouvimos as músicas mais não a escutamos, pois como já foi dito ela se tornou uma atividade secundária, e é exatamente aí onde entra a possível decadência musical, é aí onde entram os oportunistas que fazem músicas para serem ouvidas e não para serem escutadas, por isso vemos tantas canções vazias onde a melodia e a letra encontram-se travando uma batalha de superficialidade em que não existe sincronia se quer entre elas, ambas são obras distintas estão juntas em uma música por pura conveniência. Mas por que então se elas não dizem nada, são superficiais fazem tato sucesso? Hora justamente porque elas cumprem o propósito delas, você prefere a canja de galinha caprichada da sua avó ou a coxinha requentada da escola onde você estuda? Mas na pressa vai a coxinha mesmo. É assim que tratamos a música hoje em dia e você agora, lendo este texto pode parar um pouco e refletir sobre o seguinte:





Quando eu acordar, quero enxergar teus olhos
Outra vez, sem pensar, deixar tudo, tudo, tudo pra depois.
Chance de viver sem se arrepender mais.
Tudo o que passou vou deixar pra trás, pois
É só com você que eu quero viver.
Vou fazer valer. Vou fazer valer.
Já te disse que quero viver todos
Os meus sonhos junto com você?
Quando tudo isso acabar,
Ao teu lado eu quero estar.
Quando eu acordar, quero enxergar teus olhos
Outra vez sem pensar, deixar tudo, tudo, tudo pra depois.
Chance de viver sem se arrepender mais.
Tudo o que passou vou deixar pra trás, pois
É só com você que eu quero viver.
Vou fazer valer. Vou fazer valer.
Uô, ô, ô, ô ...
.-------------------------------------
Quando o navio finalmente alcançar a terra

E o mastro da nossa bandeira se enterrar no chão
Eu vou poder pegar em sua mão
Falar de coisas que eu não disse ainda não

Coisas do coração!

Coisas do coração!

Quando a gente se tornar rima perfeita

E assim virarmos de repente uma palavra só
Igual a um nó que nunca se desfaz
Famintos um do outro como canibais

Paixão e nada mais!

Paixão e nada mais!

Somos a resposta exata do que a gente perguntou

Entregues num abraço que sufoca o próprio amor
Cada um de nós é o resultado da união
De duas mãos coladas numa mesma oração!

Coisas do coração!

Coisas do coração!

À esquerda está a música Ao Teu Lado do Restart, à direita está a música Coisas do Coração de Raul Seixas.
Agora eu pergunto:
Se cada uma fosse uma carta, qual você gostaria de ver entrar pela brecha de sua porta?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PREFEITURA DE ARCOVERDE DIVULGA PROGRAMAÇÃO OFICIAL DO SÃO JOÃO 2012

Divulgada a programação de São João mais aguardada do interior de Pernambuco. 


Nesse ano, o São João de Arcoverde terá como subtema: “A lenda da Índia e do Capitão no centenário do Gonzagão”.  Serão 13 dias de festa, de 16 a 28 de junho, com programação diversificada distribuída em 10 polos descentralizados, os quais mantém o resgate do tradicional mesclado às inovações culturais


16 de junho
Geraldo Azevedo
João Silva
Banda Capital do Sol
17 de junho
Mastruz com Leite
Pingo Fogo
Arreios de Ouro
18 de junho
Vicente Nery e Cheiro de Menina
Raniere e Banda
19 de junho
Cavaleiro do Forró
Forró da Pegação
20 de junho
Gabriel Diniz
Forró da Farra
21 de junho
Marciel Melo
Petrúcio Amorim
22 de junho
Zé Ramalho
Vagner Carvalho
23 de junho
Coco Raizes e Cocó Trupé de Arcoverde
Renato Teixeira e Sérgio Reis
Vilões do Forró
24 – de junho
Silvério Pessoa
25 de junho
Garota Safada
Forró da Curtição
Mazinho de Arcoverde
26 de junho
Banda Calypso
Delmiro Barros
Oásis
27 de junho
Elba Ramalho
Banda Magníficos
28 de junho
Aviões do Forró
Geraldinho Lins

Do sempre ótimo Blog de Jamildo: CQC vem ao Recife


vergonha

CQC causa pânico na Câmara Municipal do Recife. Vereadores fogem correndo

POSTADO ÀS 17:15 EM 24 DE ABRIL DE 2012
Pense numa palhaçada.

