Já ouvi muita gente falar que só conhecemos alguém quando lhe damos poder. Mas gostaria de fazer uma sugestão aos que, como eu, concordam com essa afirmação.
Quer começar a conhecer alguém, veja como ele se comporta na busca pelo poder.
O poder. Ah, esse grande afrodisíaco! Ele torna as pessoas populares, influentes, reconhecidas e até admiradas. A quantos erros fecham-se os olhos críticos quando estes são cometidos por quem está no poder.
Se você é pobre e sincero em suas colocações é arrogante e prepotente. Se é rico ou detém poder tem pulso e fala o que pensa.
Infidelidade entre os mortais é falta de vergonha e moral. Entre os poderosos é um erro, um deslise.
Repensar atitudes entre pobres é fraqueza. Entre os poderosos é inteligência e articulação.
Então, o que se faz para alcançar o tão desejado poder de estar acima da maioria, de influenciar o destino de muitos?
* Promete-se o que não se tem e o que não se tem vontade nenhuma de fazer.
* Se esquece das qualidades do outro e em seu lugar criam-se defeitos terríveis.
* Mentir tornar-se algo trivial.
* Ameaças também.
* Preços são colocados em pessoas e nos seus valores.
Não é preciso que algumas pessoas cheguem ao poder para vermos quem são. Seu comportamento na busca por ele já anunciam o que se tornarão.
O que desaponta é ver que os que ficam na sombra delas, esperando que as migalhas caíam de sua mesa. De nada vale apelar para a consciência. O parasitismo social, econômico e político cerca o poder e aqueles que o idolatram.
Sou um esperançoso. Gosto de pensar que um dia nós que somos do povo iremos acordar desse mal fadado sonho de uma democracia parcial ainda marcada pelo coronelismo e pelo clientelismo. Vamos acordar e escolher quem pode fazer o que precisamos que seja feito.
Mas quando olho em volta e vejo a loucura tomar conta dos que querem apenas o poder e as facilidades ilícitas que ele traz temo acordar sozinho ou com poucos.
Quem sabe você que agora lê isso também não sinta essa mesmo inquietação? Então teremos mais um a sonhar e a lutar para que o poder fique onde sempre deveria estar: nas mãos do povo. E que este não o dê a quem não o representa.
Como disse Raul Seixas: Sonho que sonha só, é só um sonho que sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade.
Professor Emerson Luiz
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