sábado, 16 de agosto de 2014

Políticos do PSB já pensam em abrir sucessão de Eduardo em Pernambuco e alguns rejeitam o nome de Marina Silva na chapa. A disputa pelo poder não respeita a morte nem guarda luto.

"A crueldade do mundo não descansa", disse o padre Fábio de Melo em ocasião da discussão a respeito da sucessão de Eduardo Campos na disputa pelo Planalto pouco depois de sua morte ter sido confirmada.

Parece que na política a crueldade nunca está ausente e muitos se orgulham de serem implacáveis nesse meio. O colunista Ricardo Noblat escreve que já há uma disputa pela sucessão do poder em Pernambuco e que nos bastidores da tragédia o enfrentamento se dá entre o atual governador João Lyra e o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho. Ambos desejavam concorrer ao governo estadual e forem preteridos por Paulo Câmara, ligado a família de Eduardo Campos e escolhido por ele para a disputa.

Eduardo Campos achava que conseguiria repetir com Paulo Câmara o que fez com Geraldo Júlio na prefeitura do Recife: eleger um completo desconhecido de perfil técnico. A última pesquisa Datafolha informa que a estratégia não estava funcionando já que Armando Monteiro apareceu com 47% das intenções e voto contra 13% de Paulo Câmara. Eduardo Campos já se preocupava com o desempenho do escolhido e intensificava sua presença no estado nos finais de semana.

Com a morte do padrinho político, passada a comoção popular e o luto dos pernambucanos, dificilmente Paulo Câmara terá como ameaçar Armando Monteiro com méritos próprios. 

Quem também enfrenta rejeição dentro do PSB é Marina Silva. Para muitos ela só se filiou no partido porque não conseguiu o registro para criar a Rede, tanto que já tinha data marcada para deixar os socialistas. O presidente do partido, Roberto Amaral, seria um dos que se oporiam a Marina e preferiria lançar alguém com história dentro do PSB, preferindo nomes como o de Luíza Erundina. 

Já tentaram até incluir a viúva Renata Campos na chapa de Marina, sem se importar com sua dor ou com a de seus filhos, incluindo o pequeno Miguel, que nem chegou a completar o seu primeiro ano de vida. 

Parece que nesse momento vale tudo, desde de trabalhar nos bastidores para derrubar companheiros de partido a criar o factoide desprezível de que o acidente aéreo teria sido um atentado político.

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