Os vereadores do Recife, depois de tomarem conhecimento de que uma equipe do CQC estava chegando para cobrir a sessão deste tarde, com o objetivo de reportar o aumento de 62% concedido no final do ano passado, sem alarde, às escondidas, suspenderam os trabalhos sem explicação e literalmente saíram correndo. Com o reajuste, os salários dos 39 parlamentares saltarão de R$ 9.287,57 para R$ 15.031,76. 

Numa cena digna de filme pastelão, o vereador Inácio Neto, socialista desde criancinha, saiu correndo pelo jardim e alcançou a Rua Princesa Isabel. A equipe do humorístico não teve dúvida e correu atrás, sem conseguir alcançá-lo. O vereador joga futebol regularmente, é bom de pique.

Teve vereador que deixou o carro no pátio no estacionamento da câmara, pegou um táxi e depois acionou o motorista pelo celular.

Quem não conseguiu correr, como Verá Lopes, do PPS, pagou mico, dando desculpa esfarrapada para a vergonhosa majoração dos salários.

À frente da equipe do CQC, estava o humorista Ronald Rios. A produção levou marmitas para Câmara do Recife com o objetivo de sugerir que os vereadores aceitassem os presentes em substituição ao aumento nos salários. 

O presidente da Câmara Municipal do Recife, Jurandir Liberal, do PT, suspendeu os trabalhos depois de dar um pitu nos jornalistas do programa, que chegaram na casa por volta das 15 horas. Eles foram levados para a sala de imprensa, enquanto os vereadores presentes encerravam a sessão.

Por meio de sua assessoria, Jurandir Liberal informou, ainda há pouco, que acabou antes os trabalhos porque havia marcado uma audiência, junto com Augusto Carreras, do PV,  com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Ricardo Paes Barreto. Ás 16 horas. Usualmente, o grande expediente vai até depois das 16h30.

Ainda de acordo com a assessoria da Câmara, os humoristas do CQC não foram conduzidos à sala de imprensa para serem despistados. “Todos os jornalistas que cobrem a reunião plenária acompanham as discussões desta sala”.

Gostaria muito que fosse possível ao CQC visitar a cidade de Venturosa. Será que também teríamos uma explosão de fogos em comemoração?


terça-feira, 24 de abril de 2012

Na véspera do feriado, Eduardo joga R$ 600 milhões na economia pernambucana

A partir desta quarta-feira (25), o Governo do Estado inicia o pagamento dos salários dos servidores, referente ao mês de abril. Conforme calendário divulgado pela Secretaria de Administração (SAD), nesse primeiro dia, recebem todos os aposentados e pensionistas. Na quinta-feira (26) estão liberados os pagamentos dos servidores ativos da Secretaria de Educação e na sexta-feira (27) a dos demais servidores da Administração direta e indireta do Governo de Pernambuco.

A SAD destaca que a folha de pagamento de abril é de aproximadamente R$ 590 milhões para cerca de 220 mil contracheques e nela inclui-se a segunda parcela da diferença da correção do piso dos professores retroativo ao mês de fevereiro.

VENTUROSA É BENEFICIADA COM AÇÕES DO PAC 2 E RECEBE RETROESCAVADEIRA



Prefeitos de 46 municípios de Pernambuco receberam na quinta-feira passada (19 de abril) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) máquinas retroescavadeiras a cada um dos municípios selecionados . A entrega será feita pelo secretário de Desenvolvimento Territorial do MDA, Jerônimo Rodrigues, em evento na cidade de Bonito. A região abrangia, no passado, o histórico Quilombo dos Palmares. As doações se dão no âmbito da ação do MDA na segunda etapa do PAC 2. O objetivo é que as prefeituras usem as máquinas para beneficiar os agricultores familiares, por meio da melhoria de estradas vicinais e abertura de cisternas e açudes, por exemplo. 


