Marina Silva
é uma camaleoa. Não, não cabem aqui os versos de Raul Seixas sobre ser
preferível tornar-se uma metamorfose ambulante a ter a velha opinião formada
sobre tudo. Um dirigente deve ter opiniões, e mais que opiniões, projetos
viáveis para o país. Mudar de opinião rápido demais e refazer suas propostas
sempre que forem alvo de polêmicas não é sinal de sabedoria e sim de
oportunismo eleitoreiro.
O acidente
que vitimou Eduardo Campos impulsionou a candidatura de Marina Silva. Ela
trouxe para si o “espírito da mudança” e o título de “novidade, contrária a
tudo o que está aí”. Como assim, novidade? Marina é velha na política, ocupou
quase todos os cargos possíveis no legislativo, foi ministra de Lula (onde não
foi eficiente e quase nos joga num pane energético, além de não ter combatido o
desmatamento e ter o nome do marido envolvido em graves escândalos de
corrupção) e já andou pelo PT, PV, fracassou em criar a REDE e caiu de paraquedas no PSB. Marina voou pelas
pesquisas e atingiu o topo. Andando nas nuvens prometeu sonhos e usou
expressões ininteligíveis e poéticas para não explicar nada.
A dura
realidade agora começa a cobrar posturas de Marina. Desprezar o pré sal? Entregar
a condução da economia ao Itaú? Construir casas populares depois de reduzir a
importância de Caixa e Banco do Brasil? E o jatinho? E a relação do PSB com
doleiros e especuladores? Já havia um trato de unidade num segundo turno entre
PSDB e PSB, e nos primeiros debates todos eles bateram sem dó nem piedade em
Dilma. O que mudou?
O risco Marina. Todos percebem que o Brasil não aguentará a
cartilha neoliberal do plano de governo de Marina. Viram que suas ideias não
resistem a pressão de latifundiários, banqueiros, grandes industriais e do
pastor Malafaia.
Marina havia
deixado claro a Eduardo que após as eleições voltaria para a Rede. Agora avisa
aos que ainda correm para criar o partido que ficará no PSB. A Rede ficou órfã de
mãe antes mesmo de nascer.
Com as
críticas oportunas e necessárias ao seu plano de governo e projeto de conduzir
esse país, Marina não consegue manter a aura de santidade que deseja expor, a
sonhática tem que mostrar a viabilidade do seu projeto. Agora que não consegue
fantasia a união do mundo todo contra ela. Paciência! Ela pode bater mas não
pode apanhar?
Política tem de ter sonho, sim, mas esse sonho deve ser possível,
e quem o apresenta deve reunir as condições de torná-lo realidade. Sem cinismo.
Sem hipocrisia.
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