Artistas de Arcoverde criticam programação do São João da cidade

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

Músico Clayton Barros. Foto: Facebook Os sertões/Reprodução

Artistas que nasceram em Arcoverde ou que mantêm forte ligação com o município se manifestam contrários à programação artística divulgada pela prefeitura para o São João de Arcoverde 2014. O produtor cultural Léo Antunes e o músico Clayton Barros, que no passado contribuíram para o crescimento do São João da cidade, criticaram através do Facebook a grade de atrações escolhida para este ano. A festa, programada para ocorrer entre os dias 19 e 28 de junho, terá apresentações de cantores como Claudia Leitte,  Bruno & Marrone e Fafá de Belém. 

"O que dizer de uma cidade que tem uma linda tradição junina ter como principais atrações Claudia Leitte e Bruno & Marrone?! E no resto da programação um mix que vai de Kitara a Fafá de Belém, numa "inédita" lógica de curadoria para um evento junino. De verdade, fico triste com a trajetória desta festa", escreve Léo Antunes, ex-empresário da banda Coco Raízes de Arcoverde, em post publicado na quarta-feira (21). 

O músico Clayton Barros, integrante da extinta banda Cordel do Fogo Encantado, se diz ofendido com os valores que vão ser destinados a esses artistas. "Nesse São João de Arcoverde estou pensando seriamente em realizar um mega protesto contra esse descaramento com o polo alternativo e os cachês milionários da Praça da Bandeira, dá até vergonha de dizer aqui o valor de cachê que me propuseram", pontua. "Como integrante do Cordel do Fogo Encantado, grupo que ajudou a colocar Arcoverde no mapa cultural do país, exijo respeito ao meu trabalho e a todos os outros artistas que são tratados de forma desrespeitosa. Vamos dividir o bolo de uma forma justa e ponto", complementa. 

O vocalista da banda Os Sertões ainda propõe que a população se manifeste. "Como realizar uma festa desse porte sem consultar os representantes do povo e de seus artistas, eu não moro mais em Arcoverde mas isso não quer dizer que eu tenha de ficar calado diante uma situação terrível como essa, continuo indignado e disposto a fazer valer nosso grito". 

Os investimentos para a edição 2014 do evento giram em torno de R$ 3 milhões. São esperadas cerca de 700 mil pessoas circulando pela cidade durante os dez dias e injeção de mais de R$ 30 milhões na economia da cidade. 

A Prefeitura de Arcoverde foi procurada para comentar o caso e esclareceu que os artistas que estão sendo criticados representam apenas uma parte da programação. "As atrações (...) dizem respeito ao palco principal, localizado no Polo Multicultural. Além dele, Arcoverde mantém mais nove espaços para atividades culturais, sempre prestigiando os músicos locais. Serão aproximadamente 100 atrações que vão se apresentar de 19 a 28 de junho na cidade. A Prefeitura de Arcoverde esclarece ainda que os artistas do município estão sendo contemplados", diz a gestão, através de nota.