segunda-feira, 19 de abril de 2010


Vinicius de Moraes assim iniciou o seu soneto da separação:

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto


Não desejo escrever sobre separação, é muito drástico e deprimente. Desejo escrever-lhes sobre amizade, encontro e esperança.

Da amizade que brota da vida, mesmo entre pessoas tão diferentes, que não possuem quase nada em comum, e de repente: o milagre único da vida os torna amigos. Passamos a dividir nossas experiências, sonhos, desejos, medos, e assim, deixamos de ser sozinhos para caminhar juntos durante parte de nossa estrada.

E nesse encontro, acabamos descobrindo que quando alguém discorda de nós, essa pessoa é capaz de nos tornar melhores. Passamos a nos reavaliar, repensar atitudes e comportamentos, e graças ao outro, vemos como o mundo pode ser ainda mais belo, e que cada um traz em si um mistério a ser revelado, um milagre a ser vivido e um sonho a ser realizado.

Durante pouco mais de dois anos fui agraciado por Deus todos os dias. Ao adentrar nos átrios dessa casa e me deparar com a esperança que somente os jovens são capazes de despertar aprendi a ser um ser humano melhor, a não ter medo do diferente, a sorrir para espantar problemas e às vezes a chorar quando estava muito feliz.

Errei tanto quanto acertei. Quebrei a cara algumas vezes, fui severo quando devia ser terno, e às vezes me senti mais manso do que deveria, mas não me arrependo de nada. A vida não nos permite mudar o passado, tão pouco antecipar o amanhã. Ela nos dá de graça o hoje, para ser o que quisermos fazer dele, por isso o chamamos presente.

Então que no hoje de minha vida, possa agradecer a cada um de vocês, estudantes que compartilharam um pouco de sua vida comigo. E quando a saudade parecer maior que posso suportar, fecharei os olhos e recordarei dos bons momentos, dos risos e brincadeiras e até mesmo das piadas sem graça que agora, estranhamente, parecem tão divertidas, pois como disse certa vez Adriana Falcão: “Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue."

Por fim, agradeço a cada um cada uma que me concederam a maior dádiva dessa vida: o tesouro incomensurável de sua amizade e companhia.

Que DEUS abençoe a cada um e cada uma, e que um dia, na presença ou na saudosa e viva lembrança, possamos nos reencontrar.

Abraço amigo,

Emerson Luiz



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