segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O Rei em Xeque - Como um passo errado pode destronar Eduardo Campos

Ainda é cedo para falar sobre isso, mas Eduardo Campos pode sair dessa eleição menor que entrou.

O ex-governador de Pernambuco tinha uma imagem invejável na política brasileira.

A maior vitória eleitoral em 2010, o mais bem avaliado governador do país e programas que saíam muito bem na imprensa, como o pacto pela vida.

A mídia do seu estado fechou os olhos para os seus erros e as suas alianças com os coronéis da velha política.

Em seu governo todos os demagogos donos de grande votação haviam encontrado refúgio e abrigo, sindicatos lhe rendiam obediência, o legislativo (salvo raras exceções) lhe era fiel e boa parte do povo o via como um fenômeno.

E o grande enxadrista político que tinha por certa uma vaga no senado e a herança política de Lula numa próxima eleição tendo em vista o desgaste natural do PT não suportou a espera e decidiu armar um cerco contra a rainha exposta no tabuleiro.

Na fala popular, Eduardo deu um passo maior que a perna.

Claro que no princípio ninguém disse isso. A adesão de Marina Silva ao PSB lhe deu visibilidade nacional e os protestos contra a copa tão bem utilizados pela mídia conseguiram arranhar bastante a imagem da presidente.

O desafiante aparecia como um novo fenômeno. 

Mas agora, em plena campanha eleitoral, a realidade parece ofuscar o brilho dos olhos azuis de Campos.

Ele não possui um palanque nacional. É desconhecido da maioria dos eleitores. Não possui tempo de tv. E o pior. A mídia nacional já começa a questionar suas propostas. Coisas que antes foram ignoradas em breve estamparão as capas dos grandes jornais e revistas pois entre Eduardo e Aécio não há muita dúvida sobre a escolha das forças tradicionais desse país.

O discurso da nova política não resistirá muito diante dos fatos.

As chances de Eduardo Campos vencer a disputa pelo Planalto se tornam menores a cada dia.

E agora, as de seu partido perder o governo de Pernambuco estão cada vez maiores e mais próximas.

Caso perca lá e cá, como ficará a imagem de Campos?

Seus aliados permanecerão fiéis?

O povo permanecerá estático aguardando sua volta?

Já sabemos o que se diz no caso do falecimento de um monarca:

"O rei está morto, vida longa ao rei!"

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