“Essas máquinas serão parte da solução do problema que enfrentamos hoje da seca. Elas vão ajudar na construção de cisternas em locais onde não conseguimos fazer barragens subterrâneas”, explicou o governador de Pernambuco Eduardo Campos.

O valor de cada retroescavadeira a ser entregue pelo MDA no estado é de R$ 174 mil, equivalendo a um investimento total de cerca de R$ 8 milhões do PAC 2 na compra das retroescavadeiras. As cidades contempladas com os novos equipamentos são: Afrânio, Águas Belas, Amaraji,Belém de São Francisco, Bodocó, Bom Conselho, Bonito, Cabrobó, Calumbi,Capoeiras, Carnaíba, Dormentes, Exu, Floresta, Gameleira, Iati, Ibimirim,Iguaracy, Inajá, Ipubi, Itaíba, Jatobá, Joaquim Nabuco, Lagoa Grande, Manari,Moreilândia, Orocó, Paranatama, Pedra, Petrolândia, Quixaba, Santa Cruz, Santa Filomena, Santa Maria da Boa Vista, Santa Terezinha, São Bento do Una, São José do Belmonte, São José do Egito, Sertânia, Solidão, Tabira, Tamandaré, Trindade,Triunfo, Tupanatinga e Venturosa.

Em Venturosa a retroescavadeira foi exibida com toda pompa e brilho, anunciada por um festival de fogos digno de uma produção hollywoodiana. Só esqueceram de dizer que ela é fruto de iniciativas federais e estaduais, e não fruto do trabalho isolado de um município.

Ah, o Bom humor...


Dilma lança plano contra pior seca dos últimos 40 anos


A presidente Dilma Rousseff anunciou no início da noite desta segunda-feira, em Aracaju, um plano de enfrentamento à seca que se prenuncia como a pior dos últimos 40 anos e envolve um total de transferência de recursos a serem liberados no valor de R$ 2,723 bilhões (sendo que R$ 1,2 bilhão será de recursos novos e o restante já previsto em orçamento) nos próximos seis meses - através de ações emergenciais e estruturantes.
No pacote de ações está a criação do "bolsa estiagem", que dará R$ 400,00 - a serem pagos em cinco prestações de R$ 80,00 -, para as famílias de agricultores familiares que não são assistidos com o programa Garantia Safra. O Bolsa Estiagem terá um total de R$ 200 milhões. Os afetados serão selecionados através do cadastro único utilizado para todos os programas sociais do governo e não exclui a participação de quem já recebe algum outro benefício.
O anúncio foi feito pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, ao final de uma reunião da presidente com os governadores da região do semiárido brasileiro, no Palácio Museu Olímpio Campos - antiga sede do governo sergipano. De acordo com o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, a seca de 2012 deve ter grande intensidade, afetando 90% da região semiárida - os nove estados nordestinos e o Norte de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha).
"A seca será severa e abrangente geograficamente, comparável às estiagens de 1983 e 1998", afirmou ele. A expectativa do governo federal é que mais de 1,1 mil municípios serão afetados, com 12 milhões de pessoas atingidas - seis milhões delas na Bahia. Hoje são mais de 500 municípios com situação de emergência reconhecida pelo governo federal; 654 são abastecidos por carro pipa.
A presidente Dilma não deu entrevista, mas, no final da manhã, ao participar de assinatura de contrato entre Vale e Petrobras para exploração de potássio, ela destacou sua preocupação com a estiagem: "Pretendemos não deixar que a seca devaste tudo o que conquistamos nos últimos anos, de crescimento, de melhoria de vida, de condições de sobrevivência no semiárido nordestino".

