sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Onde estão nossos referenciais?

Hoje estou melancólico e saudoso, perdão.

Forçado a ficar em casa acabo de me deparar com um caleidoscópio de lembranças. Algumas músicas que ouvi  ainda na infância - Alegria, alegria, de Caetano, Ouro de tolo (Raul Seixas), Pra não dizer que não falei das flores (Geraldo Vandré) - e outras na minha adolescência - Que país é esse? (Legião Urbana).

Meus pais já foram militantes políticos, ambos do PT, quando eram mais jovens do que são hoje. Os amigos que frequentavam nossa casa e meus melhores professores também militavam, nem sempre com as mesmas opiniões dos meus pais, e como isso foi rico para mim! Desde cedo convivi com diferentes ideias de pessoas que desejavam o bem coletivo e trabalhavam, cada um ao seu modo, para isso.

A geração dos meus pais e de seus amigos foi a que viu o fim da Ditadura, já na fase da reabertura, e que ainda sofreram algumas represálias por um jornalzinho que circulou em Venturosa e criticou algumas realidades. Na época o descaso com o açude - apelidado carinhosamente de "Penico de Venturosa" - levou um nobre amigo deles a prestar depoimento. Quanta história! Quantas lutas!

Minha geração viu os caras pintadas contra Collor (meu pai havia votado em Brizola) e elegeu o primeiro presidente metalúrgico do país. Era a realização de um sonho, a possibilidade da mudança. Pensei que veria isso também em minha cidade: um governo democrático que possibilitasse desenvolvimento, emprego e melhoria da qualidade de vida valorizando a diversidade e a igualdade de direitos.

Vimos tantas coisas, idealizamos tanto e quanto realizamos?

Tenho 28 anos de idade. Continuo a sonhar que tal coisa é possível. Lutei para que fosse, ainda sonho que seja, mas admito que não chegamos lá.

A cidade cresceu, o comércio está melhor, os funcionários municipais recebem em dia: ótimo. Mas nada disso é extraordinário. Ainda temos muitos problemas a serem enfrentados, e o próximo gestor municipal não deve reproduzir o discurso atual. Não é o que se passou, é o que deve e precisa ser feito!

A internet está repleta de comentários anônimos sobre o futuro da cidade. A maioria deles (infelizmente) expressa fanatismo e incoerência. Não se reconhece o que se fez nem se propõe nada de novo a não ser um tedioso e pobre discurso difamatório. Existem leis que responsabilizam proprietários de blogs sobre danos e agravos em suas páginas, mesmo que estes tenham sido feitos por anônimos, mas isso parece não interessar muito, ainda. 


Este blog também foi vítima de tais comentários, mas não publica nem publicará agressões a quem quer que seja.


Onde estão os nossos referenciais? Os modelos a serem seguidos ou perseguidos (alcançados)? Quais as ideias e propostas para promover as desejadas mudanças em Venturosa? Em breve iremos conhecer as opiniões de várias personalidades (muitos pré-candidatos) sobre a cidade de Venturosa. Suas palavras serão respeitadas e comunicadas tal qual as proferiram e caberá a cada um dos amigos blogueiros analisá-las.

Buda disse que não devemos viver no passado nem nos angustiar com o futuro, mas viver o momento presente. Então é hora de nos questionar sobre nossos valores e nossas atitudes, construindo uma sociedade democrática, humana e fraterna, livre de preconceitos e de todos os tipos de violência.

Até breve.

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