O assunto tem
percorrido as redes sociais nas últimas semanas. O drama enfrentado pelos
índios da etnia Guarani – Kaiowá. Como tantos outros povos indígenas no Brasil
eles lutam para assegurar em lei o direito a retomada de suas antigas terras.
Mas isso não envolve apenas a posse de terras. Para os índios isso quer dizer o
direito inalienável à vida, a preservação de sua cultura, a perpetuação de suas
tradições e a continuidade de todo um povo.
Para os
fazendeiros e megaempresários do agronegócio terra quer dizer lucro, e lucro
quer dizer muito dinheiro. São eles que elegem deputados e senadores das
bancadas ruralistas, são do seio de suas famílias que nascem juízes,
desembargadores, oficiais de justiça, delegados da polícia federal, prefeitos e
vereadores, e claro e não menos importante que cooptar o sistema a seu favor, é
do bolso deles que sai boa parte da publicidade das revistas e emissoras de
televisão.
Os guarani Kaiowá
se encontram acampados há um ano nas terras dos seus ancestrais, terra que para
eles é sagrada. O grupo de 170 indígenas se fixou em terras de uma fazenda à
beira do rio Hovy, no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.
Ante o temor de
serem expulsos dessa terra pela Justiça Federal os índios já expressaram por
meio de carta que de lá não sairão vivos. Contra eles já se levantou a lei da
força, aquela usada pelos fazendeiro que contratam pistoleiros e usam a seu
favor da mão do Estado contra as minorias.
A revista VEJA
também já fez seu papel de instrumento da extrema direita conservadora.
Criminalizou os índios, acusou os manifestantes de ignorantes e de
desconhecerem a realidade e elogiou a produtividade agrícola do Mato Grosso do
Sul. O “rei” Pelé emprestou seu prestígio para a turma da senadora Kátia Abreu e
estrelou um comercial dos ruralistas marcando um enorme gol contra a ética e a dignidade. Vestido com as cores da seleção brasileira o "rei" apoiou aqueles que se colocam contra direitos básicos dos povos indígenas.
Estudantes se
mobilizaram em Brasília em defesa dos Guarani e Kaiowá. Milhares de pessoas tem
aderido a essa campanha nas redes sociais. “Todos somos Guarani – Kaiowá”
compartilham e “curtem” insistentemente como forma de chamar a atenção para o
drama dos índios, torcendo para que a justiça não seja tão cega.
No horário nobre a
Globo traz a tona o tema do tráfico de seres humanos. Atravessa o atlântico para
narrar o drama dessas pessoas enquanto fecha os olhos para o que acontece em
nossas rodovias e no interior dos nossos estados. SALVE JORGE? NÃO! Já tem
muita gente preocupada com ele, vamos salvar os nossos índios, nossas matas,
nossa cultura, nossas famílias e o futuro dos nossos jovens, quem sabe assim
conseguimos salvar também a nossa dignidade e o orgulho de sermos brasileiros.
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