terça-feira, 31 de março de 2015

SOBRE A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL


O ESTELIONATO ELEITORAL DE PAULO CÂMARA, A PROMESSA NÃO CUMPRIDA AOS PROFESSORES E O DRAMA DA EDUCAÇÃO EM PERNAMBUCO

Hoje a presidente Dilma é acusada de estelionato eleitoral pela oposição. A crítica/acusação se baseia no fato de, enquanto candidata a reeleição, Dilma ter dito que a economia estava segura, que a inflação era invencionice da oposição e de que não iria mexer em qualquer direito nem que a vaca tossisse.

Ora, pouco tempo depois o que vimos foi um pacote de ações tão à direita que deixaria qualquer tucano orgulhoso. Dilma fez o que condenou em campanha, o que condenou nos discursos de Aécio e Marina, o que os eleitores dos respectivos candidatos diziam querer para o Brasil. Hoje a presidente sofre traições diárias de sua base, o eleitorado da oposição parece que só aceitaria tais ajustes (hoje assumidos como necessários) se vindos de seus candidatos e o eleitor de Dilma se sente como se à deriva num turbilhão de desinformações, escândalos e ameaças de golpe e ressurgimento de ideias fascistas em nosso país.

Mas o que me intriga é que em Pernambuco, estado do Nordeste que foi apontado como locomotiva da região, o candidato eleito com a promessa de governar como Eduardo, com eficiência, crescimento e desenvolvimento, apresentado como super secretário da fazenda, como homem que ajudou (nos bastidores) a fazer do estado o que ele era e por isso era o mais apto a liderar e gerir a terra dos altos coqueiros caminha na contramão do seu discurso e tolhe direitos dos professores, não é alvo de críticas, nem da imprensa nem dos “revoltados online”.

Paulo Câmara prometeu em campanha que dobraria o salário dos professores. Hoje se recusa a pagar o reajuste garantido pela lei do piso nacional do magistério. Justifica por um de seus secretários que o estado está no limite da lei de responsabilidade fiscal. Como, Paulo? Quem gerou tamanha dívida? O ex-secretário de fazenda, o homem que ajudou Eduardo? O homem que hoje é governador? O deputado Sílvio Costa Filho disse acertadamente que é uma dívida que Paulo deixou para Paulo.

Onde estão as medidas de contenção de despesas? Nos milhões que serão entregues aos prefeitos por meio do FEM, um programa eleitoreiro para manter a base fiel nos municípios pernambucanos? Talvez na quantidade de secretarias que abrigam aliados derrotados ou deputados eleitos que matreiramente não assumem seus mandatos para que estes sejam exercidos por suplentes que votarão sempre de acordo com a cartilha do governo?

Educação é coisa séria. Ela não depende apenas de salários, concordo. Mas precisa de bons profissionais. Há anos que o estado de Pernambuco enfrenta o déficit de professores de Química, Física e Matemática. Há mais de dez anos que os melhores mestres estão abandonando as salas de aula por não encontrarem condições adequadas e por não serem devidamente valorizados. É duro ter de trabalhar três turnos para manter a família, pagar a prestação da casa ou do carro e não ter vida social. É duro ser vítima de estelionato eleitoral.

Jornais de grande circulação apontaram uma dívida de oito bilhões em Pernambuco. O mesmo estado que paga a mais a uma empreiteira por uma Arena que ninguém, além de um presidenciável, queria. O mesmo que gasta mais de um milhão num bufet, que gastou centenas de milhares de reais com bolo de rolo, outras centenas em banheiros construídos em um zoológico, o mesmo com alguns dos impostos mais caros da federação, alguns cobrados, inclusive, sobre a água mineral.

Um estado onde algumas Escolas de Referência funcionam sem as mínimas condições. Onde se debate qualidade de ensino sem a presença de professores, professores que são ameaçados, assediados e tem os seus direitos negados.

Onde está o povo que quer mais educação? Os jovens que querem os seus direitos? Não ouço os sons de panelas quando o governador e o prefeito de Recife aparecem na televisão, em horário nobre, para falar no que seu partido fez pela educação nesse estado.

Não acreditei na promessa de ver meu salário dobrado. Não votei no senhor Paulo Câmara (Essa pequena frase será o bastante para que os apaixonados queiram desqualificar todos os argumentos elencados anteriormente) e fui crítico de muitos aspectos da política educacional do PSB, mas nem em meus piores pesadelos esperei ver educadores sendo tão massacrados.

Os professores que acreditaram nas propostas de Paulo para a educação foram vítimas de estelionato eleitoral?


Mentir é feio. Nessa proporção chega ser imoral.

segunda-feira, 30 de março de 2015

SOBRE A MORTE E A PERDA DE AMIGOS



E o que a gente vira quando vai embora de alguém?
E o Senhô respondeu:
—Uns viram pó. Outros caem igual estrela do céu. Outros só viram a esquina…. E tem aqueles que nunca vão embora.
— Não? E eles ficam onde, Senhô?
— Na lembrança.” Texto atribuído à Caio Fernando Abreu.

Aos amigos Ivo, Cleiton, Gessé, César e Alciney

Diante da dor da perda, da ausência sem retorno, da ferida que não cicatriza, o mistério da Morte nos apanha em cheio. Não há palavras que preencham o vazio trazido por ela, nenhum explicação plausível paras as tantas dúvidas que ela traz. Muitas vezes a irmã morte desperta em nós um ódio que sequer conhecíamos em nosso peito.

Mas para os que tem fé, a irmã Morte pode representar a vitória dos que creem numa vida posterior a essa, uma vida eterna que não desfrutaremos porque merecemos tê-la, mas porque foi nos ofertada de Graça, pelo sacrifício daquele que atraiu para si os nossos pecados e nos livrou de toda a condenação.

Isso não quer dizer que nos iremos ficar felizes quando a irmã morte vier nos visitar ou tirar de nosso convívio quem amamos. Iremos passar por todos os estágios da dor, da negação à revolta, da aceitação à necessária superação.

A morte é o romper do casulo. É o passagem para um plano de existência maior. Somente em Deus teremos forças para aceitá-la, mas em nossa humana condição, talvez nunca cheguemos a compreendê-la.

