segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A ESPERANÇA VENCEU!!!


“Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.”

Vinicius de Moraes, Operário em Construção.


E mais uma vez a esperança venceu o medo. O operário, migrante nordestino, perseguido por aqueles que por tanto tempo governaram despoticamente o país testemunharam a materialização das palavras do revolucionário Ernesto Che Guevara: “os poderosos podem matar um ou duas rosas, mas não podem impedir a chegada da primavera”!

Por três vezes o candidato operário foi derrotado nas urnas, mas a semente lançada germinava lentamente em nossa nação. E quando os ditames de um modelo de nação injusto pareciam sufocar nossa voz, eis que as vozes da mudança retumbaram em nosso peito. Era possível ao operário uma nova dimensão? Era possível a alguém que não foi educado na Europa, não dominava o inglês ou possuía mestrado guiar o país em sua mudança histórica?
A elite sussurrou que tinha medo, o povo bradou em alta voz que tinha esperança! O operário Luís Inácio foi erguido ao posto de presidente, e foi esse presidente Lula que escreveu algumas das mais belas páginas de nossa história contemporânea.


O Brasil cresceu e prosperou. Milhões saíram da pobreza extrema e formaram uma nova classe média, milhões de jovens puderam ingressar no Ensino Superior, o povo recuperou sua auto-estima e sentiu-se orgulhoso de um novo Brasil que nascia.

Um Brasil que deu mais um passo significativo: elegeu a primeira mulher presidente de sua história republicana. Embora essa mulher tenha sido guiada a esse cargo pelo seu antecessor, um homem-mito que só o futuro poderá dizer se soube esquivar-se da imagem forjada sobre o homem Luis Inácio, a escolha popular por Dilma simboliza a opção pelo Brasil mais humano, inclusivo e autônomo.

A Dilma que possui história própria, tendo lutado contra a ditadura que se abateu nesse país por vinte anos, sendo presa e torturada. Uma mulher forte que não desistiu dos seus sonhos e ideais, mesmo diante da cruel violência.

Muitos desafios não foram vencidos durante a gestão de Lula: a necessária reforma política, a reforma agrária, a garantia de um desenvolvimento sustentável com a utilização de energias limpas, a cidadania plena para todos os brasileiros, o déficit educacional, de segurança pública e dos serviços de saúde, entre outros.

O messianismo que está impregnado em nosso subconsciente coletivo deve ser vencido, e não explorado. Nem Dilma nem Lula podem ser encarados como salvadores da pátria. Foram a escolha do povo para guiar esta grande nação brasileira no caminho do que ela aspira ser.

Encaro a vitória de Dilma como uma escolha pela continuidade de um modelo, que só o tempo, e apenas ele, poderá dizer se foi acertada. A recusa pela volta do PSDB ao poder representa talvez a proximidade da primavera, com os primeiros brilhantes raios do sol da justiça social e da superação da pobreza. Não parabenizo Dilma nem Lula pela vitória, não nos é suficiente a vitória nas urnas, necessitamos da vitória diária, de políticas de Estado e não de governo. O presidente operário que iniciou a onde de mudanças foi eleito por nós: cidadãos-operários, operários em construção, quem vêem em si uma nova dimensão de possibilidades infindas. A esperança venceu o medo, e de parabéns estamos todos nós! Nós, que ao contrário do que órgãos de imprensa afirmaram: pensamos! Nós, que ao contrário do que disseram muitos políticos, não votamos por ganhar “uma bolsa miséria”! Nós que superamos o preconceito religioso e mantivemos viva a chama da esperança e que com nossa história anunciaremos com alegria que um novo tempo se instaura nesse país!

Viva a cidadania! Viva o Brasil!

Emerson Luiz (http://emersonluizgalindo.blogspot.com)

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