domingo, 22 de novembro de 2009

CASA VELHA




Elevada com barro e madeira
Chão batido no forró
A tinta quase por derradeira
Depois poucos móveis e bater o pó
Casa velha da estrada
Casa velha, meu coração dá um nó
Casa de alpendre
Arrumada
Casa da minha avó

A casa é grande, a gente amistosa
Alpendre na varanda
Plantas, flores e sombra gostosa
Duas janelas, uma porta aberta
Compõe a paisagem frondosa
Casa velha da estrada
Sua história é gloriosa

Na frente um grande pé de mulungu
No terreiro árvores e criação
Galinha, guiné, e na parede a gaiola
Perto tem curral de gado e de guarda um cachorro bão
De noite antes de dormir se reza o terço
Dedicado a Maria com amor e devoção
Casa velha da estrada
Faz doer meu coração

Casa velha sem camas nos quartos
Onde todo mundo dormia na rede
Sempre acordando cedinho
Buscando água de cacimba para saciar a sede
Sentados na mesa grande de madeira
Numa alegria que não se mede
Falando de boca cheia
Aquilo que o peito pede

Casa velha de cantoria
Forró, festa e reunião
Do namoro escondido
Das cartas de sim ou não
Na glória de minha vida
Foste minha grande paixão

Agora estás mudada
O tempo te levou a cor
Acabaram-se tuas festas
Os terços em louvor
Mas enquanto este coração bater
Serás meu primeiro e eterno amor!

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