O JORNAL E ALGUNS EQUÍVOCOS - Nem só de
silêncios vive o homem. Hoje, terça-feira, os feirantes e a população em geral
receberam exemplares do jornal impresso A Notícia, assinado pelos editores
Flávio J Jardim e Pedro Benigno. O jornal estampa notícias dos municípios de
Pesqueira, Sanharó, Alagoinha e Venturosa, muitas delas de tom claramente
político. Nada contra, afinal, política sem polêmica é a arma das elites. Mas
deve-se ler com cuidado as notícias.
O jornal cita fartamente esse blog e as opiniões dos seus
leitores. Houve erros nessas menções, como ter atribuído a esse blog uma
entrevista com o ex-prefeito Dr. Eudes. A entrevista com Eudes foi publicada
pelo blog Venturosense, do amigo Francis Airon, e o blog reproduziu um trecho da
matéria, citando devidamente o autor. O ex-prefeito Eudes Tenório nunca
concedeu entrevista a esse blog, mas caso queira fazê-lo, será tratado com o
mesmo respeito e terá o mesmo espaço dedicado a outras lideranças políticas que
já nos honraram com suas opiniões. Outro ponto que foi omitido na matéria
jornalística foi que os pontos citados foram elaborados após o blog sondar
várias opiniões. No demais, fico satisfeito em ver que o material aqui produzido
possui credibilidade para ser citado em um jornal de circulação regional.
AS CORES DO JORNAL E
ESPECULAÇÕES. Muitos interpretaram as cores usadas na página dedicada a
Venturosa como um sinal de uma nova aliança política entre o partido amarelo e
o vermelho. Um tom rubro substituiu o tradicional verde. Ficam dúvidas se
foi apenas uma opção tipográfica ou um recado, mas é cedo para discutir
alianças. O próprio Ernandes afirmou no jornal que “2016 só em 2016”, como
tanto falava o falecido governador Eduardo Campos.
Alguns já falam em Ernandes candidato majoritário com um
vice do partido vermelho. Bem, isso é colocar o carro na frente dos bois. Ainda
não houve nenhuma declaração oficial de rompimento ou adesão e a especulação só
favorece a quem gosta de trabalhar com ela. Em política poucas coisas são piores
que um fogo amigo vindo de um inimigo.
Tem gente que é especialista em "queimar" candidaturas com boatos falsos, que de tão repetidos ganham tons de verdade.
Numa coisa o jornal acerta, nas próximas eleições o voto do eleitor de oposição será decisivo. E cada voto conta.
O DISCURSO DE
DEMONIZAR O VERMELHO DEVE CADUCAR EM 2016. Durante mais de dez anos o
discurso político do governo foi a demonização do grupo vermelho, apontado como
responsável por todas as mazelas do município de Venturosa. Uma administração
problemática do ex-prefeito Albino virou mote de várias campanhas, mas chegou a
hora dessa estratégia caducar. É só o eleitor perceber que o ex-prefeito Eudes
e boa parte dos seus primeiros tenentes vieram como dissidentes do grupo
vermelho e formaram o grupo verde. Nos oito anos de Eudes muitos mudaram de
grupo, uns saindo do governo e indo para a oposição e outros da oposição se
tornando ferrenhos governistas. Não há grupo “puro sangue” em Venturosa.
Imaginem a cena hipotética: Determinado político X sai de
partido Y para grupo Z. Lá ele detona o partido em que foi filiado e eleito a
vida toda. Alguém pode dizer: “pior que cuspir no prato que comeu é comer no
prato que cuspiu”.
O eleitor, partidário ou não, merece respeito por parte dos políticos. É dele o poder que é concedido às excelências, que o exercem de forma temporária. O povo além de ser respeitado, merece a fidelidade por parte daquele que elegeu. Fidelidade não a uma cor, mas as ideias que ventilou, as promessas que foram feitas e a uma forma ética e responsável de fazer política.
Por que digo isso? Esse partidarismo de cores, tão acirrado,
impede que Venturosa discuta algo de fundamental importância: o projeto
político para 2016, elaborado de forma a atender as necessidades da cidade,
levar dignidade para as pessoas e qualidade de vida para todas as regiões do município. Isso só é possível se
pararmos de focar em cores para cobrar dos candidatos propostas concretas para
a cidade.
Um político pode mudar de partido, mas não pode mudar de essência. Pode mudar de legenda, mas nunca pode abandonar o amor ao povo e a vontade de servir a esse.
Independente dos candidatos serem Ernandes, Eudes, Lemos,
Lula, Aécio, Dilma ou qualquer um, 2016 vem aí e deve ser tratado com
seriedade. Deixem de lado as cores! Cidades não são arco-íris.
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