Ações

Serão abertos crédito no valor de R$ 84 milhões para abastecimento via carro pipa nos próximos seis meses, para evitar colapso no abastecimento em áreas rurais e urbanas, e também para recuperação e ampliação de poços artesianos. São mais de 4,3 mil poços perfurados, dos quais deverão ser recuperados cerca de 2,4 mil.
Recursos do programa "Água para Todos" serão antecipados e R$ 779 milhões - já previstos no orçamento - serão utilizados para construção de cisternas, implantação de aguadas e pequenos barreiros e perfuração de poços para pequenos agricultores.
Uma outra linha de ação será a ampliação do Garantia Safra, que terá um total R$ 500 milhões a serem liberados para os agricultores, Cada um terá direito a R$ 680,00, divididos em quatro parcelas. O plano também prevê abertura de crédito emergencial para atender agricultores de pequeno porte (até R$ 12 mil), médios e grandes (até R$ 100 mi) e setores da agroindústria ligados à pecuária leiteira e caprinocultura, através de recursos do FNE. Inicialmente num total de R$ 1 bilhão através do Bando do Nordeste (BNB).

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Pernambuco pede apoio contra a seca


Governador participa, em Aracaju, de encontro com ministros e representantes de outros Estados do Nordeste para discutir ações para enfrentar estiagem

Publicado em 22/04/2012, às 19h19

Do JC Online

A seca que atinge várias cidades nordestinas será pauta de uma reunião entre governadores e uma equipe de ministros do governo federal, nesta segunda-feira, em Aracaju, Sergipe. O governador Eduardo Campos confirmou participação no encontro. Pernambuco está na expectativa de viver uma das piores secas da história.
Diagnóstico do governo do Estado aponta que tem chovido de 50% a 75% menos do que a média histórica dos últimos 30 anos no Sertão e Agreste. Já são 29 municípios em estado de emergência por causa da estiagem.Mais de 300 mil pessoas estão diretamente atingidas pela seca.
Na última sexta-feira, a cúpula do Executivo estadual se reuniu para consolidar os dados em um documento que será entregue pelo governador no encontro desta segunda. Antes da viagem, o governador se reúne com a equipe para reavaliar a pauta de discussão e definir valor para novas obras solicitadas pelo Estado.

Histórico das Secas em Pernambuco


Matéria originária do site Pernambuco de A a Z


O estado de Pernambuco tem 70% do seu território localizado no semi-árido nordestino, área também denominada de Polígono das Secas. Como qualquer outra região semi-árida do mundo, o Nordeste brasileiro sempre estará sujeito a secas periódicas. Isto porque uma das características naturais desse tipo de região é ter chuvas irregulares e mal distribuídas geograficamente. 


A primeira seca de que se tem notícia no Nordeste aconteceu entre 1580 e 1583, sendo que o estado mais atingido foi Pernambuco. Naquela ocasião, os engenhos da Província não moeram, as fazendas ficaram sem água e cerca de cinco mil índios desceram o Sertão em busca de comida. 

Até hoje, a seca considerada mais arrasadora foi a ocorrida em 1877, que durou três anos e atingiu todos os estados do Nordeste. Durante essa estiagem, calcula-se que morreram 500 mil pessoas, o equivalente à metade da população do semi-árido. Foi nessa época que o problema das secas no Nordeste passou a ser considerado de âmbito nacional. 

Criou-se uma Comissão Imperial cujos membros, depois de percorrerem a região afetada, sugeriram as seguintes medidas para amenizar a calamidade: construção de três ferrovias e de trinta açudes, instalação de observatórios meteorológicos e abertura de um canal para levar água do Rio São Francisco para o Rio Jaguaribe, no Ceará. Mas, de todas essas medidas, apenas um açude (o Quixadá, no Ceará) foi construído. As obras desse açude ficaram dois anos paralisadas e só foram concluídas em 1906. 

A mais prolongada e abrangente seca nordestina até o momento foi a de 1979: durou cinco anos e atingiu até mesmo regiões nunca afetadas anteriormente, como a Pré-Amazônia Maranhense e grande parte das zonas da Mata e Litoral do Nordeste. Pela primeira vez, a estiagem avançava além do Polígono das Secas. 