O Mestre dos Mestres nos disse que ao acreditar nele, a venceremos. Não que ela não nos toque mais, ou que sua passagem não nos cause dor. Mas sua visita tem outro significado. Ela não marca mais um fim, e sim uma passagem. Como o rio que se encontra com o mar e também passa a ser mar ao deixar de ser rio.

Na dor podemos até brigar com Deus, mas nunca nos virar contra Ele. É dEle que virá nossa força, é nEle que teremos vida e é por Ele que todos seremos transformados.

A morte, como fim, foi derrotada. Que saibamos enxergá-la como mais uma etapa, uma passagem que há de conduzir a todos ao encontro com o Deus que nos criou e nos chama, por amor, ao retorno à pátria celeste.

Emerson Luiz

- Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz. (Tom Jobim)


Morrer não é acabar, é a suprema manhã. (Victor Hugo)

sábado, 28 de março de 2015

STJ nega agravo ao prefeito de Pedra e Zeca Vaz pode perder cargo!

A NOTÍCIA FOI PUBLICADA NO BLOG DE JAMILDO Cópia de uma sentença do STJ que saiu no Diário Oficial de Justiça Eletrônico, nesta sexta-feira, dia 27 de março, e que deve ser publicada próximo dia 30, mas já em poder do Blog de Jamildo, trata do julgamento de um recurso cuja decisão, desfavorável ao prefeito de Pedra, José Tenório Vaz, e que pode acarretar na cassação do atual prefeito, conhecido como Zeca Vaz, por improbidade administrativa, numa ação que já rolava há muito tempo na Justiça.
O vice-prefeito de Pedra, Elias Soares, poderá ter de assumir o mandato.
Confira a matéria completa CLICANDO AQUI

quinta-feira, 26 de março de 2015

Era tão bom, se fosse mentira….

do blog de jamildo

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Por Michael Zaidan Filho
Essa foi a reação da ex-presidenta da Petrobras, Graça Foster, quando inquirida sobre o propinoduto descoberto nos contratos da estatal com um cartel de empreiteiras. Disse ela que foi surpreendida, quando estava no comando da empresa, e se sentia envergonhada com as propinas pagas a políticos e funcionários públicos pela construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco.
Seria tão bom, se fosse mentira que Paulo Roberto Costa, o delator premiado, não tivesse confessado à polícia federal de Curitiba que teria pago ao ex-presidente do PSDB, o pernambucano Sérgio Guerra, velho conhecido de outra CPI, a bagatela de 10.000.000 para que este abafasse a criação de uma CPI no Congresso Nacional. Seria tão bom se não fôsse verdade que o mesmo indivíduo não tivesse confessado ter repassado para o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Aciolly Campos, 20.000.000, através do hoje senador Fernando Bezerra Coelho, pelos contratos da Refinaria Abreu Lima; dinheirama usado para financiar as campanhas eleitorais do político do PSB, em 2010-2011. Seria tão bom se o atual governador do estado não tivesse intermediado a compra do avião do ex-governador que caiu em São Paulo….
0 fato é que tudo isso aconteceu e as responsabilidades civis e penais têm de ser apuradas. Quem foi pego com a mão na cumbuca que responda pelas acusações que estão sendo feitas pelos delatores da Operação-Lava-a-jato. Não é crível nem aceitável que a impunidade se estabeleça sobre esses políticos. A eleição de ninguém serve como indulto ou remissão dos pecadilhos cometidos pelos financiadores públicos e privados de campanhas eleitorais no Brasil. Gestores e parlamentares eleitos através de propinas oficializadas através de doações “legais” não podem posar de líderes impolutos, preocupados, somente, com o interesse público. A impunidade é a mãe de todos os males no Brasil. Como é que campanhas eleitorais que se desenvolvem no meio de todas as suspeitas de caixa dois podem ser ignoradas pela Justiça Eleitoral, só porque os candidatos deste ou daquele partido foram eleitos?
Mais grave é quando o chefe da Oposição, ele próprio se elege num palanque financiado por caixa dois. E o presidente de seu partido (DEM) é denunciado e investigado por ter recebido uma propina de 1.000.000 de reais de uma empresário potiguar! Com que autoridade moral pode falar esse líder, com o dedo sujo, manchado da corrupção eleitoral. 0 nosso país está se tornando um circo de horrores, onde só se apresentam bandidos e criaturas teratológicas (ocupando, aliás, cargos da mais alta importância). É como diz a música popular: “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”. Pelo visto aqueles que se investiram da função de fiscais da moralidade pública são os mais sujos e indignos.
É necessário acreditar que a Justiça Federal, o Ministério Público e a Policia sejam capazes de fazer o seu trabalho até o fim, sem medo e sem ódio, para que o exemplo da prática da corrupção pública não alimente a corrupção privada. E o imaginário social do povo brasileiro continue a achar que o crime compensa. Sobretudo o crime de colarinho branco.

quarta-feira, 25 de março de 2015

UMA BOA NOTÍCIA. EM BREVE VENTUROSA PODERÁ CONTAR COM MODERNAS OBRAS DE SANEAMENTO. 24 MILHÕES DE REAIS DEVEM SER INVESTIDOS.

Imagem ilustrativa
Em tempos de crise hídrica, agravados pela maior seca dos últimos 50 anos, o anúncio de obras para escoamento e tratamento dos esgotos de Venturosa merece destaque. Todo o centro da cidade e ruas adjacentes passarão por obras em sua rede de esgoto. As águas que antes iam para o antigo açude da Cilpe irão para estações de tratamento e depois devolvidas aos cursos dos rios que cortam a cidade. Um projeto ambicioso e futurista, mas extremamente necessário.
Imagine o impacto na vida dos venturosenses, desde a geração de empregos diretos, quanto no desdobramento para atividades agrícolas e comerciais. As águas devolvidas aos cursos dos Rios dos Bois e Ipanema estarão em condição de consumo humano  e, junto com as obras da transposição, poderão pôr um fim ao drama de uma cidade sem água.

A maior parte das verbas desse projeto serão custeadas via empréstimos com o Banco Mundial e as ações serão coordenadas pela Compesa.

