domingo, 23 de junho de 2013

Reflexão de Domingo - A batalha diária



“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. (Lc 9,23)

Nesse Domingo somos convidados a refletir sobre renúncia, decisão e atitude.

No Evangelho meditado e vivenciado hoje, nos deparamos com uma das grandes interrogações feitas por Jesus a seus discípulos.

“Quem diz o povo que eu sou?” (Lc 9,18) Indagou Jesus, ao que obteve como resposta: "És Elias" ou "um dos antigos profetas que ressuscitou".

Essa era a opinião popular sobre a figura de Jesus. Até ali ele havia ensinado, curado doentes, expulsado demônios e dado exemplos concretos sobre o sonho de Deus para a humanidade, o Reino dos Céus que devia ser fazer presente no agora, na vida cotidiana dos que aceitavam sua mensagem da paz, justiça e liberdade.

A segunda pergunta foi mais profunda e pessoal:

“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9,20).

Segundo o Evangelista, Pedro teria se adiantado e dito: "És o Cristo de Deus"! O Cristo, ou Messias, o Ungido, aquele que foi enviado por Deus para libertar o povo de Israel. Na leitura de Mateus a resposta de Pedro é a base para o seu primado entre os apóstolos e a fundação das bases da Igreja de Cristo. Aqui em uma interpretação do cristianismo católico. Mas em Lucas vemos a repreensão para que isto não fosse revelado a ninguém, pois ainda não era chegada a hora.

Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e o Libertador de Israel. É ele quem liberta o homem das inúmeras prisões a que se submete e é submetido, mas há uma pedagogia a ser seguida pelos que buscam vivenciar o Reino de Deus.

O próprio Jesus teria de passar por grande sofrimento antes de levar sua missão salvífica à plenitude.

E depois de anunciá-lo aos apóstolos, revelou a condição básica para participar do Reino:

Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”. (Lc 19, 23-24)

Seguir a Cristo é mais que ouvir sua palavra, é deixar que ela germine em nosso interior e frutifique. É ser um homem/ mulher novo(a), com uma postura igualmente nova diante do mundo em que vivemos. É renunciar ao egoísmo, as paixões desordenadas, as vãs ambições, ao orgulho, a vaidade e tantos outros sentimentos que geram em nós comportamentos nocivos a nós mesmos e as pessoas que nos cercam.

É renunciar a sonhos mesquinhos que mascaramos como condições para a nossa felicidade mas que na verdade só nos isolam e nos entristecem porque foram gerados fora do amor que nos é dado por Deus.

É dizer não ao egocentrismo que nos faz rancorosos e vingativos. "Se alguém te bate numa face, oferece a outra. Se quer te obrigar a andar mil metros, caminha dois. Ame quem te odeia, ore por quem te persegue e dessa forma saberão que sois meus discípulos".

Esse é o radicalismo dos filhos e filhas de Deus. Isso transpassa o sentimento de revolta e violência e dá objetividade aos nossos atos. Agimos por amor, por renunciar ambições pessoais e pensar no bem estar de todos, porque amamos o coletivo da raça humana como Cristo nos amou. 

E isso as vezes nos causará imensas dores. Por isso é preciso abraçar a nossa cruz diária. Os outros podem ser cruzes para nós, eles não têm o mesmo sentimento, não compartilham dos mesmos objetivos, mas na discordância e as vezes até na rejeição de nossas ideias e atitudes, eles nos forçam a repensar sobre quem somos e como agimos, em suma, mesmo sem desejarem, nos ensinam a crescer e sermos mais fraternos e humanos.

Quem quiser evitar os sofrimentos e as dores vai evitar o confronto, algumas lágrimas e até muitos sofrimentos, mas não vai aprender a amar, a perdoar, a ver o Cristo ressuscitado no outro, pois terá se isolado em uma ilha. Nunca vai saber a alegria de colher uma rosa quem tiver medo de se machucar em seus espinhos.

Quem for capaz de renunciar, de decidir abraçar sua cruz (ou suas cruzes) e tomar a firme decisão de aceitar e colaborar com o Reino de Deus, esse conquistará para si um tesouro que nunca lhe será tirado: a vida eterna.

Fomos criados pelo amor e para o amor, e só quando vivenciamos isso nos sentimos plenamente felizes.

Amar é uma decisão e amar o outro é um decisão difícil, pois exige renúncias diárias, exige compaixão e compreensão. E só seremos capazes disso se aprendermos dAquele que é para nós sinal e caminho de salvação.

Um bom domingo a todos e todas e que Deus nos ilumine.




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