sábado, 29 de junho de 2013

Coluna de Sábado - Parafraseando Eduardo Campos: a hora é de reavaliar os planos e as atitudes.


Sempre me referi aqui no blog à grande capacidade com que o governador de Pernambuco planeja seus passos políticos. Eduardo Campos é um enxadrista político, erra pouco e induz adversários a grandes erros.

Foi assim que chegou ao poder e é assim que se mantém como um colosso no estado, quase que erradicando a oposição e dando um baile no PT nas eleições para prefeitura do Recife.

O seu partido, o PSB, foi um dos que mais cresceu em 2012 e tudo isso torna válido seu desejo de concorrer ao Planalto.

De certo muitos perguntam: É chegada a hora? 

Lembro de uma reunião ocorrida em Venturosa na qual estava presente o deputado Marcantônio Dourado. Na ocasião era discutido o rumo da oposição na cidade e a atitude de lideranças que não são fiéis a partidos ou grupos.

Minha curiosidade transcendia a esfera local e não pude deixar de fazer a pergunta inoportuna:

_ Eduardo sai candidato?

Guardo a resposta no meu coração que o lugar mais seguro para ela. Nem aos anjos a repito.

Mas o fato é de que o cenário político está mudando.

Segundo pesquisa do Datafolha a onde de protestos abateu a popularidade da presidente Dilma. Ela caiu 25% na avaliação popular. Dilma perdeu 20 pontos ou mais em todas as faixas de idade, escolaridade e renda.

A última vez que um presidente caiu tanto foi quando Collor confiscou o dinheiro aplicado nas popupanças.

Posso dizer que o cenário está propício para o surgimento de um Obama brasileiro. Resta a pergunta: Nós temos esse Obama?

Embora Eduardo seja carismático e tenha implantado melhorias em seu governo o interior se mantém calado mas não o apóia para o voo presidencial.

Aécio Neves tem apoio midiático, mas a truculência do PSDB com os professores de Minas será explorada numa campanha.

Marina Silva emitiu opiniões fundamentalistas e perdeu muito do seu prestígio entre as minorias.

Na tentativa de contra-atacar (e colocar a fumaça em direção ao Legislativo) Dilma propõe plebiscito para agilizar a reforma política. A pesquisa Datafolha aponta que a proposta tem apoio de 68% da população.

Mas já se comenta que a queda de Dilma nas pesquisas traz à tona o sentimento de "volta Lula".

A PEC 37 foi derrubada.

A voz das ruas amedrontou o Senado.

Uma parte da população se manifesta a favor de Joaquim Barbosa como presidente. É o emocional falando mais alto que o racional.

Eduardo tem um cenário propício para decolar mas lhe falta palanque a nível nacional. Hoje ele teria menos que três minutos de televisão. Eduardo não quer ser o novo Éneas.

Aécio Neves aposta na associação de sua imagem a inovação e em atribuir a estabilização da inflação ao Plano Real de FHC. A mídia o ajuda a amedrontar a população esquecendo-se (propositalmente) que Dilma desonerou impostos sobre produtos da cesta básica e que a região Nordeste passa pela pior seca dos últimos 50 anos e que isso reflete diretamente sobre o preço dos alimentos.

O PT corrompido como todos os outros partidos esqueceu da proposta popular. Teve muitos pontos positivos, mas perdeu o encanto que exercia.

Mesmo que o seu projeto presidencial não vingue em 2014, Eduardo Campos acertou em cheio quando disse que os governantes deviam fazer uma auto-crítica e que era necessário rever as posturas.

Uma parte do povo acordou. Outra nunca dormiu.

Nenhuma delas está satisfeita com suas excelências.


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