domingo, 28 de março de 2010

Carta aos amigos




Embora desejasse escrever uma carta, não lembro bem como se faz. Creio que a última carta que escrevi foi na virada do milênio, antes do advento da internet e dos aparelhos de telefonia móvel. Lembro do som engraçado da ponta do lápis arranhando o papel branco, do cheiro do perfume que se colocava no papel que levaria sonhos e confissões de amor. Mas creio que o que vale em si não é o papel nem o cheiro, o importante é o sentimento.

Antigamente iniciava-se a escrita com o local onde a carta foi escrita e a data, então deveria ter escrito lá em cima algo como: meu coração, ontem, hoje e sempre. Sim, pois é dele que envio esta mensagem, e o tempo em que quero que ela seja lembrada se resume a este.

Quero te falar de coisas que não podem se perder: o brilho nos seus olhos quando você fala dos seus sonhos e seus projetos, a força avassaladora do seu abraço que parece ser capaz de proteger do mundo, o som maravilhoso da tua risada, mesmo quando você acha graça de piadas sem graça.

Não posso esquecer de como tua lágrima continua a ser um mistério. Quantas vezes não provocasse choro e riso com essa mesma lágrima? Não quero exaltar muito tuas grandes qualidades, não porque não as tenha, mas quero que você as descubra e cultive sem uma intervenção desnecessária, mas saiba de uma coisa: se um dia esquecer que as tem não medirei esforço para que você lembre de cada uma delas.

Queria ser capaz de compor um poema em sua homenagem, mas não consigo rimas para milagre, único, insubstituível. Temo não ser capaz de encerrar tanto mistério em poucas linhas, de narrar os detalhes que marcaram os passos que efetuamos nessa estrada, nem sempre justa, da vida.

Caso queira que fale como nas cartas que escrevia antigamente (e como era bom abrir o envelope e desdobrar o papel, era quase como apertar a mão ou abraçar a quem nos escrevia) e conte um pouco sobre mim, devo dizer que continuo a sonhar, amar e crer que ainda somos capazes de viver e realizar, e que acima de tudo, estou muito feliz por poder dizer que você é meu amigo.

Desejo-te paz, saúde e amor. Desejo que possa se redescobrir e reinventar todos os dias, sem mais perder sua identidade. Desejo que continue a construir maravilhosas amizades, e que possa enviar belas palavras a elas, pois o terreno do coração é fértil e devemos cuidar do que semeamos nele. Que seus dias sejam belos, e que se você se cansar ou se desesperar, que não seja por muito tempo, e que nesses dias, possa encontrar alguém com quem desabafar, ou lembrar de um conselho amigo.

Sim, porque conselhos dados podem ser profecias que se manifestam em nossa mente no momento oportuno, não para nos condenar por não ter dado ouvidos, mas para lembrar que sempre há uma saída. Desejo noites de paz e amor, de sonhos, seja ao dormir ou ao acordar.

E espero que lembre que a distância as vezes faz aumentar as verdadeiras amizades.

Por fim, muito obrigado por continuar a ser esse milagre único que é você.

Abraço, do seu amigo...



Autor: Emerson Luz Galindo Almeida

por favor, ao repassar manter o nome do autor. Mais textos e poesias no blog: http://emersonluizgalindo.blogspot.com

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