Partindo para a analogia (não vou citar nomes ou cores que caracterizam os partidos pois respeito seus eleitores) os times ainda não foram escalados. Fala-se em convocar gente das antigas, com experiência em competições de porte para inflamar a torcida, outros dizem que os desafiantes vão apostar nos novos talentos, injetar sangue novo para recuperar a taça. Houve uma transferência mal sucedida entre os clubes que disputarão a taça já que um ronaldinho do município não trouxe mais torcedores e desanimou até mesmo os torcedores mais fanáticos do novo clube. Uns falam que trazer jogador aposentado de outro time dá azar, mas quem escuta?
Os cartolas já trabalham nos bastidores. Esse é o ano do termômetro. É o ano de construir (e desconstruir) a imagem dos craques de ambos os times. Ora se exaltam as virtudes de um, ora se expõe com crueldade suas fragilidades, e onde estas não forem encontradas, tenham certeza meus amigos, elas poderão ser criadas rapidamente.
O torcedor tem de tomar cuidado com isso. Vestir a camisa do seu time é ótimo, mas não podemos deixar a violência estragar a partida ou desfazer amizades. Quando o jogo acaba cada um de nós continua a ser o que sempre foi. Creio que os torcedores ainda são muito mais leais aos seus times que os jogadores e os dirigentes desses clubes. Esses só olham para as arquibancadas perto da decisão para ver qual está mais ou menos lotada e aquecer o próprio ego e talvez o de um ou dois massagistas.
Trocar de camisa, pode? Numa partida inflamada isso pega mal. O vira-casaca é mal visto, mas como o jogo ainda não começou cada um vai ter tempo de escolher para qual time quer torcer.
Depois que os técnicos divulgarem a escalação oficial, recomendo aos torcedores indecisos que procurem logo após a divulgação do nome dos atacantes se estarão jogando com eles a ética, o compromisso, o respeito, a saúde, a educação, o esporte, a segurança pública, o desenvolvimento, a qualidade de vida, o apoio ao homem do campo e um plano de governo que possa ser posto em prática.
E antes de vestir a camisa é bom olhar o banco de reservas, pois, às vezes quem tá lá joga o segundo tempo todo e empurra o desempenho do time pro buraco.
E para finalizar essa crônica esportiva recomendo que ninguém entre em campo de salto alto. A grama é democrática e derruba quem não joga direito.
Emerson Luiz
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