segunda-feira, 10 de março de 2014

REPORTAGEM DO FANTÁSTICO DENUNCIA PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE ESCOLAS EM PERNAMBUCO, ALAGOAS E NO MARANHÃO


 Um retrato do abandono do ensino público no Brasil. São escolas sem água potável, sem banheiro e até sem sala de aula.
Durante dois meses, os repórteres Eduardo Faustini e Luiz Cláudio Azevedo percorreram escolas públicas dos estados que tiveram as médias mais baixas no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa).
“O percurso deles é em torno de 20, 30 quilômetros. Muitos acordam duas, três horas da manhã, para pegar um caminhão, para que esse caminhão leve até a rodovia, para da rodovia vir de um transporte fornecido pela prefeitura do município: o ônibus escolar”, conta um morador de Joaquim Gomes, em Alagoas.  (De portal G1)

O que a mídia não fala, porque não tem interesse, é que no estado de Pernambuco todas as escolas de Ensino Fundamental estão sendo entregues às prefeituras sem o mínimo respeito a professores, pais e alunos, sem a menor preocupação de que os prefeitos - a maioria de olho nas verbas do Fundeb - sejam capazes de ofertar atendimento de qualidade e estrutura. Educação não se faz apenas dentro de um prédio com um professor e alguns alunos dentro.

A desculpa da maioria dos prefeitos é que recebem os cofres públicos falidos, as escolas deterioradas, mas se observamos com atenção fazem parte do grupo político que governa suas cidades há décadas. Onde ele estava quando os cofres foram quebrados? Atuando como secretário, cabo eleitoral, vereador, assessor ou algo do tipo. É co-responsável.

Pernambuco é o estado que pior paga ao professor. Aqui se investe em algumas escolas tidas como "referência" e que podem servir de vitrine para programas políticos e se abandona as demais. Alunos significam mais verba e não há grande preocupação com o restante. Os garis do Rio de Janeiro conseguiram por meio de greve o justo reajuste dos seus salários. Com o adicional por insalubridade ganharão mais que um professor com Nível Superior que trabalhe 30 horas semanais na rede estadual de Pernambuco! Não digo que é errado pagar dignamente aos garis, digo que é pecaminoso pagar tão mal a um professor!

As autarquias e faculdades de formação de professor amargam o pior momento de sua história. Turmas com 60 vagas ofertadas preenchem apenas 40 ou menos. Os jovens não querem ingressar em uma profissão tão desacreditada. O Brasil perde professores de alto nível todos os anos e enfrentará uma crise ainda pior que a que vive hoje.

E antes que se caia no bordão de colocar toda a culpa no governo federal, lembremos que a educação de base e fundamental está sob responsabilidade dos MUNICÍPIOS e o Ensino Médio das redes estaduais. E, claro, quem elegeu as digníssimas excelências que tratam educação como lixo fomos nós, um imenso grupo que ainda não entende bem de democracia, onde a maior parte de seus membros percebe o voto como mercadoria.

Emerson Luiz

Clique aí e veja o vídeo e continuação da matéria: Fantástico mostra situação precária de escolas públicas em Alagoas, em Pernambuco e no Maranhão

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