quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Falta de chuva deixa barragens de cidades de PE em situação de alerta. O pior é que as chuvas desse ano devem ficar abaixo do nível histórico.

Reservatórios no Agreste, Sertão e na Zona da Mata estão com nível baixo.

Apac afirma que a intensidade da chuva só deve aumentar no mês de abril.

Do G1 PE
A falta de chuva na Zona da Mata, no Agreste e Sertão de Pernambuco tem deixado o nível das barragens numa situação preocupante. O nível de alguns reservatórios está muito baixo, e outros estão secos ou quase secos. Moradores da região que não recebem água em casa estão tendo que recorrer a ajuda de carros-pipa. O problema foi mostrado no Bom Dia Pernambuco desta quarta-feira (21).
A barragem de Brejinho, que abastecia o município de Triunfo, no Sertão, está seca desde novembro de 2014. Famílias da região precisam comprar água para fazer as tarefas domésticas. "Não é barato", diz a motorista Marluce Pereira. Já no Agreste, a barragem de Jucazinho, que abastece a cidade de Surubim e outras 14 da região, conta apenas com 13% da capacidade.
Na Zona da Mata Sul de Pernambuco, a água do Rio Una está sendo usada em Palmares, mas os moradores convivem com o racionamento. A água só chega na torneira a cada dois dias. "Eu junto água na caixa e no tonel, porque pode chegar [água] e pode não chegar", conta a dona de casa Viviane Ferreira.
O presidente do Serviço Autônomo Água e Esgoto (SAAE) em Palmares, Alexandre Leão, explica que a região é rica em água, mas não tem armazenamento compatível. "Nós não temos barragem de grande porte que acumule água no inverno, para que, no verão, venha a abastecer normalmente a nossa cidade", aponta.
Previsão de chuva
De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a chuva mais intensa só deve chegar no Agreste e na Zona da Mata em abril, que é quando normalmente começa o período chuvoso. A situação no Sertão é ainda mais preocupante, já que a época chuvosa deveria ser no início do ano.
Conforme o meteorologista Roberto Pereira, a previsão é que o volume de chuvas seja 30% abaixo do habitual. "Com base nos últimos 30 anos, chove em torno de 400 milímetros, mas a previsão é que chova em torno de 270 mm", detalha.

Pereira lembra ainda do El Niño, fenômeno climático que altera o tempo em vários pontos do continente. "É um aquecimento nas águas do Oceano Pacífico, que faz com que ocorram ventos secos, que descem sobre a região Nordeste, inibindo a formação de nuvens e, portanto, afastando a possibilidade de chuva", explica.

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