O projeto prevê, além da troca de toda a tubulação de esgotos do centro da cidade, a limpeza de nossos córregos de água.
Peço aos leitores que nesse instante se dispam de olhares partidários. Esse blogueiro não esteve entre aqueles que votaram em Ernandes e por isso escreve sem paixão ou interesses eleitoreiros

Caso saia do papel, essa será uma das obras mais importantes já realizadas em Venturosa. Ela trará grandes benefícios ao nosso comércio, e, principalmente à qualidade de vida do povo. Ela deve ser acompanhada por uma reeducação de nossa gente, que deverá adotar hábitos mais sustentáveis e um maior respeito ao meio ambiente. Água é o recurso natural mais precioso do planeta. Sem ela não há vida.
Nossa cidade nunca adotou políticas sustentáveis de respeito ao meio ambiente. Nossos rios estão assoreados, sua mata nativa totalmente desmatada. Talvez tenhamos uma chance de recomeço, que se não for devidamente aproveitada não será repetida.

Nos arquivos da memória, que nem sempre são precisos, percebo que uma iniciativa muito semelhante a essa foi realizada no governo do então prefeito Iterbo Galindo, mas a cidade não tinha o número mínimo de habitantes nem os aportes governamentais para receber tais investimentos. Por capricho do destino ou justiça poética, Iterbo poderá ver um sonho realizado e estar presente para atestar a paternidade do projeto.

terça-feira, 24 de março de 2015

Professores da rede estadual de Pernambuco paralisam as atividades nestas quarta e quinta

Em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (23), os professores estaduais decidiram suspender as aulas nas próximas quarta (25) e quinta-feira (26). Estudam na rede estadual de ensino cerca de 650 mil alunos. Após a reunião, realizada  no Teatro Boa Vista, a categoria saiu em passeata até o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.

Os docentes estão em estado de greve desde a última sexta-feira (13). Eles discordam do projeto de lei enviado pelo governo estadual para a Assembleia Legislativa que prevê reajuste de 13,01% apenas para os professores com nível médio, que representam cerca de 10% da categoria. O vencimento, nesse caso, passaria para R$ 1.917,78. A proposta do Estado deixa de fora o restante dos mestres.
De manhã houve negociação da direção do Sintepe com os secretários de Educação, Frederico Amâncio, e de Administração, Milton Coelho. "Não houve avanço, apenas marcaram outra negociação para semana que vem", informou Fernando Melo, presidente do Sintepe.
Na próxima sexta (27), haverá uma nova assembleia, às 9h, também no teatro, para discutir a pauta de reivindicações.
Confira a nota enviada pelo Governo do Estado:

O Governo do Estado enviou projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) para reajustar os salários de 4.060 professores que passaram a receber abaixo do piso nacional definido pelo Ministério da Educação (MEC), após reajuste de 13.01% concedido em janeiro.

Com o cumprimento do piso salarial, retroativo a janeiro, o Governo do Estado, através das secretarias de Administração (SAD) e Educação (SEE) iniciou negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), com vistas a estabelecer percentual de reajuste para os professores com nível superior e que serão aplicados a todos os níveis da carreira.

Hoje aconteceu a segunda reunião com o Sintepe e novo encontro ficou marcado para segunda-feira (30.03), mostrando o compromisso do Governo com a negociação para definir o percentual de reajuste.

No curso das negociações, em Assembleia realizada hoje à tarde, foi decretada paralisação de dois dias, penalizando alunos das escolas públicas estaduais e seus familiares.

Em que pese atitude pouco comum de decretar paralisação com negociações em andamento, o Governo do Estado informa que manterá a reunião marcada para às 16h do dia 30 de março e reafirma que está assegurando o diálogo com a categoria para definir percentual de reajuste a ser aplicado a todos os níveis da carreira.

POUCO COMUM É UM CANDIDATO PROMETER DOBRAR O SALÁRIO E AO ASSUMIR SE NEGAR A REAJUSTAR O MÍNIMO EXIGIDO PELA LEI

MESMO COM POPULARIDADE EM BAIXA HISTÓRICA, MERCADO REAGE POSITIVAMENTE AOS AJUSTES IMPLANTADOS POR DILMA. SEM RACIONAMENTO E SEM REBAIXAMENTO


Apesar de todo o massacre recente dos meios de comunicação, que contribuiu para o mau humor da população que se viu nas manifestações de 15 de março, o segundo governo Dilma tem dois motivos para comemoração – e eles estão nas manchetes desta terça-feira da Folha de S. Paulo e do jornal Valor Econômico.
A Folha destaca a decisão da agência internacional de risco Standard & Poors de manter a nota atribuída ao Brasil, que está nos países considerados bons pagadores, ou seja, com grau de investimento. A agência avalia que o ajuste fiscal capitaneado pelo ministro Joaquim Levy, da Fazenda, é sólido e conta com apoio integral da presidente Dilma, que, ontem, reuniu vários ministros para defender a redução de gastos. "É preciso gastar mais com o Brasil do que com Brasília", disse ela. A S&P também avalia que o ajuste passará no Congresso, apesar dos problemas de articulação com a base aliada.
O Valor Econômico, por sua vez, publica relatórios de bancos de investimento, como o JP Morgan, que consideram cada vez mais remoto o risco de racionamento de energia no Brasil, em 2015 – ideia defendida, em entrevista deste fim de semana, pelo economista Armínio Fraga (ex-futuro-ministro da Fazenda de Aécio Neves). Segundo o JP Morgan, o racionamento será evitado não apenas porque o regime hidrológico melhorou, ou seja, choveu mais, mas também porque o aumento recente na conta de luz desincentivou o consumo, gerando mudanças no comportamento dos brasileiros.
Sem rebaixamento e sem racionamento, o Brasil estará mais apto a atravessar com mais rapidez o período de ajustes, podendo atrair investimentos e voltar a crescer antes do que se imagina. Segundo o ministro Nelson Barbosa, a economia já estará crescendo no terceiro trimestre deste ano.
Ainda que de forma não assumida, o "quanto pior, melhor" era uma das apostas da oposição. O ex-governador paulista Alberto Goldman defendeu, em artigo publicado na Folha, que a deterioração das condições econômicas seriam uma das condições para um eventual impeachment.
Com a nota de risco mantida e a hipótese de racionamento afastada, o tema mais urgente, agora, é evitar o colapso do setor de infraestrutura e da indústria naval, que vem sendo provocado pela Operação Lava Jato.

sábado, 21 de março de 2015

MAIS UM CAPÍTULO NA LUTA PELA CONSTRUÇÃO DA ESCOLA CÔNEGO EMANUEL VASCONCELOS

HOJE (Sábado - 21 de março de 2015), professores, representantes de pais e equipe gestora da Escola Cônego Emanuel Vasconcelos se reuniram com o secretário estadual de educação, Fred Amâncio para reivindicar a construção do prédio da referida escola.

