Ainda é cedo para falar sobre isso, mas Eduardo Campos pode sair dessa eleição menor que entrou.
O ex-governador de Pernambuco tinha uma imagem invejável na política brasileira.
A maior vitória eleitoral em 2010, o mais bem avaliado governador do país e programas que saíam muito bem na imprensa, como o pacto pela vida.
A mídia do seu estado fechou os olhos para os seus erros e as suas alianças com os coronéis da velha política.
Em seu governo todos os demagogos donos de grande votação haviam encontrado refúgio e abrigo, sindicatos lhe rendiam obediência, o legislativo (salvo raras exceções) lhe era fiel e boa parte do povo o via como um fenômeno.
E o grande enxadrista político que tinha por certa uma vaga no senado e a herança política de Lula numa próxima eleição tendo em vista o desgaste natural do PT não suportou a espera e decidiu armar um cerco contra a rainha exposta no tabuleiro.
Na fala popular, Eduardo deu um passo maior que a perna.
Claro que no princípio ninguém disse isso. A adesão de Marina Silva ao PSB lhe deu visibilidade nacional e os protestos contra a copa tão bem utilizados pela mídia conseguiram arranhar bastante a imagem da presidente.
O desafiante aparecia como um novo fenômeno.
Mas agora, em plena campanha eleitoral, a realidade parece ofuscar o brilho dos olhos azuis de Campos.
Ele não possui um palanque nacional. É desconhecido da maioria dos eleitores. Não possui tempo de tv. E o pior. A mídia nacional já começa a questionar suas propostas. Coisas que antes foram ignoradas em breve estamparão as capas dos grandes jornais e revistas pois entre Eduardo e Aécio não há muita dúvida sobre a escolha das forças tradicionais desse país.
O discurso da nova política não resistirá muito diante dos fatos.
As chances de Eduardo Campos vencer a disputa pelo Planalto se tornam menores a cada dia.
E agora, as de seu partido perder o governo de Pernambuco estão cada vez maiores e mais próximas.
Caso perca lá e cá, como ficará a imagem de Campos?
Seus aliados permanecerão fiéis?
O povo permanecerá estático aguardando sua volta?
Já sabemos o que se diz no caso do falecimento de um monarca:
"O rei está morto, vida longa ao rei!"
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