quarta-feira, 18 de novembro de 2009

OPERÁRIOS INÚTEIS



Na escuridão da estrada vislumbro faróis de esperança. Fachos de luz que iluminam o caminho, numa majestosa alegoria de vida. Mesmo a escuridão mais densa é finita, sendo quebrantada por luzes passageiras que prefiguram em si a luz derradeira da esperança, da liberdade, da vida plena que vence a morte.
Luzes no caminho, vozes no deserto, sinais a orientar aqueles que buscam o caminho. Sinais finitos, semelhantes aos círculos gerados pela pedra que arremessamos no meio do lago, pequenos no inicio e maiores no fim.
As luzes da estrada lá estão não para ofuscarem os outros com seu brilho, mas para salvaguardar os caminhantes, aqueles que sabem do caminho e aqueles que estão no caminho mesmo desconhecendo o lugar para onde querem ir. Luzes operárias inúteis, pois ao fim da noite nada fizeram além da sua função, mas ao mesmo tempo, luzes inúteis imprescindíveis, pois não há como sem elas atravessar a escuridão sem riscos de se perder enquanto aguardamos o sol do novo e perpetuo grande Dia.

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