Em blog partidário do governo agride os jovens de Venturosa - PE

Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar

Simone

DESABAFO 01

Por sugestão de um amigo encontrei este comentário em um blog que se destina a difamar e agredir muitos venturosenses. 

A discussão foi motivada porque um dos anônimos sugeriu a realização de um debate entre os candidatos à prefeito na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Quitéria Wanderley Simões. Reproduzo aqui um trecho deste comentário específico para mostrar como o "cabo eleitoral virtual" do governo encara os adolescentes de Venturosa :

"Agora vem você com uma proposta absurda, debate no quitéria e com Alunos,santa paciência,Com Adolescente só se fosse uma palestra no máximo.

Alunos de segundo grau poucos sabem o que é infra estrutura desenvolvimento sustentável,A maioria acompanha os pais,ainda não tem o desenvolvimento crítico completo, o voto é facultativo para os maiores de 16,E você vem falar em debate, meu deus.

DEBATES!

As perguntas são formuladas por pessoas imparciais com um certo nível de conhecimento.

Isso é um debate"

Ano passado tive a honra de atuar como professor na Escola Quitéria Wanderley e muito antes disso o orgulho de ter sido um de seus alunos. Convivi com professores fantásticos como o saudoso Alciney, Cirzirnande, Hugo Carvalho, Katyúscia, Jocileide entre tantos outros que ensinaram-me muitas coisas e aprimoraram meu senso ético e moral.

A Escola Quitéria já recebeu um prêmio de Gestão e vários prêmios pelo desenvolvimento de projetos. Seus alunos tem orgulho de fazer parte daquela escola e de participar de suas vitórias.

E sim, os jovens pensam! Eles questionam, indagam e sabem muito bem identificar erros e propor mudanças! Vale lembrar do tema do desfile de 07 de setembro do ano passado: A Escola Quitéria combateu a Corrupção.

Esses alunos não tem condições de participar de um debate? Uma palestra no máximo?

Alunos de segundo grau poucos sabem o que é infra estrutura desenvolvimento sustentável,A maioria acompanha os pais,ainda não tem o desenvolvimento crítico completo, o voto é facultativo para os maiores de 16,E você vem falar em debate, meu deus.


Vou recordar um projeto desenvolvido com alunos de outra escola, a Escola Cônego Emanuel Vasconcelos. O projeto reciclart: uma nova ética para um novo milênio. Nossos alunos desenvolveram consciência ambiental, visitaram o lixão da cidade e viram as precárias condições dos catadores, entrevistaram essas pessoas, montaram textos e decidiram recolher assinaturas para solicitar a implantação de cestos para coleta seletiva de lixo e uma maior assistência aos catadores. Nossos alunos foram capazes de propor essas ideias. Recolheram mil assinaturas e entregaram à Câmara de Vereadores. O projeto foi aprovado por unanimidade. Os lixeiros nunca foram implantados sob a justificativa que era um desperdício de dinheiro. 

Então pergunto: São mesmos nossos jovens que desconhecem o que é desenvolvimento sustentável e infraestrutura? 

Sou educador e todos os dias tenho a graça de trabalhar com jovens de várias idades. Muitas vezes me emociono e me admiro com suas ideias e sonhos, com o desejo que eles expressam de um país melhor, mais justo e com uma vida mais digna. O autor do comentário deveria frequentar mais as salas de aula, quem sabe para recuperar o tempo perdido.

Jovens não são massa de manobra. Não são marionetes para fins escusos. Conquistar a opinião da juventude não é o mesmo que promover festas regadas a álcool e palcos gigantescos. Mas uma coisa me inquieta: Quando a campanha política de fato começar a opinião dos cabos eleitorais virtuais ainda será a mesma?

DESABAFO 2

Sei que por este comentário serei atacado mais uma vez no blog em questão e nas redes sociais e que este meu ato me renderá mais uma dezena ou duas de comentários "anônimos". 

Mas quero encerrar com uma fábula:

Num reino distante havia um rapaz de gostava de escrever. Ele também gostava de falar o que pensava e algumas vezes questionou os ministros do rei sobre como tratavam os plebeus. Os ministros não gostaram daquilo, afinal os plebeus só existiam para dar privilégios a eles. O rapaz foi perseguido e acabou saindo do palácio. Continuou a escrever e a dizer o que pensava e lentamente outras pessoas começaram a ler seus escritos e dizer que também compartilhavam de algumas de suas opiniões.

Quando os ministros do rei perceberam isso procuraram o rapaz. Ofereceram para que ele voltasse ao palácio. Depois ofereceram ouro e prata, e um dos Ministros mandou uma carta eletrônica que este rapaz ainda possui. Na carta havia frase: ....

O rapaz se recusou a retornar ao palácio. Foi procurado por um mercador que perguntou: Qual é o seu preço?

Foi procurado por um príncipe que disse: retorne ao palácio e você não se arrependerá.

Ele nunca viveu em busca de ouro, prata nem sonhava em passar a vida no palácio. Sua paixão estava em conversar com as outras pessoas e sempre aprender com ela. Sua dignidade não tinha preço e ele continuou a fazer o que fazia. E guardou a carta como lembrança. 

Se um dia fosse preciso ele poderia mostrar a carta ou deixar que outros ouvissem o que foi dito a ele. 

E o rapaz continuou a fazer o que fazia e ao seu modo tentando ser feliz para sempre.