sábado, 13 de junho de 2015

VAI MUITO DE CARUARU À RECIFE? Governador confirma que BR-232 terá pedágio

Paulo Câmara afirma que o Estado

Paulo Câmara afirma que o Estado "devolverá" a BR-232 para a União e se isenta de responsabilidade por cobrança de pedágio

Wagner Ramos/SEI

A MATÉRIA É DO JC. COMENTO A SEGUIR:

Uma das promessas de campanha de Paulo Câmara (PSB) em 2014 - de que não haveria cobrança de pedágio na BR-232 - está prestes a cair por terra com a inclusão da estrada no pacote de concessões do governo federal. O socialista confirmou que a tarifa deverá ser imposta aos motoristas, mas tirou a responsabilidade de sua administração e colou na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).

“A 232 é uma BR e a partir do momento em que a União decide pela concessão a rodovia passa por um processo de devolução. O processo de concessão engloba uma retribuição financeira de quem vai fazer o processo de concessão. Isso vai passar pelo PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), mas a tendência, sem dúvida nenhuma, ter um pedágio”, afirmou o governador.

Entre os governistas pernambucanos, o primeiro a levantar a hipótese de que é necessário cobrar pedágio na BR-232 foi o secretário de Transportes, Sebastião Oliveira. Pouco depois de ser confirmado no cargo, ainda em 2014, ele prometeu levar uma proposta nesse sentido ao governador. Paulo, no entanto, mostrou-se contrário à tarifa e afirmou o ideal era que houvesse pedágios apenas em rodovias que tivessem rotas alternativas fáceis - o que não é o caso da BR-232.

Ao falar sobre a BR-232 ontem, Paulo afirmou que há uma necessidade de recuperar a via até Caruaru e lembrou que há uma briga na Justiça contra o consórcio criado para a duplicação da estrada. Para o governo estadual, os problemas de drenagem que têm acarretados fissuras em sua extensão são responsabilidade das construtoras. “Todo esse processo está judicializado porque foram verificados erros construtivos”, disse.

A BR-232 é federal, mas o Estado encampou o  projeto de recuperação da via e a sua duplicação até a cidade de São Caetano, no Agreste, na gestão Jarbas Vasconcelos (PMDB)/Mendonça Filho (DEM). Na época, os socialistas, capitaneados por Eduardo Campos, questionaram o peemedebista e o democrata pelo uso do dinheiro da venda da Celpe na obra. Hoje todos fazem parte do mesmo grupo político e o assunto é passado.

Na campanha eleitoral de 2014, Paulo prometeu duplicar a BR-232 até Arcoverde. A inclusão da estrada no pacote de concessões do governo federal é uma das alternativas mais viáveis para que ele consiga honrar o compromisso já que o aporte de recursos privados facilitará as obras de expansão da rodovia.

COMENTÁRIOS DO BLOG

O MODELO DE CONCESSÃO DO PT NÃO É BEM UMA PRIVATIZAÇÃO, MAS É QUASE. A diferença é que na concessão o bem continua público, mas "arrendado" para iniciativa privada por determinado período. Bem, o governo Dilma tem procurado soluções para a marola que virou onda porque o mar não se acalmou. A crise econômica é mundial, existe há pelo menos dez anos e arrastou vários países europeus para as cordas, por exemplo. O Brasil de Lula se preparou para uma crise de curta duração, o que além de não ocorrer, foi agravada pela grave seca ocorrida no governo Dilma. Não, por incrível que pareça, não foram a Copa de 2014 nem a Petrobras que quebraram o Brasil. A última, por exemplo, vem dando lucro depois da limpeza iniciada.

Dilma tem enfrentado a crise com um pacote que em pouca coisa difere das medidas que seriam adotadas por Aécio ou Marina caso tivessem vencido as eleições. Seu erro foi prometer um comprimido e aplicar uma injeção. Os doentes reclamam do tratamento.

As concessões podem ser um "mal necessário", por isso beira a hipocrisia o comportamento de tucanos e socialistas ao criticarem as medidas de Levy. O governador também não pode criticar o pedágio de um lado e do outro ser aplaudido caso a rodovia seja duplicada até Arcoverde. Uma coisa não pode ser dissociada da outra. 

Criticar agora e depois aparecer em foto de jornal no dia da inauguração ou celebrando a geração de empregos como marca de sua gestão não dá.

Pagar pedágio é ruim, mas é melhor que se acidentar pelo péssimo estado de conservação da estrada. Não é apenas uma falha construtiva que desgastou a 232, foi o abandono da rodovia por quase uma década. Aí não existem inocentes. Nem Estado nem União.

Ao invés de tentar escapar da polêmica, o governo do Estado deveria estar sendo mais transparente com a população e desde já tentando mediar melhorias e preços justos para a conta que, como sempre, cairá no colo do cidadão.

Emerson Luiz

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