sábado, 20 de março de 2010

A marreta da morte é tão forte que a pedreira da vida não aqguenta

BRÁULIO TAVARES

Esta vida é uma nuvem passageira
e é de perto que a morte a acompanha:
até mesmo a mais sólida montanha
todos sabem que é feita de poeira.
E eu comparo esta vida a uma pedreira
majestosa, elevada e pardacenta,
mas a morte, com mão sanguinolenta
quebra pedra por pedra à martelada.
A marreta da morte é tão pesada
que a pedreira da vida não agüenta.

Também penso que a morte é um martelo
fabricado de ferro, chumbo e aço
que derruba pedaço por pedaço
um rochedo imponente, forte e belo.
Não tem muro ou parede de castelo
que resista ao poder da ferramenta
que é mortífera, dura e violenta
e espatifa com o peso da pancada. A
A marreta da morte é tão pesada
que a pedreira da vida não agüenta.

Certas vezes eu penso que a morte
é igual a marreta impaciente
quando bate na rocha resistente
e não acha uma pedra que a suporte.
A marreta então bate, bate forte,
chega o ferro avermelha quando esquenta,
e essa rocha tão forte se arrebenta
se transforma em poeira bem pisada ...
A marreta da morte é tão pesada
que a pedreira da vida não agüenta.

disponível em: http://www.interpoetica.com/corda_braulio.htm

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