quinta-feira, 25 de julho de 2013

Papa Francisco, um conservador?



Li alguns artigos sobre a visita do papa ao Brasil em ocasião da Jornada Mundial da Juventude. A grande mídia é só afagos e elogios, pega carona no carisma e na simplicidade de Francisco. Acompanha o fascínio da população e dá destaque a cada pequeno gesto como se neles estivessem as sementes das grandes transformações. A mídia tida como "progressista" e independente se concentra nas críticas sobre o passado de Jorge Mario Bergoglio. São eles a acusar o papa de conservadorismo.

Esquecem os articulistas de dadores de opinião da esquerda radical que o papa é líder religioso e não fundador de uma fé. O papa é escolhido para liderar servindo, é ele "o servo dos servos de Deus". O papa fala da cátedra de Pedro para reafirmar e defender as verdades do cristianismo católico. O papa não é "homofóbico" como alardeiam, nem tampouco "reacionário". A Igreja Católica é uma instituição de 2.000 mil anos e tem toda sua doutrina erguida sobre o fundamento das Sagradas Escrituras.

O papa não tem o poder e nem a vontade de mudar os textos sagrados para que eles se adaptem ao pensamento da sociedade contemporânea. O papa Francisco tem se pronunciado contra a exclusão social e as formas de violência e preconceito tão marcantes no mundo moderno. Está tendo a coragem de romper com protocolos e estruturas arcaicas que marcavam o catolicismo romano. Sua simplicidade e autenticidade tem testemunhado contra a postura de líderes demagogos e corruptos e o seu trato com o povo.

Francisco vive a simplicidade e a humildade evangélicas. Denuncia estruturas corruptas - algumas dentro da própria Igreja - e aponta para a cura das mazelas humanas e sociais: a real vivência do amor cristão.

Ele não é conservador. Ele é renovador, no que diz respeito a trazer de volta o que é novo, a inspirar novos olhares sobre estruturas e comportamentos, a inspirar a sociedade a retornar ao primeiro amor e caminhar de forma diferente, não pautada pelo consumismo sanguinário e excludente, mas na partilha, na doação e na simplicidade.

Assim como Deus ama o pecador e abomina o pecado, o papa transmite seu amor a todos, sem distinção, mas não pode concordar com aquilo que Jesus repreendeu.

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