domingo, 14 de julho de 2013

Reflexão de Domingo - Amor misericordioso


A Igreja hoje medita o Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37).

Observamos um momento da vida pública de Jesus onde as autoridades judaicas já o acompanham tentando fazê-lo cair em contradição ou pior, induzi-lo a proferir alguma blasfêmia. 

Numa dessas situações um mestre da Lei inquere Jesus sobre o que era preciso para herdar a vida eterna, ao que Jesus lhe responde cm outra pergunta:

Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” (Lc 10, 26 e 27).

Jesus elogia sua resposta, mas o mestre da Lei não se deu por satisfeito. Sua má intenção não foi realizada, o filho do carpinteiro fizera com que ele citasse as escrituras para dizer que a chave para vida eterna estava na prática da vontade de Deus. Então, para tentar concretizar seu intento, prosseguiu: "E quem é o meu próximo"?

Então Jesus conta-lhe a parábola do bom Samaritano. A história sobre um homem que é assaltado em sua jornada, espancado e deixado quase morto à beira do caminho. Passam por ele um sacerdote e um levita, os dois estudiosos da Lei de Moisés, autoridades na fé para os filhos de Israel, e nada fizeram. Então um samaritano, filho de um povo rejeitado por Israel, considerado impuro para eles, alguém de quem todos não deviam se aproximar, coloca o homem em seu próprio animal e leva-o até uma estalagem onde possam cuidar dele. O samaritano paga por tudo para ajudar aquele homem que ele nem conhecia. E Jesus então pergunta ao mestre da Lei: 

“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” (Lc 10,36)

Imagino a frustração daquele homem, forçado a mostrar sua própria limitação ao responder: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Ele não respondeu o samaritano pois era orgulhoso demais para admitir que alguém que não fosse do seu povo pudesse demonstrar tão grande amor.

Jesus encerra a discussão dizendo que era necessário a ele fazer a mesma coisa: usar de misericórdia. E o que é a misericórdia?

Misericórdia é a junção das palavras latinas miséria e coração (miséris + córdia), é a virtude que nos permite sofrer com a miséria alheia, ter de compaixão com quem sequer conhecemos. Em síntese, essa virtude permite que nos coloquemos no lugar dos outros, compreendamos suas fraquezas e assim possamos ser instrumentos do amor de Deus em suas vidas.

Mas no mundo de hoje, quantas vezes não nos comportamos como o sacerdote e o levita da parábola? Vemos o sofrimento alheio, pessoas doentes, famintas, sem abrigo, e passamos retos em nosso caminho. Olhamos para crianças em sinais de trânsito, vemos os sem-teto, os mais necessitados e fingimos que eles são parte da paisagem, que nada tem a ver conosco. 

Jesus nos ensina que o amor que temos por Deus é vivenciado no amor ao próximo, e que esse amor não pode existir apenas no campo das palavras. Fazer o bem a quem amamos não é nada de extraordinário, devemos ir além das nossas fronteiras, do nosso entendimento e aprender a amar com nossa alma. Ser como o samaritano que usou de misericórdia. 

Nas palavras de Jesus“Vai e faze a mesma coisa”. (Lc 10,37)







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