Reunião da Agenda Positiva de Venturosa: Novos rumos e a truculência da velha política

A REUNIÃO

VENTUROSA - 19 de Novembro.

O Centro Comunitário Cultural foi palco da primeira reunião pública da Agenda Positiva de Venturosa. Lá estiveram presentes lideranças políticas, comerciantes, empresários, professores, funcionários públicos, trabalhadores rurais e representantes dos mais variados segmentos da sociedade.

No centro das ideias estava o esclarecimento sobre a postura do Partido Social Democrata - PSD, que conta com a presença doVice-prefeito Paulo Tenório, José Lemos, Zé de Jú Vaz, Uziel Valério, Ediel Valério, Rubens Valério, Hugo Vasconcelos e demais filiados.

O primeiro a falar foi o Presidente do Partido e Vice-Prefeito de Venturosa Paulo Tenório Sobrinho. Ele explicou como o partido foi criado dentro das bases de apoio do atual governo municipal, com o apoio do atual gestor e de seus articuladores políticos. O objetivo era ter autonomia e maior participação nas decisões. Nada foi feito as escondidas ou no intento de trair ou dividir. 

Logo após veio o pronunciamento do senhor Ademar, secretário de Saúde do município de Venturosa. Num a fala objetiva e concisa, Ademar que hoje é filiado ao PR, partido presidido pelo prefeito Eudes Tenório, falou sobre o desejo de contribuir na construção de uma Venturosa ainda melhor. 

Em suas palavras: "Não nos unimos para defender ambições pessoais. Também não estamos unidos para nos impor sobre ninguém. Estamos aqui hoje, unidos com cada um e cada uma de vocês, para escutar, acolher e propor melhorias para nossa cidade.  Não é assim que se faz um governo popular? Acolhendo as propostas do povo? Aqui estão pessoas de bem. Pessoas das várias regiões do nosso município que como Eu, Lemos, Paulo Tenório, desejam o melhor para Venturosa. O grupo que está nascendo conosco se coloca a disposição para dialogar com as diferenças, respeitando e procurando crescer, mas nunca curvando a cabeça diante de qualquer injustiça ou imposição."

Dos pré-candidatos o último a se pronunciar foi o Sr. José Lemos. Numa fala emocionada ele contou como chegou a Venturosa em 1981, de como constituiu sua família e do desejo de servir ao povo dessa cidade. Em sua trajetória expôs seu trabalho, o compromisso e a competência com que desempenhou cada uma das funções que exerceu: Gerente de Agência Bancária, Secretario de Educação e Administrador de Empresas.

"Aprendi com todas as minhas experiências e sempre defendi que o crescimento deve ser acompanhado pela humildade. Sempre quis trabalhar por Venturosa e se isso hoje parece possível não é porque estou me impondo, é porque vocês, povo dessa bela cidade, acreditam e confiam que posso fazer isso. Que posso ajudar essa cidade e principalmente os mais pobres, os que mais precisam de atenção. Sou pré-candidato e digo de coração que se for da vontade de Deus e do povo de Venturosa jamais desapontarei vocês". 

O evento foi encerrado pela fala dos filhos de Seu Lemos: Diego, Felipe e Hugo que ressaltaram desde os valores que aprenderam dos seus pais e do orgulho que sentiam não do administrador bem sucedido, mas do homem honesto e humilde que eles amavam e respeitavam incondicionalmente.

Quando o locutor Fábio Santos encerrou as falas e deu inicio ao coquetel todos os presentes comentavam animados os eventos da noite.

ALGUMAS COLOCAÇÕES SOBRE A TRUCULÊNCIA DA VELHA POLÍTICA

Vivemos em um país democrático. Legalmente a ditadura foi extinta em 1985. A Constituição de 1988 afirma  que :

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Entre sexta e sábado a cidade foi palco de ações dignas da Ditadura ou dos velhos coronéis que mandaram e desmandaram no sertão. De acordo com várias fontes (que prefiro manter em sigilo para a segurança das mesmas) foram feitos vários telefonemas ameaçando contratados e servidores que ocupam cargos comissionados. O ordem era não ir a essa reunião.

Um dos articuladores políticos do atual governo chegou a dizer que por ele todos os que fossem a uma reunião convocada por Paulo, Lemos e Ademar serie demitido.

Os secretários de governo foram ameaçados.

Nos sítios pessoas foram visitadas e orientadas a não comparecer.

Num blog por aí tentaram difamar o vice-prefeito, o secretário de saúde e o senhor Lemos.

Esse blog foi vítima desses ataques que usavam termos depreciativos e de baixo calão mas não vivemos de ofensas ou difamações. Aprendi desde cedo que não é agredindo que provamos nosso ponto de vista.

 Fico me perguntando se é assim que se faz política. Não consigo conceber um governo de todos quando só alguns podem pensar, quando só alguns tem o direito de se reunir, quando só alguns tem o direito de propor e quando apenas uma minoria pode se colocar a serviço da comunidade.

Várias fontes repetiram a mesma afirmação: SEGUNDA FEIRA COMEÇAM AS DEMISSÕES.

Tenho duas esperanças: Primeiro que isso possa ser boato (mas não tenho muita fé nisso)

Segundo: que até o dia de amanhã as pessoas aprendam a respeitar as opiniões diferentes e principalmente a perceber que toda pessoa tem direito a liberdade de pensamento e de expor o que sente e deseja. Não é com perseguição e autoritarismo que se faz política. Não é com ameaças que se consegue união.

Lembro que comecei a trabalhar jovem, como oficineiro do PETI. Foi marcada uma reunião com todos os funcionários, isso há dez anos atrás. Eu era eleitor de Lula. O prefeito da época nos reuniu para dizer que era nossa obrigação votar em José Serra. Eu me recusei a colocar o adesivo com o nome de Serra e um funcionário deu um tapa em meu peito para fixa-lo. Continuei sem votar em Serra e me recusei a muitas coisas que feriam meus ideais. Fui demitido.

Já vi o filme de ontem.

Aprendi muito e me orgulho de dizer, por experiência própria, que a dignidade de um homem é algo que não se compra nem se corrompe com o uso da força.

Escrevo hoje tomado por uma certa emoção e muita indignação com práticas autoritárias que destoam de tudo o que acredito ser verdadeiro. Esse papel não cabe num governo que tanto fez por Venturosa. Espero sinceramente que o respeito marque a postura a ser tomada com aqueles que apenas expressaram sua vontade de ouvir o que essas pessoas queriam dizer.

Espero não ter ofendido ou agredido ninguém com minhas palavras, mas prefiro pecar por sinceridade que por omissão.