O desenho por si só já me provocou repulsa. Ele nada mais é que a materialização de vários males, mas gostaria de destacar dois: 1) A falta de informação sobre o programa Bolsa Família; 2) Uma visão preconceituosa de uma pretensa elite que julga que os pobres preferem depender do Estado a trabalhar.
O autor da charge -ofensa quis usar do senso de humor para criticar o que não conhece. Pior é que esse preconceito foi compartilhado por 117 pessoas. Em um dos comentários alguém "filosofava": pra quê trabalhar se existe bolsa família?
Para quem não está cego pelo preconceito o programa não é para sustentar vagabundo. É um programa de transferência de renda que tirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza e devolveu a dignidade de muitos pais e mães de família.
Pesquisas mostram que menos de 3% das pessoas deixaram de trabalhar por conta do Bolsa Família. O dinheiro é gasto prioritariamente com alimentação e necessidades das crianças e isso deu mais autonomia a muitas famílias.
As madames ricas não conseguem mais faxineiras a R$ 10,00 o dia. O trabalhador não vai mais passar um dia debaixo do sol por ninharia, por esmola. E isso tem revoltado muita gente.
E nos faz ver que nossa "elite" além de preconceituosa, é burra e intolerante.
O comediante Marcelo Adinet soube como poucos retratá-la:
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