domingo, 20 de julho de 2014

Reflexão de Domingo



O joio e o trigo

O Evangelho deste domingo nos remete a parábola do semeador. Jesus é o semeador, aquele que sai a lançar no coração humano as sementes do Reino de Deus, um reino de Paz, Amor e Justiça. O coração humano é o solo onde a semente é depositada para que germine, cresça e produza frutos e a fé, a nossa adesão a proposta de Jesus, a vivência dos seus ensinamentos e a nossa luta diária para nos tornar seus discípulos a amigos é o que fará com que essa semente brote e persista em seu crescimento.
Mas nesse mesmo solo que é o coração humano foram lançadas outras sementes: o egoísmo, a inveja, o ódio, a luxúria, o desamor, a ganância de ter e outras mais que acabam nos desumanizando e nos afastando de Deus.
O que haverá de nascer no coração do homem? O joio ou o trigo?
Veja que alguns dos servos se apressam e propõe que se arranque logo o joio, ideia rejeitada pelo Semeador. Isso poderia estragar o trigo, ou, arrancar alguns ao confundi-los com o joio.
Isso serve para nós. Há dias em somos trigo, há outros, em que cedemos a nossas más inclinações, e que nos assemelhamos ao joio. O mesmo ser humano que é capaz de atos de bondade e amor, pode, também, ser mesquinho, mentiroso e se negar a reconhecer nos outros a presença de Deus.
Os cristãos que lutam entre si são joio ou trigo? Os que em nome do zelo exacerbado da fé, beirando o fanatismo, invade templos alheios e destrói símbolos de sua fé, está sendo trigo ou joio? Os que espancam homossexuais por não concordarem com sua prática e lhes negam o livre-arbítrio sobre suas vidas estão realmente agindo em nome de Deus? Os que agridem os que pensam de forma diferente e procuram destruir suas reputações, seja entre seus companheiros, seja em redes sociais, está deixando crescer a semente boa ou a semente ruim em seu coração?
Todos podemos ser o joio ou o trigo. O que irá determinar isso?
A fé. Aquela que nasce do tamanho de um grão de mostarda, mas quando cresce pode abrigar muito em sua sombra, dando conforto e abrigo, sustentando a vida.
Não uma fé cega e intolerante. Não a fé hipócrita dos fariseus. Não a teologia da prosperidade, onde a fé é tratada como um investimento para assegurar o progresso material.
A fé que nos salva, que nos liberta das prisões que nós mesmos criamos é aquela no depositada no Filho do Homem, aquela que nos ensina a amar, a orar por quem nos ofende, ajudar até os que nos querem mal, sermos justos em nossa atitude e confiantes que tornar esse mundo um lugar melhor é possível. A fé que nos move não por medo da condenação, mas por desejar doar o amor que de graça recebemos.
Saiamos também a semear o que há em nosso coração.
As boas sementes que recebemos de Jesus.
Um ótimo domingo.


Emerson Luiz. 

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