terça-feira, 14 de agosto de 2012

ELEIÇÕES 2012: E mais uma vez parece que o tão desejado debate em Venturosa não vai acontecer



COMO ANDAM AS COISAS

Até agora a campanha eleitoral em Venturosa tem sido marcada por uma certa poluição sonora. 
As músicas em geral tem refrões vazios que apenas denigrem ou insistem em motes como "pisa" e "lapada". Um dos cantores grita mais que canta em frases de afronta e desafios.
As propostas desapareceram entre os ritmos de um verdadeiro carnaval fora de época.

Em poucas palavras a situação insiste num mote desprovido de argumentos: "vou fazer mais", "vou fazer o que não foi feito". A oposição propõe mudanças no que julga precisar ser melhorado, mas os dois ainda não puderam confrontar suas ideias. O motivo é simples: o grupo da situação capitaneado pelo PR se nega a debater suas propostas.

Fora de contexto o atual prefeito de Venturosa desafiou um ex-vice prefeito para um debate comparando as gestões em que os dois participaram. Não entendo qual a utilidade de um debate entre um prefeito em fim de mandato e um ex vice-prefeito que não é candidato a qualquer cargo na cidade. 

O debate que interessa ao povo de Venturosa é entre os candidatos à prefeito: Ernandes Albuquerque (PR) e José Lemos (PSD) para que ambos possam esclarecer á população como pretendem administrar a cidade. 

A estratégia do PR está sendo concentrar a campanha na figura do bem avaliado prefeito Eudes. Em seus comícios fica clara a exaltação da figura de Eudes acima do candidato Ernandes. Até os fogos consumidos para anunciar as falas do prefeito cabo eleitoral duram mais tempo. Segundo os partidários mais exaltados "um será a continuação do outro".

UM SERÁ A CONTINUAÇÃO DO OUTRO? EXEMPLOS DE CIDADES VIZINHAS

A mesma estratégia foi usada em cidades próximas. Pesqueira é um exemplo notório: Dr. Evandro lutou para eleger João Eudes que o ouviria e daria seguimento ao seu governo. Os dois racharam. Tempos depois João Eudes lutou para eleger Cleide, que continuaria a fazer tudo que ele fez. Outro racha. Hoje os três disputam a prefeitura de Pesqueira. Em Alagoinha Maurílio seria a continuação de Eraldo Paes. Hoje os primos brigaram e disputam a prefeitura de Alagoinha que pela primeira vez tem três candidatos à prefeito com a participação de Vaninha representando a ala popularmente conhecida como dos Boró.

PELA DEFESA DO DEBATE

Entende-se que há alguns anos atrás os candidatos evitassem um debate a todo custo. Onde um debate poderia ser realizado? Quem seria o interventor? Como propagar seu resultado? 

* Caso não possa ser transmitido pela Rádio Comunitária de Venturosa, Arcoverde, Pesqueira e Garanhuns possuem estações de rádio capazes de transmitir um debate entre os candidatos.
* Cada grupo possui assessores jurídicos e de propaganda que podem orientar seus respectivos candidatos.
* Num debate os temas a serem tratados são apresentados previamente aos assessorias dos candidatos. Eles tem tempo para se preparar.
*  Vivemos na era da informação. Todos tem interesse num debate direto ENTRE OS CANDIDATOS à prefeito de sua cidade. Querem vê-lo, ouvi-lo expor seus planos e suas estratégias para administrar o município.

PESQUISA OU DEBATE?

Vou usar as palavras de Edvaldo Silvestre Galindo Júnior, dono do conhecido Ipec: "Pesquisa afere um momento. Pesquisa não ganha eleição. O que ganha eleição é voto na urna".

Uma pesquisa científica de intenção de voto afere o pensamento de determinado seguimento em um momento. Mas a opinião das pessoas muda e sendo assim, os números divulgados em uma pesquisa pode mudar. O marketing de uma campanha pode favorecer determinado candidato a aparecer bem em uma pesquisa, mas isso não quer dizer que ele é o mais indicado a ocupar o cargo máximo do município.

As pesquisas "falham" justamente por isso. Fatos podem ocorrer no decorrer de uma campanha e mudar a opinião do eleitor.

Vale a pena recordar acerca de algumas pesquisas que deram errado:
- O dono do Ibope, baseado em pesquisas, disse que Lula não faria o seu sucessor. Dilma foi eleita.
- As pesquisas apontavam a vitória de Humberto Costa. Hoje Eduardo Campos governa em Pernambuco.
- Em Buíque as pesquisas falharam mais uma vez.

Num debate o foco não está nas músicas ou nas vinhetas. O candidato não fala apenas para o seu público de cima de um trio elétrico. Ele fala para seus eleitores, opositores e indecisos. É o seu ato máximo de coragem, pois enfrenta o adversário cara a cara, sem se apoiar em ninguém a não ser nele mesmo.

O debate é a forma mais eficiente de comparação entre os candidatos pelo eleitor, pois ele pode ver o desempenho dos dois no mesmo momento. 

POR QUE NÃO IR A UM DEBATE?

- Para evitar assuntos que possam desestruturar a imagem do candidato. 
- Para esconder sua insegurança ou falta de domínio com a administração pública. Um candidato pode prometer melhorar a política salarial e ser perguntado como vai fazer isso, quanto vai investir, de onde vem o dinheiro, como fazer sem ultrapassar a lei de responsabilidade fiscal e como fazer sem demitir ou reduzir o número de cargos comissionados. A promessa em palanque é melhor para esse candidato que a explicação numérica para o eleitor ou admitir publicamente que não sabe como fazer para realizar o que prometeu.
- O medo de perder votos. Caso se comprove a fragilidade do candidato o eleitor tende a mudar seu voto. Muitos preferem não se expor a correr o risco de mostrar-se como é.

PARA FINALIZAR

O debate entre os candidatos é fundamental para o eleitor. Só se foge de um debate por dois motivos: despreparo ou medo. Há tempo para se preparar, só que se for medo... todo medo tem sua razão de existir. Basta ao eleitor perguntar qual é.


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