Não,
meus amigos, não mudei de lado nem passei a integrar a oposição reacionária e
irresponsável ao governo Dilma Rousseff, aquela do “quanto pior, melhor”.
Ninguém me verá comemorando a manobra entreguista que pretende desmoralizar a
Petrobras para loteá-la aos estrangeiros, tão pouco fazendo coro as indignações
seletivas que só se revoltam contra corruptos ligados ao Partido dos
Trabalhadores. Não esquecerei nem deixarei esquecerem que o mensalão tucano
completou dez anos sem nenhum culpado, ninguém foi julgado até agora!
Durante
a campanha presidencial fui às ruas por Dilma, pedi votos, levantei bandeiras
reais e virtuais para defender a continuidade das transformações positivas que
foram iniciadas no Brasil por Lula, acreditei, como milhões, que Dilma era (e
é) dona de um coração valente. Mas em nome da governabilidade e para acalmar
investidores, Dilma está esquecendo de quem a elegeu e das lutas históricas de
quem a elegeu. Não foram os bancos, as empreiteiras, os jornais ou as redes de
televisão. Quem elegeu Dilma foi o povo, principalmente a sua parcela mais
humilde que foi agredida e chamada de “bovina” e ignorante por alguns analistas
políticos.
As
nomeações de Kátia Abreu e Cid Gomes contrariam os desejos dos movimentos
sociais, dos povos indígenas e dos professores, Dilma. Não lutamos para ver a
primeira dama do agronegócio e líder da bancada ruralista investida de poderes
ainda maiores. Os projetos que ela defende são anticonstitucionais, violentos e
retrógados. No que diz respeito aos povos indígenas, Kátia quer rasgar a
Constituição, dando aos latifundiários o poder que é exclusivo de um
presidente: reconhecer e demarcar terras indígenas!
Na
educação uma nomeação igualmente contraditória. O irmão mais novo de Ciro Gomes
mostrou lealdade a Dilma e enfrentou Eduardo Campos, saindo do PSB e lutando em
seu estado para eleger a presidente, mas isso não o torna apto a dirigir um
ministério de tamanha importância para o país. Lembremos que durante uma greve
legítima de professores em seu estado, Cid disse que funcionários públicos
deveriam trabalhar por amor e não por dinheiro. Até agora esperamos que ele abra
mão dos seus vencimentos e trabalhe motivado apenas pelo sentimento fraterno
que nutre por todos os seres humanos.
Transformação
social não se fez sem o povo, Dilma. Lembre da máxima iluminista, o poder emana
do povo e para ele retorna, a política deve ser feita com o povo, pelo povo e
para o povo. Aécio representava o mercado neoliberal e selvagem, Marina a falta de identidade e o
servilismo da última hora, Eduardo Jorge um verde sem raiz forte e Luciana a
guerreira desprovida de exército. Você foi aquela que congregou as esperanças
da maioria de nossa gente, não se esqueça disso.
Continuo
a acreditar em você Dilma, mas isso não me faz abandonar o meu senso crítico.
Nós, o povo, queremos mais ética e transparência, queremos a manutenção de
nossos direitos e novas conquistas, desejamos um pais mais justo, que cresça
com responsabilidade e inclusão social. A esperança venceu o medo nas eleições
e se preciso for, lutará de novo. Não renegue nossas bandeiras históricas, Dilma.
Ainda acredito na estrela que hoje você empunha, mas não abro mão dos ideais que ela
representa. Nem por você, nem por ninguém.
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