sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

É preciso ir além de preto no branco – Reflexão sobre a política de Venturosa

 A política vem das antigas pólis gregas. De todas as definições do termo, a que mais gosto é a de uma organização em prol do bem comum, que envolve projetos que melhorem a vida das pessoas e permita que desenvolvam as suas potencialidades. Penso que o gestor público deve sempre exercitar a arte do ‘saber cuidar’ das pessoas. Político, antes de gostar de ser político, deve gostar de gente!
Leio sobre política venturosense e não encontro nada de novo sob o sol. Procuro nas entrelinhas: a quem interessa a nota? Prefiro deixar a resposta no ar para que cada um possa chegar à sua própria conclusão. O que desejo mesmo é falar de algo urgente, inadiável, que é a necessidade de enxergar novos horizontes.
Precisamos de pessoas que ocupem os espaços da política e o façam de forma consciente, indo além de cores, bandeiras e partidos. Como disse, pessoas motivadas pelo bem comum, que tenham em seu coração o desejo sadio de ajudar a cuidar de gente, semear futuros, derrubar muros e construir pontes. Pessoas que saibam que se opor a ideias não é só opor a indivíduos, que a discordância deve ser aceita como natural e não tratada como um mal a ser combatido, perseguido e extirpado da comunidade. Precisa-se, urgentemente, de pessoas que queiram ocupar espaços na política, mas não para terem vantagens pessoais. Precisamos de políticos que queiram servir e não serem servidos, que entendam que seus cargos existem não para lhe darem privilégios diante do povo, mas obrigações para com ele.
O desejo de mudança que Venturosa deveria ter era esse. As eleições municipais ainda estão distantes e aqueles que desejam disputar o cargo deveriam se preocupar primeiro no que podem fazer pelo povo. Não se pode negar o que foi feito até aqui nem se render a um pessimismo acrítico d dizer que nada foi bom, isso não é se opor a um projeto ou apontar um caminho. Isso é a velha política arraigada nas estruturas do ser.
A cada dia tenho mais ojeriza por política partidária. Ela cega às pessoas e nubla o sentido.
Quem vai ser o candidato a prefeito? É a pergunta errada a se fazer agora. E de uma pergunta errada dificilmente sairá uma resposta correta.  A pergunta correta seria: o que se pode fazer para melhorar políticas públicas de saúde, educação, trabalho e renda? E a partir daí conhecer o que pensa cada um, quais os projetos e as condições de torna-lo reais para nossa gente.
Não sou partidário. Das vezes que me envolvi com política o fiz por acreditar em pessoas ou projetos, venci tanto quanto perdi e cada experiência me trouxe aprendizado que procuro compartilhar sempre que possível. E hoje, mais que cores, precisamos de projetos e de renovação. E quando falo renovação não é alternância de poder entre os grupos existentes. Falo de uma nova postura, uma nova mentalidade diante dos muitos desafios a serem vencidos. Vote em quem você votar, pense nisso: a política deve ser exercida para o bem de todos. A qualidade do seu político reflete sua qualidade de eleitor. O resto é conversa.


Emerson Luiz

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