Na última semana assistimos a mais “revisões” de Marina
em relação ao que está programado caso seja eleita presidente. Após vermos o
retrocesso das ideias em relação a união civil entre iguais, as omissões a
respeito do que de fato significa a independência do Banco Central, seu
discurso que não deixa claro ao eleitor os aumentos que defende nos preços de
energia e combustíveis, do desprezo em relação ao pré-sal, e da abertura deste
a empresas estrangeiras, Marina agora se
explicou sobre a “flexibilização das leis trabalhistas” que agora é chamada de
“atualização das leis do trabalho”.
O mercado encontrou em Marina sua candidata. Há muito que
ela não defende mais os ideais populares, embora o povo, em geral, ainda não
tenha percebido isso. Financiada por Natura e Itaú, a agenda de Marina passou a
ser a dos seus financiadores. Ela se preocupa em dizer que não extinguirá o
bolsa família, mas nada fala sobre ser contra leis de terceirização, em manter
os reajustes do salário mínimo acima da inflação, de melhores remunerações para
professores. Nada diz Marina em como vai continuar os programas habitacionais
como o Minha Casa Minha Vida tirando dinheiro dos bancos estatais para dar aos
bancos privados.
O aceno de Marina em favor da “revisão” da CLT
(rapidamente corrigido por ela) é mais uma das grandes provas que Marina deu de
que lado escolheu para governar. Décimo terceiro, férias remuneradas, horas
trabalhadas, tudo isso é regido pela CLT. Que revisão ou atualização Marina
quer fazer? Por que ela não diz abertamente? Simples, porque não é de interesse
popular, afinal, a nova política está sendo escrita pelos grandes
financiadores, com direito a jatinho fantasma em nome de laranjas, troca de
CNPJ para escapar de possíveis complicações legais, censura a blogs, sites e
usuários de redes sociais e muita desinformação.
Marina se coloca acima dos partidos, como antes dela
fizeram Collor de Melo e Jânio Quadros. Seu vice-presidente, mais pragmático
que programático, no entanto, já disse que “não se governa sem o PMDB”. A nova
política está se pintando com todas as cores e tons da política que já
conhecemos, só que mais perigosa, pois se traveste de popular enquanto é
liberal, fundamentalista, repressora e arcaica.
Marina já traiu os pobres. Vendeu suas esperanças. Apenas
ainda não acionou os órgãos que espera comandar para iniciar as
desapropriações.
Emerson Luiz
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