Durante dias
políticos perderam o sono em Brasília.
Com a lista que seria encaminhada por Rodrigo Janot ao STF com o nome dos que
seriam investigados na operação Lava Jato, várias excelências temiam por suas
vidas públicas. Sabia-se, ou esperava-se, que nenhum partido escaparia dado o
histórico do nosso país. Todos os cestos possuem algumas maçãs podres, poderia
se dizer. O alvo preferencial da mídia é o Partido dos Trabalhadores e seus
principais expoentes: Lula e Dilma, seu principal temor? Ver algum grande
tucano na lista.
O que
sabemos é que o grande tucano a ser citado era mesmo Aécio Neves, só que
diferente dos demais políticos já foi absolvido pela procuradoria e pela grande
imprensa. Os revoltados as redes sociais, tão pródigos em se manifestarem
contra a corrupção, tão violentos com a classe política, não se mobilizaram
contra o tratamento privilegiado dedicado à estrela tucana.
Aécio foi
citado na delação de Youssef. Segundo o doleiro, Aécio teria influência em
Furnas e receberia dinheiro de um esquema na estatal. De certo que as informações divulgadas não
foram tão precisas, pois ele diz que Aécio recebia dinheiro que era entregue a
uma de suas irmãs, sem especificar qual, mas não esqueçamos que Furnas já é
alvo de investigação desde o mensalão denunciado pelo réu confesso Roberto
Jefferson.
Caso o nome
fosse de alguém do PT, não haveria misericórdia. Nada de tratamento brando.
Genoíno foi prezo por assinar empréstimos para o partido e nunca houve provas
materiais que esse dinheiro foi usado para comprar apoio entre políticos. Mas a
mídia e parte do judiciário julgaram politicamente muitos citados, reputações
foram destruídas e o ódio de classe alimentado. O mesmo peso não foi usado com
Aécio, e, pelo que vejo, nunca será usado contra um tucano. O trensalão teve o
destino dos dinossauros. O mensalão tucano – que a mídia trata como mineiro
para não citar o partido – foi devolvido à primeira instância onde as penas
prescreverão. O que ocorre quando os suspeitos ou condenados pertencem ao PSDB?
Todos terminam soltos!
Nesse caso
em particular, não bastou aos maiores jornais do país defenderem Aécio. Eles
citaram Dilma injustamente. O nome da presidente não apareceu na delação de
Youssef. Ela não foi citada na Lava Jato, não estava entre os investigados, mas
os jornais publicaram em letras garrafais
“JANOT REJEITA INQUÉRITOS SOBRE DILMA
E AÉCIO”. A desinformação aqui é gritante. Não havia inquérito sobre Dilma. Mas
a estratégia, além de absolver Aécio de qualquer mancha, é igualar sua imagem
com a de Dilma. É mostrar aos desavisados que os dois estão em condição igual
nessa investigação. Uma mentira orquestrada de forma meticulosa e que já nasce
com ares de verdade inquestionável.
Os jornais não informam, emitem opiniões pessoais como se
fossem fatos e ainda dão munição aos golpistas. Dia 15 de março uma
manifestação está programada para pedir o impeachment de Dilma, a presidente
que não está sendo investigada, não cometeu nenhum crime e não tem manchas em
sua vida política. Muitos dos que defendem o golpe desejam ver Aécio presidente
por cima de todas as leis de nossa república. Aécio amigo dos Perrela com seus
helicópteros, citado em Furnas, com gastos estranhos com verbas da saúde. E são
esses defensores do golpe que se dizem honestos, conscientes e desejosos de um
Brasil melhor.
Há algo de muito errado em nosso país. Os bons se calam
enquanto os lobos se travestem de ovelhas e uivam de dentro dos rebanhos.
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