Na última eleição presidencial o conhecido e polêmico pastor Silas Malafaia pediu votos abertamente para José Serra (PSDB). A campanha ganhou um viés religioso de qual partido era favorável ao aborto, qual não era, e um "disse me disse" que não permitiu ao povo conhecer e discutir o projeto de país que lhe era apresentado pelas principais legendas, ilustrando que na política se usa de tudo em busca de votos. Agora, quatro anos depois o quadro pode se repetir com algumas diferenças. O pastor teceu elogios à Marina e já disse que ele pode levar o voto evangélico para Eduardo Campos.
Marina Silva, além do seu histórico pessoal favorável, sua imagem de ambientalista e do discurso (não confunda com a prática) de uma nova política, é evangélica e deve atrair os votos de boa parte dos fiéis. O pastor Silas disse que Eduardo Campos "deu uma tacada de mestre" ao trazê-la para o PSB.
Caso Eduardo seja o cabeça da chapa irá herdar boa parte dos votos naturais de Marina, além de atrair a simpatia de milhões de evangélicos. Resta saber se o pastor terá o mesmo comportamento de 2010 e irá gravar inserções para os dois e se pronunciar em seu programa televisivo para pedir votos.
Aqui não há nenhuma crítica a esse comportamento. Nada mais justo que grupos e seguimentos procurem candidatos que reflitam aquilo que eles desejam para eles e na condução do país. Agora corre-se o risco, mais uma vez, de sairmos de importantes debates sobre reforma agrária, política econômica, verbas para saúde, educação, segurança pública, transportes, geração de renda e emprego, etc, para discutir o sexo dos anjos.
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