sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vaias contra Dilma partiram da área Vip - Entre o preconceito da "elite" e a submissão de uma pretensa classe média

Pouco antes da abertura da Copa do Mundo do Brasil as redes sociais foram invadidas por postagens de "protestos conscientes", sim, isso mesmo. A galera que antes compartilhou informações muitas vezes inverídicas e carregadas de ódio contra o governo e a realização da Copa estava se manifestando, ou melhor, se justificando. Iriam se render a paixão nacional, mas de forma "diferente".

Aplaudiram a abertura morna da Copa elaborada por uma belga, vibraram com o playback da JLo e da Claudia Leite, mas quando a presidente Dilma apareceu nos telões foi hostilizada com palavrões. "Ei, Dilma, vai tomar no **" foi entoado em alguns setores do estádio. Mas, de onde partiram as vaias?

Dá chamada área VIP. Sim, do local onde os mais endinheirados pagam fortunas para se sentirem mais especiais e ostentarem exclusividade, afinal, de que vale para eles serem ricos se não puderem sentir que outros os admiram ou invejam seu estilo de vida?

E foi essa porção da população, a que sempre teve acesso as melhores escolas, sempre desfrutaram de privilégios e que dizem fazer parte do grupo esclarecido que entoou as ofensas dirigidas à presidente. Mostraram, mais uma vez, todo o seu ódio e preconceito, bem como a total falta de respeito à autoridade constituída, quem estava no estádio não era uma política, era a representante máxima da nação, a presidente da República Federativa do Brasil.

Foi a galera do "protesto consciente", a que tem classe para "protestar na urna" e vai a Miami duas vezes por ano, composta por playboys, artistas e sub celebridades que começaram o "ei, Dilma, vai tomar no **".

E como não podia ser diferente, vários membros da pretensa classe média acompanharam a galerinha da área VIP. É o desejo que a classe média tem de ser elite, mas como dizia o capitão Nascimento: "Nunca serão, jamais serão". A classe média brasileira é preconceituosa e desinformada, reproduz conceitos que não entende e traz em si o pior dos "new rich". Se posicionam contra as mudanças que permitiram sua ascensão, exigem exclusividade e defendem espaços separados, afirmam serem neoliberais sem nem ao menos compreender o que seja o neoliberalismo, mas de uma coisa com certeza estão certos: sabem como envergonhar um país e são perfeitos como massa de manobra!

A elite não os quer por perto e eles não se aceitam como parte do povo. Ganham bem, possuem carro e apartamento, frequentaram faculdade e sonham poder gastar em dólar. Não querem um país melhor para todos, querem apenas ascender em riqueza e por isso são contra quaisquer políticas públicas que transfiram renda, estimulem o acesso ao Ensino Superior e ao mercado de trabalho e permitam que pobres possam frequentar shoppings, viajar de avião ou, quem sabe, assistir a um jogo da Copa num estádio "padrão Fifa".

Ofender a Dilma é mais que um ato político, é a síntese do preconceito e da desinformação, é o atestado do complexo de vira-lata e um retrato de nossa pequena burguesia, burra e servil.

A quem serviram as vaias? Aos grupos que desejam lotear o Brasil e enriquecer ainda mais com isso. Aos políticos que não construíram sequer uma faculdade em nosso país, que criticam programas como o mais médicos e que não se preocupam em adotar medidas que provoquem desemprego desde que assegurem o lucro de alguns bancos e empresas privadas.

Nas vaias à Dilma e nas ofensas dirigidas a ela estava também o que desejam para o resto do país, os que hoje têm mais oportunidades por conta das políticas sociais desse governo.

É como se dissessem: "Ei, povo, vai tomar no **"

E é esse povo que realmente vai responder como se deve.

Na urna.

Emerson Luiz


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