Foi atingida uma área total de 1,4 milhão de km2, quase todo o Nordeste. Calcula-se que, durante essa seca, morreram três milhões de nordestinos, principalmente crianças desnutridas. O governo federal criou um "programa de emergência" que consistia na liberação de recursos para pagar um salário aos agricultores que passaram a trabalhar na construção de obras na região. 

Obras que, teoricamente, poderiam amenizar os efeitos da próxima estiagem: pequenos açudes, cacimbas, poços etc. O programa de emergência chegou a ter 1,4 milhão de nordestinos alistados e as obras ou foram abandonadas pela metade ou se mostraram ineficientes, porque não tiveram nenhum planejamento técnico; constituíam apenas uma ocupação para os agricultores flagelados pela seca. 

Agricultores durante alistamento para trabalhar nas frentes de emergência.


Nessa mesma ocasião, o governo federal também anunciou grandes obras para o Nordeste (como, por exemplo, a transposição das águas do Rio São Francisco), mas as obras nem sempre são concretizadas.

Veja, a seguir, a cronologia das secas em Pernambuco e no Nordeste brasileiro: 


1583/1585 - Primeira notícia sobre seca, relatada pelo padre Fernão Cardin, que atravessou o sertão da Bahia para Pernambuco. Relata que houve "uma grande seca e esterilidade na província e cinco mil índios desceram o sertão apertados pela fome socorrendo-se aos brancos". As fazendas de canaviais e mandioca deixaram de produzir. 

1606 - Nova seca atinge o Nordeste. 

1615 - Seca de razoável proporção. 

1652 - Seca atinge o Nordeste. 

1692/1693 - Uma grande seca atinge o sertão sanfranciscano. A peste assola na capitania de Pernambuco. Segundo o historiador Frei Vicente do Salvador, os indígenas, foragidos pelas serras, reúnem-se em numerosos grupos e avançam sobre as fazendas das ribeiras, destruindo tudo. 

1709/1711 - Grande seca atinge o Nordeste, estendendo-se até a Capitania do Maranhão, espalhando fome entre seus habitantes. 

1720/1721 - Seca atinge as províncias do Ceará e do Rio Grande do Norte. Pernambuco não sofreu grandes efeitos. 

1723/1727 - Grande seca, os engenhos ficam em ruínas e, como relata Irineu Pinto, "os fiscais da Câmara pedem a El-Rey que os mande acudir com escravos pois os daqui têm morrido de fome". 

1736/1737 - Outra seca atinge o Nordeste, causando prejuízos à região. 

1744/1745 - Seca provoca morte do gado e fome entre a população nordestina. Alguns historiadores afirmam que crianças que já andavam, de tão desnutridas, voltaram a engatinhar. 

1748/1751 - Grande seca atinge a região. 

1776/1778 - Um das mais graves secas até então. Não apenas pela falta de chuva, mas por coincidir com um surto de varíola iniciado no ano anterior e que se prolongaria até 1778, provocando grande mortandade. Quase todo o gado bovino ficou perdido na caatinga. A Corte Portuguesa determina que os flagelados fossem reunidos em povoações de mais de 500 fogos, nas margens dos rios, repartindo-se entre elas as terras adjacentes. 

1782 - É realizado um censo para determinar a população das áreas sujeitas a estiagens e o resultado aponta 137.688 habitantes. 

1790/1793 - Uma seca transforma homens, mulheres e meninos em pedintes. É criada a Pia Sociedade Agrícola, primeira organização de caráter administrativo, cujo objetivo foi dar assistências aos flagelados. 

1808/1809 - Seca parcial atingindo Pernambuco, na região do São Francisco. Notícias dão conta de aproximadamente 500 mortos, por falta de comida. 

1824/1825 - Aliada à varíola, grande seca faz muitas vítimas na região. Os campos ficam esterilizados e a fome chega até os engenhos de cana-de-açúcar. 