O terreno foi comprado ainda na gestão de Eduardo Campos, com a promessa da construção da escola que funcionava em um prédio pertencente ao município de Venturosa e hoje está localizada em três prédios. As gestoras Maria Rosely e Maria de Lourdes apresentaram a situação ao secretário que se comprometeu a ajudar nessa luta incansável




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sexta-feira, 20 de março de 2015

LEIA TRECHO DO LIVRO UMA HISTÓRIA VENTUROSA SOBRE A ORIGEM DA NOSSA CIDADE



É importante reconhecer que várias fazendas foram instaladas no Sertão e Agreste pernambucanos. Distantes uma das outras essas propriedades não contribuíram para aumentar a densidade demográfica dessa região, até porque não precisavam de mão de obra em grande quantidade para serem mantidas[i]. A instalação de algumas famílias nas cercanias da freguesia do Ararobá, precisamente nas terras que formariam a cidade, é sentida na formação de comunidades e fazendas que foram batizadas de acordo com suas características, como a existência de olhos d’água ou a predominância de determinadas espécies da flora local. Assim nasceram os nomes dos sítios: Angico, Araçá, Barbado, Barro Branco, Campo Grande, Carrapateira (a carrapateira era como se chamava a mamona, fruto da mamoneira) e Olho d’Água, por exemplo.

Em “Conhecendo o município de Venturosa”, uma cartilha elaborada pelas senhoras Maria Nailda Alexandre e Genilda Correia Alexandre em 1994 para o Departamento Municipal de Educação, lemos claramente que a cidade teria se originado a partir da influência de uma fazenda de propriedade do Sr. José Antunes Bezerra, por volta de 1878. Não podemos negar a importância dessa fazenda, mas durante a pesquisa que culminou nesse trabalho, percebe-se que várias outras fazendas foram fundadas nessa região e também desempenharam papel como agente de fixação de novos habitantes e contribuíram significativamente na história municipal.

Manoel Antunes Bezerra já morava na fazenda Buqueirão em 1844, onde comprou a João Antunes uma parte de terra que este e sua esposa possuíam em Bucá, no Brejo da Madre de Deus. Os membros da família Antunes Bezerra deram início a formação dessas fazendas e se mantiveram relativamente próximos uns dos outros. Os hoje sítios Buqueirão e Barbado, sedes das propriedades de Manoel Antunes Bezerra e José Antunes Bezerra são limítrofes,

Em “Resquícios coronelísticos” o professor Almir Bezerra levanta um ponto interessante. Afirma que o local onde hoje se encontra a sede administrativa do município foi antes um local de pouso, um rancho onde os almocreves paravam para se alimentar e descansar em suas jornadas. Os almocreves eram comerciantes que transportavam mercadoria no lombo de burros e foram muito importantes na história do país. Alguns transportavam peixes do litoral para o interior e na volta traziam frutas, verduras e outros itens. Num Brasil sem muitas estradas eles foram essenciais para a comunicação entre as províncias e para o abastecimento de pequenas vilas. Virgulino Ferreira, que se tornou o mitológico rei do cangaço sob o nome de Lampião, foi também um almocreve antes de se insurgir e escrever seu nome na história.

Nesse local de pouso surgiu um tipo de pousada de propriedade de uma senhora chamada de Janoca, que desenvolvia uma atividade comercial vendendo, entre outros itens, cocada de facheiro, doce de leite e água para aliviar a sede dos viajantes. Essa choupana ficava onde hoje está situada a casa do falecido Delmiro Alexandre, na Avenida Capitão Justino Alves. Um observador atento pode perceber que a grande reta em que as casas construídas seguem o sentido, a proximidade do açude (que infelizmente teve suas águas poluídas), a localização da capela, sugerem que antigamente aquela seria a ligação entre as diversas fazendas existentes e as cidades de Garanhuns e Buíque. Arcoverde – antiga Rio Branco - e Pedra, por muito tempo foram distritos de Buíque.

Prova disso são os impostos pagos pelo senhor Aniceto Antunes Bezerra no valor de 2.000 contos de Réis em 1865 à coletoria relativos à posse de 106 braças de terra da propriedade de Cacimbas, no distrito do Tará, município de Buíque. Antes disso encontramos o pedido de dispensa para contrair matrimônio feito pelos noivos Nicolau Francisco Bezerra e Anna dos Anjos Bezerra, no de 1846. Os dois eram primos e já haviam requerido a dispensa do impedimento por consanguinidade, já que a Igreja Católica desde o Concílio de Trento, iniciado em 1545 e concluído em 1563, fez valer uma antiga determinação na tentativa de impedir casamentos entre parentes até o quarto grau de consanguinidade para evitar, ou melhor, diminuir o nascimento de crianças com problemas genéticos comuns pela proximidade sanguínea dos noivos.
Veja que as pessoas que viviam nessa localidade às vezes tinham que se deslocar até Buíque para resolver questões jurídicas e eclesiásticas. A Freguesia de Pedra só seria criada em 6 de maio de 1863 e passaria a categoria de vila em 1881.

Há evidências de que os grandes fazendeiros dessa parte do Agreste pernambucano eram possuidores de escravos. Além do já citado João Antunes Bezerra, encontramos o registro de uma escrava chamada Faustina, sem profissão, matriculada sob o número 805 no registro geral do munícipio de Buíque e que pertenciam às órfãs Maria e Santina feita pelo tutor das mesmas, o senhor Aniceto Antunes Bezerra. A escrava tinha uma criança de colo de cor parda, do sexo feminino, batizada por Maria. Esse documento foi registrado na Província de Pernambuco, Município de Buíque, Paróquia de Pedra em 30 de outubro de 1873. A escravidão só seria abolida no Brasil em 1888.

