O silêncio não foi constante. As vezes foi quebrado pelo som de conversas quase sussurradas, passos e o som de choros que tentavam em vão ser reprimidos. O cortejo caminhou lentamente, como que cada passo insistisse em lembrar a cada um que ali todos se despediam de um grande homem.
No rosto dos seus familiares estava a dor do adeus, não, não de um adeus, tendo em vista que a morte não é um fim, é um inicio. Não sei traduzir com palavras a gama de sentimentos que tantos viviam. Choravam pelo pai, avô, padrinho, amigo, pela grande pessoa humana que foi Valdecy.
Tenho o prazer de conhecer seus filhos e esposa. A honra de chamá-los de amigos. Jesus disse que pelo fruto conhecemos a árvore. Só pelos frutos todos podemos ver a grande alma, bondade e honradez que eram típicas de seu Valdecy.
Assim como não consegui com Dorinha não consigo agora. Não consigo captar a grandeza desse homem nas linhas que escrevo. Ontem disse que Venturosa perdia mais um de seus pilares. Estava errado. Ficará na memória da cidade o empenho, a simplicidade e o amor com que Valdecy tratou as pessoas. Que seu exemplo atravesse gerações.
Escrever é um ofício difícil. Faltam as palavras para concluir. Resta-me dizer apenas o óbvio: Que Deus o receba este filho amado e permita que ele continue a rezar por todos nós.
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