A cidade é historicamente marcada pelo bipartidarismo. Quando não foi "amarelo e vermelho", foi "verde/amarelo e vermelho" ou, ainda, "verde/amarelo" contra "azul/vermelho". Houve tempos em que se ensaiou um "laranja", mas o negócio não vingou.
Para quem não entende eu vou explicar rápido: em Venturosa as legendas não tem muito valor. O candidato pode estar no Dem, PR, Prós, Solidariedade, PSDB, PTB ou qualquer outro. Se seu grupo é o do saudoso Delmiro, ele sempre será "amarelo" (o "verde" é mais recente e ligado a figura do ex-prefeito Eudes Tenório), se pertence ao grupo do também saudoso João Biliu, é vermelho. O grupo vermelho tem uma característica de ser mais a esquerda (ao meno na teoria).
Desde a sua emancipação política, a cidade foi bipartidária. Isso pode mudar em 2016.
Caso a situação rompa, poderemos assistir três candidaturas. O grupo amarelo pode manter a candidatura do atual prefeito, Ernandes Albuquerque à reeleição, o grupo verde trará o nome de Eudes como majoritário e a oposição repete o erro de anos anteriores de ainda não ter um nome definido para a batalha eleitoral.
Alguns analistas dizem que com três candidaturas o grupo vermelho será vitorioso. Tenho minhas dúvidas. Boa parte do eleitorado venturosense, principalmente os mais jovens, não seguem mais partidos de forma apaixonada, eles têm uma pauta própria e desejam propostas que os contemplem. Outra parte do eleitorado está desiludida com as lideranças partidárias, não se vêem mais representados por eles e, por isso, não têm motivos para seguir as indicações dos caciques.
Aí caberá aos candidatos saberem alcançar não apenas os corações dos eleitores, mas também suas mentes. O clima de desilusão com os políticos é sentido em todo o país. Vimos nas últimas eleições que até mesmo a velha polarização PT x PSDB está prestes caducar.
Há possibilidade real de uma terceira candidatura em Venturosa? Vai depender o tamanho do ego dos envolvidos. Politicamente não há motivos para um racha entre o grupo da situação. O governo de Ernandes não se distanciou do modelo adotado por Eudes Tenório nos serviços prestados à comunidade e legalmente pode ser reconduzido pela vontade popular.
Na oposição falta sangue novo e um discurso que parta do povo. Há bons nomes nos quadros, gente nova, capaz de agregar e renovar as práticas. Resta saber se terão o apoio necessário para se lançarem candidatos. E se o tiverem, já está passando da hora de terem seus nomes lançados para conhecimento público.
E você, amigo navegante? O que acha?
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