Embora poucos tenham conhecimento disso, durante o século XIX a maioria dos escravos pernambucanos não estava na Zona da Mata, mas no Sertão e no Agreste intermediário e, quase dois terços destes, pertenciam a senhores que tinham entre 10 e 20 escravos[ii]. Na década de 1870, após o fim do tráfico intercontinental, o preço dos escravos estava em queda na província de Pernambuco. A quantidade de escravos encontrados nela também estava diminuindo com o tempo. No ano de 1823 foram contabilizados 150.000 escravos e em 1872 esse número havia sido reduzido para 89.028[iii]. Mas possui-los ainda estava relacionado à ideia de poder e riqueza.

É importante pensar no Brasil dessa época. O país de proporções continentais, o quinto maior do mundo e o maior da América Latina, havia rompido laços com sua Metrópole há 51 anos, em 1822. Várias rebeliões foram sufocadas para assegurar a unidade nacional. Um jovem de 14 anos, D. Pedro de Alcântara, foi feito imperador com o nome de D. Pedro II. Rebeliões e agitações abalaram o país. Recife defendeu a limitação do poder real, o voto livre e universal, a maior autonomia das províncias e a liberdade de imprensa no Manifesto ao Mundo, o programa da Rebelião Praieira. Infelizmente o fim da escravidão não passou pela pauta dos grandes proprietários de terra. Com os conflitos que sufocaram as rebeliões as elites se unem e esquecendo velhas rivalidades moldam o perfil administrativo do país durante o Segundo Reinado. Os poderes estavam concentrados em D. Pedro II, instituíram o parlamentarismo e não permitiram a imensa maioria dos brasileiros o direito de participar da vida política e criaram o Exército e a Guarda Nacional. Trocando em miúdos: o papel do Governo era o assegurar os interesses da elite econômica.

Como veremos a economia também estava em processo de mudança. O café que começou a ser cultivado em 1820se expandiu rapidamente no Vale do Paraíba e no Oeste Paulista. Na década de 1821-1830 o Brasil produziu 3.178 sacas de café. Entre 1861-1870 já seriam 29.103[iv], totalizando 1.746.180kg, já que cada saca possuía 60kg desse grão. O café seria o carro chefe da economia brasileira durante quase todo o II Reinado e por toda a República Velha. A partir de 1840 seria iniciado o surto industrial e as transformações econômicas e sociais pelas quais o mundo passava incorreriam na abolição da escravidão, no fim do padroado e no advento da República.

Nessa região Agreste havia duas atividades econômicas predominantes: a criação de gado onde prevalece o clima semiárido e o plantio de algodão e da agricultura de subsistência onde o clima era mais ameno ou menos frequentemente afetado pela seca. A pecuária foi implantada primeiro, sendo responsável por sua ocupação pelo elemento europeu e seus descendentes nascidos no Brasil Colônia. Com a declínio dessa atividade foi que se iniciou o plantio de algodão e outros gêneros agrícolas. Isso porque no final do século XVIII o Brasil passou a exportá-los para países em condições de liberdade. O algodão foi cultivado primeiramente no Maranhão e depois foi difundido para os atuais estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e pequenas áreas dos estados da Bahia, São Paulo e extensas áreas de Minas Gerais. O surto do algodão provocou grandes lucros na década de 1870 e continuou a ser cultivado por décadas a fio no Agreste.

Em Venturosa há uma comunidade chamada de Ouro Branco, provavelmente devido a ela ter se originado em torno do plantio do algodão.

O algodão se adaptou bem as condições do Agreste e do Sertão e resistia as intempéries das estiagens. Seu plantio atraiu imigrantes e fez vir povoadores para as encostas de serras e beiras de estradas ao longo do imenso território do semiárido.

Para compreender o nascimento da vila de Boa Sorte é importante conhecer o que ocorria no âmbito regional. Os almocreves agora faziam a rota inversa, Sertão com destino ao Agreste intermediário. O declínio da pecuária e as duras secas fizeram que os sertanejos viessem comercializar seus produtos e adquirir gêneros alimentícios como feijão, farinha e doces como a rapadura de facheiro e o doce de leite entre outras coisas. O surto do algodão entre as décadas de 1860, 1870 e até meados de 1880 que trouxeram mais povoadores e mão-de-obra para a região e assim ampliavam as cidades existentes, o fluxo de pessoas e mercadorias. Elementos que permitiram que muitas vilas que se tornariam cidades nascessem desse processo.




 Capítulo IV

- O nome
- As primeiras ruas
- A instituição familiar
- Atividades culturais
- Vida em comunidade





O
 nome Boa Sorte para designar esse lugarejo tem duas versões. Em uma delas três grandes amigos que não se viam há muito tempo se encontraram ali. Como cada um vinha de um lugar diferente ficaram emocionados com a afortunada reunião e um deles exclamou: Que boa sorte, amigos, termos nos encontrado aqui depois de tanto tempo! A sorte de um lugar de pouso entre a longa viagem do Sertão ao Agreste, a sorte de poder comercializar e voltar para casa com alimentos, a sorte de reencontrar o tesouro de se estar entre amigos. O sentimento de euforia teria se espalhado naqueles que presenciaram a cena e a partir dali todos se referiam ao local com o nome de Boa Sorte. Em outra versão também muito conhecida é de que numa das grandes secas que abateram a região, o fazendeiro José Antunes Bezerra enfrentou-a sem passar por grandes danos. Parentes haviam mandado se informar de como estava e ele teria dito que estava muito bem e que teve sorte em ter permanecido ali. Todos concordaram que seu êxito se deu a sorte de estar em um lugar de boas condições. Daí de essa região já ser chamada de Boa Sorte antes mesmo dos almocreves percorrerem essa rota. Essas versões também estão presentes nos depoimentos de Manoel Ramos, o Ramiro, João Bosco Morais de Oliveira e Rui Quirino dos Santos[v]. Todos eles crianças quando a cidade ainda era distrito de Pedra e atendia pelo nome de Boa Sorte. Rui Quirino chega a dizer: “Mesmo quando tinha o rancho e os almocreves passava, mesmo antes disso já era conhecido como Boa Sorte”.

