quarta-feira, 9 de julho de 2014

A COPA E OS NOSSOS POLÍTICOS



Ouvi de um amigo político que faz oposição a Dilma: “O Brasil não pode ganhar a copa senão Dilma leva no primeiro turno”. Forcei um sorriso, afinal, não era a hora nem o momento de debater tais coisas. Até pouco tempo eu acreditava que política, futebol e religião não se misturavam.

Como eu era inocente! Os incoerentes e os políticos oportunistas conseguem unir tudo a política.

Então, se o Brasil se saísse vitorioso, temiam os reacionários que Dilma copiasse a propaganda da ditadura e usasse o brilho da canarinha como sucesso de seu governo.

Ironicamente foi um político do PSB, o prefeito do Recife, que atualizou o lema dos anos de chumbo. O “ame-o ou deixe-o” virou algo como o quem não estiver satisfeito com o Recife vá embora.
Voltando a Copa.

Os políticos de oposição, os mesmos que lutaram para construir estádios em seus estados, uniram-se ao coro da mídia de que nada daria certo no Brasil. E que passaríamos vergonha por não ter estádios, aeroportos, transportes, etc. Bem, toda a estrutura funcionou, o Brasil só perdeu naquilo que não dependia da presidente: o futebol.

A mídia não questionou a escalação, o esquema tático e a qualidade do nosso time.

Na primeira fase da Copa apenas o jogo de estreia foi fácil. 

Passamos para as quartas no sufoco. Passar pela Colômbia não foi fácil. O primeiro grande time que enfrentamos foi a Alemanha. Bem, o resultado todos vimos.

O que nem todos enxergam é a campanha que já se existia para associar Dilma Rousseff ao sentimento de tristeza e revolta que poderiam surgir com uma derrota da seleção brasileira.

Campanha que será levada ao extremo a partir de agora.

Esperem artigos assinados por colunistas e políticos como Marina Silva, Eduardo Campos e Aécio Neves.

Se a seleção fosse campeã, diriam eles que futebol e política não se misturam.

Com essa derrota dramática, eles as misturarão até a exaustão. Até que, se possível, as ruas sejam invadidas por manifestantes trajando Kalvin Klein que pensem estar mudando o país.

Cabe a nós, o povo, mostrar aos oportunistas que política e futebol são duas coisas distintas.


Emerson Luiz

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