Talvez o mundo devesse ter
acabado no dia 21 de Dezembro de 2012. Havia uma histeria coletiva com isso,
assim como houve na virada de 1999 para o ano 2000 e isso mexeu com o
imaginário de toda uma civilização. Os maias foram culpados dessa vez, ou
melhor, a interpretação errônea criada em torno do seu calendário. Mas quando
digo que o mundo devia mesmo ter acabado em 2012 não é por ser fatalista ou
apocalíptico, mas para uma necessária provocação pois se o mundo tivesse mesmo
acabado em 2012 não teríamos a 13ª edição do Big Brother Brasil.
Um programa que estimula aquilo
que os seres humanos tem de pior. Que imbeciliza, desconstrói valores, estimula
patologias e esquizofrenias de todos os tipos e intensidades e ajuda a rede
Globo a angariar mais alguns milhões de reais ao custo da espetacularização da
falsidade.
E mesmo não acompanhando o
programa estarei sujeito as suas inserções comerciais e aos comentários de
colegas de trabalho, alunos e conhecidos sobre quem é a mais gostosa, quem é o
mais bonito, o ou a mais falsa, a mais perigueti ou galinha, etc., etc. e etc.
E mais uma vez verei, com
tristeza, que o capitalismo tem a capacidade de transformar tudo em produto
comercializável, desde os nossos desejos aos corpos alheios, tudo passa a ser
visto como mercadoria e tudo passa a ser visto como normal se o prêmio em
questão for milionário.
Ser tratado como animal
engaiolado numa sala de vidro é show e se exibir em cenas de sexo implícito é fashion no BBB. E depois vamos fazer protestos contra políticos amorais.
Se o mundo tivesse acabado poderíamos ter partido com mais dignidade e menos um BBB.
Emerson Luiz
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