A sede do município nasce nas terras que teriam pertencido ao senhor Valeriano Santos. Entre o final do séc. XIX e início do séc. XX, habitaram o que viria a ser a Vila de Boa Sorte o comerciante de peles e animais João Laurentino de Souza, o agricultor e dono de terras Quirino dos Santos, o também dono de terras e comerciante Manoel Moreno e o dono de terras e chefe político, Justino Alves. 

Nessa época se registra a existência de outras grandes propriedades rurais: a Fazenda Riacho do Meio de propriedade do senhor Antônio Lourenço que produzia rapadura, Fazenda Barro Branco pertencente a Manoel Joaquim, a Fazenda Caatinga Branca do senhor José Miguel e a Fazenda São Roque que pertencia ao senhor Antônio Alexandre da Silva.

Como veremos, tudo concorreu para a urbanização daquele lugar. Estar entre uma rota de comercio, cercado por grandes propriedades, possuir água e local para parada e descanso dos viajantes, depois disso a doação de pequenos lotes de terra, a construção da primeira capela junto com a criação do Patrimônio de São José, a vinda de novas pessoas que fugiam da seca e procuravam trabalho, o cultura do algodão e a abertura de estradas que ligavam Garanhuns à Buíque, passando por Pedra e Arcoverde (antiga Rio Branco).

Rapidamente nasceu a Vila de Boa Sorte. O modo de vida de sua gente era simples. A alimentação não tinha luxos. Feijão, farinha, carnes assadas na brasa ou com banha de porco, sem iluminação elétrica e pouca mobília no interior das casas, sendo esta composta por móveis rústicos feitos à encomenda. Muitas casas não possuíam roupeiro ou guarda roupa e as vestimentas eram guardadas em grandes malas que eram empilhadas uma sobre as outras. As camas eram reservadas muitas vezes apenas para os pais, então, era comum casas onde só havia uma cama, já que os jovens dormiam dependurados em redes. Esse costume foi assimilado dos povos indígenas. O divertimento eram as vaquejadas, os jogos de cartas e as prozas com os amigos. Também era costume o ler ou recitar dos cordéis que eram chamados de romances. Poucos sabiam ler de fato, então, em vez de ler os romances, os pais ou mães decoravam os versos e os repetiam de cor para seus filhos.

As famílias eram numerosas, já que ter muitos filhos queria dizer possuir muitas mãos para auxiliar nos trabalhos das fazendas, sítios e nos afazeres domésticos. Uma família formada por pai, mãe e dois filhos era considerada pequena. Muito comum era ver nos sítios, vilas e cidades do interior famílias onde o casal havia gerado dez, doze ou até mesmo quinze filhos.

O casamento podia ser um evento traumático para as moças. Muitas eram dadas em casamento aos catorze ou quinze anos de idade e passavam rapidamente do julgo do pai para o do marido. Não havia uma preparação a não ser a de que era dever da esposa obedecer ao seu marido. O amor dos versos ditos pelos romances pouco ou nunca era sentido na vida matrimonial pautada pela rotina mecânica de conceber, nutrir e criar os filhos. Fotos de época mostram o curto intervalo do nascimento entre um filho e outro. A famosa escada formada do filho menor para o maior até chegar à mãe e ao patriarca da família.

Outro costume encontrado em algumas famílias era de que duas gerações da mesma família habitassem na mesma casa. O entrelaçamento era tão forte que o sogro podia ser tomado como padrinho dos netos e passava a ser chamado de compadre. O nordestino leva o vínculo estabelecido pelo sacramento do batismo com os padrinhos a um grau de respeito tão alto que o sogro passa a ser compadre e não mais o avô, deixando de ser tratado assim pelos netos para assumir o papel de padrinho. Até entre irmãos isso ocorria. A irmã mais velha ou mais nova passava a ser comadre e os sobrinhos não mais tomavam a benção a sua tia e sim a sua madrinha.



[i] PILLET, Nelson. História do Brasil.
[ii] VERSIANI, Flávio Rabelo. VERGOLINO, José Raimundo Oliveira. Preço de escravos em Pernambuco no século XIX. Universidade de Brasília, 2002.
[iii] VIANA, Oliveira. Resumo histórico dos inquéritos censitários realizados no Brasil. p 404 e 405. In: Stein, Stanley J. Vassouras: um município brasileiro do café. 1850-1890. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
[iv] PRADO, Jr. Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1996. P. 160.
[v] Entrevistas concedidas ao autor.

