quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Na Alepe Bancada Evangélica não separa direitos do cidadão de dogmas religiosos e vota contra regularização fundiária por discordar de casais homoafetivos

Roberto Soares/Assembleia Legisltiva
Roberto Soares/Assembleia Legisltiva
A bancada evangélica da Assembleia de Pernambuco deu, na tarde desta quarta-feira, uma demonstração de que legisla colocando dogmas ditos religiosos acima de direitos individuais do cidadão.
Cleiton Collins (PP), Adalto Santos (PSB), Odacy Amorim (PT) e Pastor Ossésio (PRB) rejeitaram e bateram forte no Projeto de Lei Ordinária n° 1.757/2013, de autoria do Poder Executivo.
O texto institui a Política Estadual de Regularização Fundiária de Interesse Social a ser adotada em Pernambuco.

Em resumo, pretende assegurar direitos a cerca de 100 mil famílias de baixa renda envolvidas em ocupações e assentamentos em todo o estado.
Acontece que no parágrafo 3, o projeto define como entidade familiar aquela constituída pelo cônjuge ou companheiro, homoafetivo ou não, e sua prole, bem como pela familia unipessoal, monoparental e anaparental.

Bastou para que os preceitos conservadores perpetuados em algumas denonimações evangélicas suplantassem o entendinento que se tem de direitos humanos.
As declarações que vieram a seguir revelaram uma conduta que choca com o instituto do Estado laico vigente no país.
Expuseram também falta de humanidade e segregação, sentimentos que contradizem a vivência de amor ao próximo, solidariedade e perdão que, se supõe, são ensinados nas igrejas.

Adalto Santos disse que não ia correr o risco de expor a bancada evangélica e acrescentou “essa classe (os casais homoafetivos) que não forma família”, está sendo beneficiada e deve ser tratada como as demais. “Quem forma família é homem e mulher”.
Já Cleiton Collins afirmou que a bancada não teve como suprimir (retirar o parágrafo por meio de emenda) porque o projeto tramitou em regime de urgência.
Mas adiantou que ele e os parceiros de fé iriam apresentar emenda para a segunda votação”, disse.
O deputado pepista e já está, inclusive, recolhendo assinaturas para apresentar o requerimento que exclua o termo homoafetivo.
Líder do governo na Assembleia, o deputado Valdemar Borges (PSB) destacou a importância da Casa em votar o projeto e lamentou que a aprovação não tenha acontecido de forma unânime.
Ele afirmou que respeita, mas discorda da decisão da bancada evangélica. Salientou ainda que a discussão era outra e não que foi colocada em pauta por Ossésio, Odacy, Collins e Adauto.

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