terça-feira, 17 de setembro de 2013

FELICIANO MANDA PRENDER JOVENS APÓS BEIJO LÉSBICO EM CULTO PRESIDIDO POR ELE. ATÉ ONDE VAI O DIREITO DE PROTESTAR?


Começo o post com a reprodução de um artigo publicado pelo Estadão:

"Feliciano manda prender garotas que se beijaram em culto evangélico

'Essas duas precisam sair daqui algemadas', disse o deputado; as jovens relataram terem sido agredidas pela Guarda Municipal


O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) mandou prender duas estudantes anteontem após elas terem se beijado durante culto evangélico ministrado pelo parlamentar na avenida da praia de São Sebastião, no litoral paulista. "Essas duas precisam sair daqui algemadas", disse Feliciano, sob aplausos dos evangélicos, que assistiram à cena por meio de dois telões instalados no local."

O pastor e deputado Marcos Feliciano tornou-se figura midiática ao ser nomeado para presidir a Comissão de Direitos Humanos. Dono de opiniões polêmicas que se enamoram com o racismo e a homofobia tem sido alvo de vários protestos desde então. As jovens Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura de 20, se beijaram durante um culto evangélico para protestar contra o pastor e foram detidas pela guarda municipal.

Não sou contra o direito de protesto, mas até onde sei o direito individual não deve ir de encontro ao direito coletivo. As formas e os locais de culto são respeitados e protegidos por lei. As jovens têm o direito de protestar contra a presidência de Feliciano na comissão? Sim. Podem, para isso, desrespeitar os evangélicos que estavam reunidos em culto ferindo sua crença? Não.

Não sejamos hipócritas. Quando fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus invadiam terreiros e quebravam imagens estavam claramente cometendo crimes passíveis de prisão. Quando um pastor chutou uma imagem católica foi perseguido pela mídia por desrespeitar um ícone da fé desta instituição, da mesma forma a Igreja Católica errou feio quando apoiou ditaduras e perseguiu livres pensadores. Os extremismos raramente trazem bons frutos e as jovens erraram e muito ao invadir um local de culto para "protestar".

Vamos lembrar que na visita do papa Francisco manifestantes quebraram imagens e promoveram beijo coletivo diante dos fiéis católicos. Ninguém foi preso, mas não deixaram uma boa imagem para a causa que defendem.

O direito de protesto está sendo confundido com desrespeito e vandalismo. Como Feliciano virou figurinha carimbada, vai ser novamente tachado de racista, homofóbico, nazista e tantas outras coisas e por conta de suas opiniões toscas e preconceituosas,  poucos vão questionar a validade do ato de Joana e Yunka. Sou partidário do princípio de respeitar para ser respeitado, e isso em todos os sentidos. 

Que as jovens levem seus protestos livres e válidos aonde lhes é de direito. Às ruas, as urnas e aos setores responsáveis, pois os locais de culto e a fé do nosso povo também merecem (e precisam de) proteção.

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