quinta-feira, 19 de março de 2015

VENTUROSA CELEBRA HOJE O SEU PADROEIRO. CONHEÇA A HISTÓRIA DE SÃO JOSÉ

Esposo da Virgem Maria e padrasto de Jesus. Ele figura na infância de Jesus conforme a narrativa de Mateus (1-2) e Lucas (1-2) e é descrito com um homem justo. Mateus descreve os pontos de vista de José e Lucas descreve a infancia de Jesus com José.
José é descendente da casa real de David. Noivo de Maria ele foi visitado por um anjo que informou a ele que ela estava com um filho e que o filho era do "Sagrado Espirito". Ele tomou Maria e a levou para Belem e estava presente no nascimento de Jesus. Avisado de novo, por um anjo das intenções do Rei Herodes José levou Maria e Jesus para o Egito. Eles só voltaram a Nazaré quando outro anjo, apareceu de novo a José, avisando da morte de Herodes. José devotou sua vida a criar Jesus e estava cuidando da ovelhas e de Maria quando os reis magos chegaram. Defendeu o bom nome de Maria e Jesus Deus o chamava de pai e queria ser conhecido como filho de José. Ele levou Maria e Jesus para visitar o templo e apresentar Jesus a Deus no templo. E juntamente com Maria ficou preocupado quando Jesus teria se perdido no templo, isto quando Jesus tinha 12 anos.
A ultima menção feita a José nas Sagradas Escrituras é quando procura por Jesus no Templo de Jerusalem. Os estudiosos das escrituras acreditam que ele já era um velho e morreu antes da Paixão de Cristo. Veneração especial a José começou na Igreja moderna ,onde escritos apócrifos passaram a relatar a sua história. O escritor Irlandês, do nono século Felire de Oengus comemora José, mas veneração a José só se espalhou no 15° seculo. Em 1479 ele foi colocado no calendário Romano com sua festa a ser celebrada em 19 de março. São Francisco de Assis e Santa Teresa dAvila ajudaram a espalhar a devoção, e em 1870 José foi declarado patrono universal da Igreja pelo Papa Pio IX. Em 1889 Papa Leão XIII o elevou a bem próximo da Virgem Maria e o Papa Benedito XV o declarou patrono da jjustiça social. O Papa Pio XII estabeleceu uma segunda festa para São José, a festa de "São José, o trabalhador" em primeiro de maio. Ele é considerado pelos devotos como padroeiro dos carpinteiros e na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um homem velho com um lírio, e algumas vezes com Jesus ensinando a Ele o ofício de carpinteiro.
De acordo com um antiga lenda, Maria e as outras virgens do Templo receberam ordens para retornar a sua casa e se casarem. Quando a Virgem Maria recusou-se, os anciões oraram por instruções e uma voz no Santuário instruiu a eles a chamarem todos os homens que podiam se casar para a Casa de David e para ele deixarem seus cajados no altar do templo durante a noite. Nada aconteceu. Os anciões então chamaram também os viúvos, entre eles estava José. Quando o cajado de José foi encontrado na manhã seguinte coberto de fores (" as flores no bastão de Jesse") a ele foi dito para tomar a Virgem Maria como esposa e a guardasse para O Senhor. Muitas vezes o cajado florido é mostrado como um bastão de lírios 

Bob Fernandes: Cid Gomes chuta o balde. Ruim para o Governo? Sim. Mas bom para a política

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Mesmo antes do pedido de exoneração de Cid Gomes, se disse, por obvio, que seria aquilo  ele faria.
E foi bom, embora na operação da realpolitik que compete ao Governo ter para – pleonástica e paradoxamente – governar, possa parecer um problema.
Cid, ao exonerar-se, aliviou a pressão que seu ato traria para Dilma.
Para todos os efeitos, Cunha e o PMDB tiveram a sua cabeça.
Mas tiveram mal, muito mal.
Evidenciou-se com quem e com que métodos Dilma Rousseff está sendo pressionada e obrigada a compor.
E que ela não faz o governo que quer, mas o que pode, com este Congresso.
Cid rompeu com a hipocrisia da política como poucos teriam coragem de fazer, embora eu tenha certeza de que a frase imprudente não seria dita  deliberadamente.
Assista o comentário do jornalista Bob Fernandes, sempre cortante,  na TV Gazeta, agora à noite.
É, finalmente, o contraponto na política que o PT desaprendeu de fazer, e que não depende nem anula a composição política necessária ao Governo.

terça-feira, 17 de março de 2015

82% dos manifestantes de domingo votaram em Aécio Neves.

Wanessa Camargo cantando nos protestos ao lado de Ronaldo, ex jogador de futebol. Assim como a maioria dos presentes na Paulista eram eleitores de Aécio Neves

O TEXTO É DA REVISTA EXAME - Comento em seguida

EXAME - São Paulo – Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira traçou o perfil dos manifestantes que foram para a rua no domingo, em protesto contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo o levantamento, 82% dos manifestantes disseram ter votado em Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo a pesquisa, 74% dos que foram para a rua em São Paulo nunca tinham participado de uma manifestação antes. Pelas contas do Datafolha, o protesto de domingo teve 210 mil pessoas. O instituto afirma ainda que 76% dos que lotaram a avenida Paulista no domingo tinham curso superior, e 68% tinha renda igual ou superior a 5 salários mínimos.

Ainda segundo o jornal, o principal motivo de protesto para a maioria dos manifestantes foi a corrupção – 47% foram para a rua contra os desvios de dinheiro público. O segundo principal motivo foi o impeachment da presidente Dilma, que mobilizou 27% dos participantes.

O perfil dos manifestantes foi diferente do encontrado na mesma avenida na sexta-feira, dia 13 de março, quando a Paulista recebeu uma manifestação organizada por CUT, MST e UNE, entre outras entidades.

O Datafolha também traçou o perfil de quem se manifestou nesta data, e encontrou uma maioria de eleitores de Dilma Rousseff -- 71% disseram ter votado na petista no segundo turno das eleições de 2014.

Segundo o instituto, o protesto de sexta reuniu 41 mil pessoas, sendo que 48% participavam de uma manifestação pela primeira vez.

Outra diferença é em relação à renda dos manifestantes. No protesto do dia 13, 62% das pessoas tinham renda de até 5 salários mínimos e apenas 33% recebiam acima deste valor.

Dentre esses manifestantes, o principal motivo para ir às ruas foi protestar contra a perda de direitos trabalhistas -- 25% foram ao ato por este motivo. A reivindicação de um aumento para os professores mobilizou 22% dos manifestantes, e a reforma política, 20%.


Apesar das diferenças, os dois grupos tinham pontos em comum. Segundo a Folha, a democracia foi defendida pelos manifestantes nos dois dias. Ambos também criticavam o Congresso Nacional. Dentre os que marcharam na sexta-feira, 61% avaliaram o Legislativo como ruim ou péssimo. No domingo esse número subiu para 77%.

Não desmereço a validade de muitas das reivindicações do dia 15 de março. O combate à corrupção é uma delas. Mas é bom lembrar o caráter partidário do movimento. Muitos ali não pediam reformas, pediam apenas o impeachment. Uma moça loira e muito bonita ao ser entrevistada por determinado órgão de imprensa disse que tirando a Dilma entraria o Aécio. Desinformação à parte, é preciso lembrar coisas que a grande mídia quer esquecer: as faixas em apoio à ideias fascistas, as manifestações pró-ditadura e as declarações de ódio ao Partido dos Trabalhadores. 

