Sobre pesquisas não oficiais em Venturosa e a atuação dos anônimos em redes sociais.

As redes sociais, ah, as famosas redes sociais. Antes uma pessoa para se expressar tinha de ter certeza do que dizia, pois teria de responder em juízo o peso de cada uma das suas palavras.

Hoje qualquer um pode dizer o que quer e como quer sob a máscara velada do anonimato. Nunca gostei de anônimos e tenho motivo de sobras para isso. Os venturosenses que acompanharam mais atentamente os fatos da última eleição na internet devem lembrar do Blog Meu Pernambuco, editado pela senhora Ana. Era um ótimo blog dedicado a divulgar a beleza das cidades pernambucanas e sua cultura. Num belo dia a autora do blog decidiu parabenizar Venturosa por se aniversário e alguém, não se sabe quem, usou do espaço para comentários para criticar o ex-prefeito Eudes Tenório. Foi o início de uma campanha difamatória empreendida por partidários dos dois grupos políticos da cidade contra qualquer cidadão que ousasse questionar um lado ou outro. As críticas ultrapassavam a vida política e ofensas pessoais gravíssimas eram postadas quase que diariamente. A autora teve de excluir o blog.

Não bastasse isso, os brucutus da internet se profissionalizaram. Páginas no facebook foram criadas para divulgar eventos partidários e atacar o pensamento divergente. Eu mesmo fui alvo de uma delas, intitulada Buzino mas voto 22, e vejam só, nunca disputei um cargo eletivo, apenas expus minha opinião e isso bastou para que algum partidário fanático tentasse perverter minhas palavras e atacar minha imagem uma rede social.

Tão logo findou-se a eleição, a página caiu em inatividade.

Agora, assisto o filme se repetir. Outro perfil anônimo se arvora em justiceiro e passa a divulgar informações  não oficiais como sendo verdadeiras. Há quem lhe dê crédito, mas continuo a ser contra o pensamento anônimo, principalmente quando faz duras e seletivas críticas. A última notícia foi a de uma suposta pesquisa envolvendo os nomes de Ernandes Albuquerque, Eudes Tenório e José Lemos, respectivamente o atual prefeito do município, seu antecessor e a principal liderança política do grupo de oposição.

A suposta pesquisa que teria vazado ao dono desse perfil apontaria Eudes e Ernandes quase empatados e Lemos à frente dos dois. Não descarto que isso seja possível, mas não acredito em pesquisas que não são registradas, sua divulgação além de criminosa tende ao embuste.

Na última campanha um partidário da oposição (suponho que seria da oposição porque os números eram desfavoráveis a situação), por conta própria, imprimiu e jogou panfletos durante a madrugada em vários pontos da cidade com resultados fictícios de uma suposta pesquisa eleitoral. O dano ao grupo de oposição foi imenso!

Eu sempre digo que “pesquisa não ganha eleição”. Pesquisas de intenção de voto são recortes de um momento e a opinião pública pode mudar rapidamente. Vejam a Copa, três meses atrás a maioria dos brasileiros eram contrários ao evento e expressavam isso nas redes sociais. Agora quase todos são técnicos e postam fotos usando as cores da seleção e motivando a equipe.

Então, se pesquisas oficiais podem errar, o que dizer das que “vazam”?

Defendo que o grupo de oposição deve se estruturar e organizar. Realizar pesquisas regularmente para pautar suas ações e conhecer o que pensa e sente o povo de Venturosa e construir seu plano de governo a partir da escuta do povo. É assim que política com “P maiúsculo” é feita!

Às lideranças políticas da oposição faço o apelo para que criem páginas oficiais para divulgação de ideias e projetos. Não deixem jamais que sua imagem seja vinculada a perfis ou páginas anônimas.

Entendo que alguns usam do anonimato para poder se expressar livremente, sem ter de enfrentar as pressões e a perseguição de pessoas poderosas. Em cidades como Venturosa assinar um texto que questione o status quo pode significar ódio e perseguição política, mas assassinar reputações sob a máscara do anonimato nunca será o caminho. Então meu conselho para os militantes que possam usar desse expediente é simples: não o façam.

Não traduzam de forma tão equivocada o pensamento maquiaveliano sobre os fins justificarem os meios.

Lembrem do que disse o carpinteiro de Nazaré, não vale a pena para tentar ganhar o mundo perder a própria alma.

Emerson Luiz.