1831 - A Regência Trina autoriza a abertura de "fontes artesianas profundas, como forma de resolver o problema da falta d'água". 

1833/1835 - Grande seca atinge apenas Pernambuco. 

1844/1846 - Seca de grandes proporções provoca o marte do gado e espalha fome entre os nordestinos. Um saco de farinha de mandioca era trocado por ouro ou prata. 

1877/1879 - Uma das mais graves secas que atingiram todo o Nordeste. O Ceará, por exemplo, tinha ,à época, uma população de 800 mil habitantes. Destes, 120 mil (ou 15%) emigraram para a Amazônia e outras 68 mil pessoas foram para outros estados. 

1888/1889 - Grande seca atinge Pernambuco e Paraíba, deixando destruição de lavouras e vilas abandonadas. 

1898/1900 - Outra grande seca atinge somente o estado de Pernambuco. 

1903/1904 - Flagelados por nova seca, milhares de nordestinos abandonam a região, Passa a constar da Lei de Orçamento da República uma parcela destinada às obras contra as secas. Criam-se três comissões para analisar o problema das secas nordestinas; 

1908/1909 - Seca atinge principalmente o sertão de Pernambuco. Em 1909 é criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS). 

1910 - São instaladas124 estações pluviométricas no semi-árido nordestino. Até então, tinham-se construídos 2.311 açudes particulares na Paraíba e 1.086 no Rio Grande do Norte. 

1914/1915 - Seca de grande intensidade em toda região semi-árida nordestina. 

Retirantes cearenses abandonam seu Estado depois que a seca de 1915 atingiu todo o Nordeste brasileiro.


1919/1921 - Em conseqüências dos efeitos dessa seca (que teve grandes proporções, sobretudo no sertão pernambucano), cresce o êxodo rural no Nordeste. A imprensa, a opinião pública e o Congresso Nacional exigem atuação do governo. É criada, em 1920, a Caixa Especial de Obras de Irrigação de Terras Cultiváveis do Nordeste Brasileiro, mantida com 2% da receita tributária anual da União, além de outros recursos. Mas, praticamente nada é feito para amenizar o drama das secas. 

1932 - Grande seca no Nordeste. 

1945 - Mais uma seca atinge o Nordeste. É criado o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) que passa a desempenhar as tarefas antes atribuídas à Inspetorial Federal de Obras Contra as Secas, criada em 1919. 

1951/1953 - Grande seca atinge todo o Nordeste. 

1953 - Outra grande seca no Nordeste. O DNOCS propõe um trabalho de educação entre os agricultores, com objetivo de criar núcleos de irrigação. 

1956 - Criação do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN), encarregado de elaborar uma política de desenvolvimento para a região. 

1959 - Criação da Sudene. 

1966 - Seca atinge parcialmente o Nordeste. 

População pernambucana abastecida pelo carro-pipa.


1970 - Grande seca atinge todo o Nordeste, deixando como única alternativa para 1,8 milhão de nordestinos o engajamento nas chamadas "frentes de emergência", mantidas pelo governo federal. 

1979/1984 - A mais prolongada e abrangente seca da história do Nordeste. Atingiu toda a região, deixando um rastro de miséria e fome em todos os Estados. No período não se colheu lavoura nenhuma numa área de quase 1,5 milhão de km2. Só no Ceará foi registrada mais de uma centena de saques, quando legiões de trabalhadores famintos invadiram cidades e arrancaram alimentos à força em feiras-livres ou armazéns. 

Segundo dados da Sudene, entre 1979/1984 morreram na região 3,5 milhões de pessoas, a maioria crianças, por fome e enfermidades derivadas da desnutrição. pesquisa da Unesco apontou que 62% das crianças nordestinas , de zero a cinco anos, na zona rural, viviam em estado de desnutrição aguda. As frentes de emergência empregaram 26,6 milhões de trabalhadores rurais e os gastos do governo federal com a seca, entre 1979/1982, somaram 4 (quatro) trilhões de cruzeiros, o equivalente à época a 50% dos dispêndios totais do Ministério do Interior. 

