quarta-feira, 9 de março de 2011

Sobre festas e manifestações culturais

Espero não ser mal interpretado neste post.

Primeiro, não é de meu interesse fazer apologia ou atacar pessoas. Desde cedo aprendi que grandes seres humanos debatem ideias, seres humanos medíocres falam sobre pessoas. Mas como diz o poeta: "Deixa eu gritar o que penso dessa vida, preciso demais desabafar!"

Segundo, espero que os que leiam isso encarem a crítica como construtiva.

Como professor, como cidadão, quero, assim como fez o grupo de rock Titãs lembrar "que a gente não é só comida, a gente quer bebida, diversão, balé", não queremos apenas o concreto e palpável, necessitamos de cultura, daquilo que emociona, encanta. Queremos beleza e alegria em nossas vidas.

Alguém uma vez me disse que organizar carnaval era desperdício. "O povo vai festejar fora". A cidade de Venturosa tem mais de 15 mil habitantes. Todos eles foram festejar o carnaval fora? Fico a esperar a resposta dos meus mudos botões.

Nossa gente é afetuosa e festiva. A prova disso foram as festas de fim de ano. Poucos estavam satisfeitos com as atrações mas compareceram para estar junto da família e dos amigos, mas ninguém se engane, comparecer não é sinônimo de aprovar. Muitos já reclamam das atrações da festa de emancipação política do município. Não por não respeitarem os artistas locais, mas por esperar inovações juntas de uma comemoração tão importante!

Não faço isso como um ato de política ou politicagem. Não sou político nem almeijo cargos ou privilégios. Escrevo essas linhas como cidadão venturosense que está descontente com os ramos que nossa cultura tomou. A única associação de artistas existente em nossa cidade sequer promove seus filiados.

Mas como disse Ariano Suassuna, o nordestino é um ser esperançoso. Guardo em meu peito a esperança que nas festas juninas os desejos do POVO de Venturosa seja atendido, ou pelo menos que O POVO seja ouvido antes que as bandas sejam contratadas.

E antes de encerrar minhas palavras quero fazer memória a dois personagens históricos. O primeiro deles é Luis XIV, o rei Sol, que teria dito "L'État c'est moi" (O Estado sou eu). Ele encarnou o absolutismo e hoje seu nome ilustra os livros de história como recordação de dias passados que não devem retornar. O outro é Jean-Jacques Rousseau, autor da célebre obra O contrato social. Foi ele que primeiramente afirmou que todo o poder reside no povo, dele emana e para ele retorna. O povo exerce esse poder por meio do voto e embora poucos saibam disso, as ideias de Rousseau continuaram depois de sua morte e contribuíram para o fim do absolutismo.

Espero afetuosamente que os amigos prefiram assemelhar-se ideologicamente a Rousseau, pois todos sabemos que o Brasil não é muito fã da monarquia.

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