domingo, 31 de maio de 2015

A POLÍTICA DE 2016 JÁ OCORRE NOS BASTIDORES. O QUE SERÁ QUE VAI MUDAR?


Ainda tem muita água para rolar debaixo da ponte, mas se as previsões se confirmarem as eleições municipais de 2016 poderão marcar o fim do bipartidarismo venturosense. Há pouco mais de um ano das eleições os nomes ventilados para disputar o cargo pertencem,em teoria, ao mesmo grupo político.

O atual prefeito Ernandes Albuquerque e o ex-prefeito Eudes Tenório foram eleitos pelo PR, numa aliança entre partidos que ficou conhecida como grupo verde-amarelo. As oposições estavam aglutinadas no grupo vermelho.

Em 2016 poderemos assistir ao embate entre políticos de um mesmo grupo. Caso o prefeito Ernandes opte por disputar mais um mandato (a proposta de fim da reeleição aprovada há pouco permite isso aos prefeitos eleitos em 2012), poderá ter de enfrentar o popular e influente Eudes Tenório, o Bacurau, como é chamado por muitos na cidade e que é pré-candidato desde que deixou a prefeitura.

E a oposição? Minhas críticas à oposição são duras e sinceras. O grupo de oposição teve todas as oportunidades de apresentar um projeto de cidade, percorrer o município colhendo ideias e revitalizar suas bases, só que mais uma vez não o fez, preferiu a inércia que o enfrentamento e com isso perdeu espaços valiosos. 

Poucos nomes hoje seriam capazes de dar credibilidade a uma candidatura oposicionista. Os que ainda votam tradicionalmente em um partido não são tão numerosos quanto antigamente. O eleitorado mais jovem nem sempre vota como votam seus familiares. 

Com três candidaturas um candidato "vermelho" não faria feio nas urnas, mas dificilmente derrotaria Eudes ou Ernandes, não pela falta de combatividade, mas pela aparente falta de organização do grupo.

Alguns membros da oposição, que preferem não ter o nome divulgado, apontam que um candidato vermelho poderia partir com 3000 votos, mas reconhecem que seria difícil ampliar esse número de forma a vencer a disputa. Seria um páreo duro, mas muito arriscado.

De fato, faltou a oposição uma liderança capaz de somar forças no grupo e pautar uma agenda positiva que aumentasse a influência do grupo. O que vemos hoje é um grupo com muitos caciques e poucos índios. 

Ernandes tem direito a tentar se reeleger? Sim. Os índices apontam que tem feito um bom governo e teria fortes chances de ser reconduzido pelas urnas.

Eudes tem direito a tentar voltar ao governo? Sim. O ex-prefeito foi o principal cabo eleitoral de Ernandes e possui prestígio suficiente junto ao eleitorado para isso.

A oposição pode indicar um candidato? Claro que sim. Nada mais natural numa democracia. Agora o candidato de uma terceira via deve pontuar o que diferenciaria sua candidatura das demais e ter apelo popular. A história tem mostrado que candidatos apresentados de véspera não têm muita chance de vitória.

Nesse jogo, quem sairá ganhando é o eleitor. Com o fim do bipartidarismo o povo de Venturosa poderá, caso seja de seu interesse, comparar planos de governo e propostas para a cidade. 

O fanatismo político tende a perder força. 

Nos bastidores se trabalha por alianças entre políticos da oposição e um dos possíveis candidatos. Tanto Eudes quanto Ernandes gostariam de ampliar suas forças. E aqui trabalhamos com hipóteses e não com fatos: caso haja uma divisão do grupo governista com candidaturas de Ernandes e Eudes e um deles consiga uma fusão com grupos que compõe a oposição, nossa política municipal nunca mais será a mesma.

Quem viver verá.



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