Seca na mídia nacional brasileira.


1993 - Grande seca atinge todos os Estados do Nordeste e mais parte da região norte de Minas Gerais. Só no Nordeste, de acordo com dados da então Sudene (hoje, Adene), um total de 1.857.655 trabalhadores rurais que perderam suas lavouras foram alistados nas chamadas "frentes de emergência". Pernambuco foi o Estado que teve o segundo maior número de agricultores alistados nessas frentes, com 334.765 pessoas, perdendo apenas para a Bahia (369 mil trabalhadores alistados). 

As perdas de safras foram totais, em todos os Estados Nordestinos. Na época, a imprensa recifense publicou reportagem segundo a qual dezenas de obras de combate às secas, iniciadas e abandonadas pelo governo federal antes da conclusão, já haviam provocado, entre 1978/1993, prejuízos de CR$ 6,7 trilhões. O escândalo das obras inacabadas deu origem até mesmo a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, no Congresso Nacional, para apurar responsabilidades. 

1998 - No final do mês de abril, vêm à tona, mais uma vez, os efeitos de uma nova seca no Nordeste: população faminta promovendo saques a depósitos de alimentos e feiras livres, animais morrendo e lavoura perdida. Exceto o Maranhão, todos os outros Estados do Nordeste são atingidos, num total de cerca de cinco milhões de pessoas afetadas. Esta seca estava prevista há mais de um ano, em decorrência do fenômeno El Niño, mas, como das vezes anteriores, nada foi feito para amenizar os efeitos da catástrofe. 

Sem pasto, o gado magro é retirado das regiões atingidas pelas secas.


Somente depois que a imprensa e a televisão mostraram famílias inteiras passando fome e rezando pedindo chuva é que o governo federal anunciou um programa de emergência, através do qual passou a distribuir cestas básicas de alimentos (10 kg por família) aos flagelados. Tudo aconteceu no momento em que os representantes do governo se orgulhavam pelo fato de o Brasil assumir posição destacada na "moderna era da economia globalizada". O programa de assistência às populações atingidas causou bate-boca, porque 1998 era um ano eleitoral, inclusive com eleições para a presidência da República, e a distribuição dos alimentos estaria obedecendo critérios eleitoreiros. 

Representantes da Igreja Católica chegaram, inclusive, a denunciar que os governos (federal, estaduais e municipais) não tinham nenhum interesse em resolver o problema das secas no Nordeste "porque, com a fome, a compra de votos fica mais fácil". 
Além dos problemas na zona rural e no interior do estado, a falta de chuva fez com que Pernambuco vivesse, entre 1998/1999, o pior racionamento de água de toda a sua história, do sertão ao litoral: a região metropolitana, inclusive o Recife, passou a receber água encanada apenas uma vez por semana; a maior cidade do agreste, Caruaru, só tinha água nas torneiras uma vez por mês e dezenas de municípios sertanejos ficaram meses totalmente dependentes de carros-pipa. 

2001 - Praticamente um prolongamento da seca iniciada em 1998 (que se estendeu por 1999 e apenas deu uma trégua em 2000), a seca de 2001 teve uma particularidade a mais, em relação às anteriores: ocorreu no momento em que não só o Nordeste, mas todo o Brasil vivia uma crise de energia elétrica sem precedentes em todo a história do País, provocada por falta de investimentos no setor e pela escassez de chuvas. Daí, o nordestino desabafar: "Agora é sem água e sem luz!" 

Em Pernambuco, no início do inverno ocorreram algumas chuvas e, animados, os agricultores se puseram a plantar. Mas, logo as chuvas escassearam e, em abril, já se registrava uma "seca verde" em todo o sertão do Estado. A situação foi-se agravando e, em junho, as populações do interior pernambucano já viviam o velho e conhecido drama de dependerem da ajuda do governo.


Os açudes viram terra rachada.