O joio e o trigo
O Evangelho
deste domingo nos remete a parábola do semeador. Jesus é o semeador, aquele que
sai a lançar no coração humano as sementes do Reino de Deus, um reino de Paz,
Amor e Justiça. O coração humano é o solo onde a semente é depositada para que
germine, cresça e produza frutos e a fé, a nossa adesão a proposta de Jesus, a
vivência dos seus ensinamentos e a nossa luta diária para nos tornar seus
discípulos a amigos é o que fará com que essa semente brote e persista em seu
crescimento.
Mas
nesse mesmo solo que é o coração humano foram lançadas outras sementes: o
egoísmo, a inveja, o ódio, a luxúria, o desamor, a ganância de ter e outras
mais que acabam nos desumanizando e nos afastando de Deus.
O que
haverá de nascer no coração do homem? O joio ou o trigo?
Veja
que alguns dos servos se apressam e propõe que se arranque logo o joio, ideia
rejeitada pelo Semeador. Isso poderia estragar o trigo, ou, arrancar alguns ao
confundi-los com o joio.
Isso
serve para nós. Há dias em somos trigo, há outros, em que cedemos a nossas más
inclinações, e que nos assemelhamos ao joio. O mesmo ser humano que é capaz de
atos de bondade e amor, pode, também, ser mesquinho, mentiroso e se negar a
reconhecer nos outros a presença de Deus.
Os
cristãos que lutam entre si são joio ou trigo? Os que em nome do zelo exacerbado
da fé, beirando o fanatismo, invade templos alheios e destrói símbolos de sua
fé, está sendo trigo ou joio? Os que espancam homossexuais por não concordarem
com sua prática e lhes negam o livre-arbítrio sobre suas vidas estão realmente
agindo em nome de Deus? Os que agridem os que pensam de forma diferente e
procuram destruir suas reputações, seja entre seus companheiros, seja em redes
sociais, está deixando crescer a semente boa ou a semente ruim em seu coração?
Todos
podemos ser o joio ou o trigo. O que irá determinar isso?
A
fé. Aquela que nasce do tamanho de um grão de mostarda, mas quando cresce pode
abrigar muito em sua sombra, dando conforto e abrigo, sustentando a vida.
Não
uma fé cega e intolerante. Não a fé hipócrita dos fariseus. Não a teologia da
prosperidade, onde a fé é tratada como um investimento para assegurar o
progresso material.
A fé
que nos salva, que nos liberta das prisões que nós mesmos criamos é aquela no
depositada no Filho do Homem, aquela que nos ensina a amar, a orar por quem nos
ofende, ajudar até os que nos querem mal, sermos justos em nossa atitude e
confiantes que tornar esse mundo um lugar melhor é possível. A fé que nos move
não por medo da condenação, mas por desejar doar o amor que de graça recebemos.
Saiamos
também a semear o que há em nosso coração.
As
boas sementes que recebemos de Jesus.
Um
ótimo domingo.
Emerson
Luiz.
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