A maioria dos manifestantes era de classe média, não que isso invalide seu ato, são cidadãos como eu e você, embora não necessitem das mesmas coisas que nós, não sejam vítimas dos mesmos preconceitos nem enfrentem as mesmas dificuldades. 

É preciso derrubar o mito de que o povo em geral deseja o impeachment da presidente Dilma. O povo deseja mudanças no rumo do governo, mais transparência e ética e a punição devida aos políticos culpados por crimes de corrupção, e esses políticos estão em praticamente todos os partidos e não apenas no PT. 

Não defendo os malfeitos de alguns membros do partido, mas é preciso que se cobre o mesmo rigor nos julgamentos e na cobertura de outros escândalos. A exemplo do mensalão do PSDB, do aeroporto de Cláudio, da lista de Furnas, do metrô de São Paulo, do helicóptero com quinhentos quilos de cocaína, da compra de votos para a reeleição de FHC, das privatizações, enfim, tanta coisa que foi ou está sendo convenientemente esquecida. 

Se você é contra a corrupção, deve ser contrário a ela em todos os setores, em todos os partidos e na sua vida pessoal. 

No protesto do dia 15 ficaram de fora pedidos de mais saúde, educação, bem estar social, segurança, moradia e a tão esperada reforma política. Nada pelo fim do financiamento privado de campanhas.

Ou seja, as demandas populares não estavam lá.

Talvez pelo principal elemento motivador do protesto, tendo em vista a sua composição.

A maioria queria apenas uma coisa: "tirar a Dilma para pôr o Aécio".

E para isso valia tudo, até a volta à ditadura.

Não podemos caminhar para uma guerra civil porque uma parte do povo não aceita a derrota nas urnas e não reconhece a vontade da maioria.


domingo, 15 de março de 2015

UMA SEMANA QUE PODERÁ MUDAR A HISTÓRIA DESSE PAÍS. REFLEXÃO SOBRE OS PROTESTOS DE MARÇO


13 e 15 de março de 2015 poderão marcar datas históricas para o Brasil. Movimentos organizados em defesa de um país melhor, embora as bandeiras erguidas para isso não flamulem em unidade. 

O comportamento desses manifestantes, uns em apoio, outros em protesto ao governo, forçaram os representantes eleitos a mudarem seu comportamento e a formam como conduzem a política nesse país.

Os que foram às ruas no dia 13 de março defendiam a permanência de Dilma Rousseff na presidência, mas não apenas isso.

Também questionavam a política econômica;
Também exigiam a reforma política;
O fim da corrupção e o julgamento de todos os envolvidos em escândalos.

No dia 15 de março muitos foram às ruas pedir o impeachment de Dilma, mas não apenas isso.

Questionavam a política econômica e a alta taxa de juros;
Também exigiam a reforma política;
O fim da corrupção e o julgamento dos envolvidos em escândalos.

O que preocupa nas manifestações do dia 15 é o sentimento antidemocrático de alguns, que graças a Deus, não são a maioria dos brasileiros. Entre os vários grupos que saíram as ruas no dia 15, há extremistas que pedem a volta dos militares ao poder, consolidando assim um retorno à ditadura. Os revoltados online que espalham mentiras nas redes sociais e alguns proto fascistas.

Ah, e não esqueçamos o ódio ao PT, inflado pela mídia que mais desinforma e manipula que informa. A mesma mídia que pertence a famílias que serão investigadas por manterem contas secretas na Suíça.

Dentro dos dois movimentos há uma pauta que precisa ser discutida no Brasil. A necessidade de uma ampla reforma política, o fim do financiamento de empresas em campanhas políticas e uma política econômica mais organizada e justa, que também taxe grandes fortunas e heranças, não deixando todo o peso do Estado nas mãos dos contribuintes mais pobres.

Os alvos principais do dia 15? Dilma, Lula e o PT, mas não apenas eles. Todos os políticos, de uma forma ou de outra estão sendo cobrados hoje.

Dilma deve se desencastelar, voltar a se comunicar com o povo, refazer as bases populares que sustentaram a sua reeleição e combater a desinformação se quiser reverter a hostilidade que hoje se faz presente em quase todas as classes sociais.

Em resumo: deve ouvir a voz rouca das ruas.

O povo deve continuar cobrando, mas não apenas de Dilma. É preciso que esse mesmo povo cobre dos seus prefeitos, vereadores, governadores, deputados e senadores.

Deve cobrar não apenas do PT, mas de todos os partidos existentes no Brasil. Não se esqueçam do PSDB e o tremsalão, do PSB e do jatinho sem dono, do DEM e seu mensalão, do PP e quase todos os seus deputados sendo investigados, e, claro, do PMDB.

E é preciso se ter cuidado, muito cuidado, com os que pregam a volta da Ditadura.

Não se esqueçam de que o dia 15 de março marcou a volta do poder ao povo.

Nossa história e toda a nossa nação não merece que depois de trinta anos, os torturadores sejam mais uma vez empossados da mesma forma em que o foram em 1964.

Os protestos são sadios numa democracia.

Lembre disso: numa democracia.

Numa ditadura esse seria o último texto que eu escreveria.
Talvez nem o fizesse.

Na ditadura ninguém poderia expor opiniões contrárias ao governo. Nem sair na rua para protestar.

Lembrem disso.


Emerson Luiz

sábado, 14 de março de 2015

SWISSLEAKS FISGA BARÕES DA MÍDIA E JORNALISTAS. CASO DE CONTAS SECRETAS NA SUÍÇA TEM NOMES COMO O DO APRESENTADOR RATINHO, A VIÚVA DE ROBERTO MARINHO E DONOS DE JORNAIS E REVISTAS QUE PERSEGUEM O GOVERNO

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Entre os personagens que mantêm ou mantiveram contas numeradas no HSBC da Suíça estão nomes como Otávio Frias, que fundou a a Folha de S. Paulo, Johnny Saad, dono do grupo Bandeirantes, Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, do Globo, José Roberto Guzzo, colunista e membro do conselho editorial da Abril, Ratinho, apresentador do SBT, e Mona Dorf, jornalista que atua na Joven Pan ao lado de Reinaldo Azevedo; todos alegam que não cometeram irregularidades; presença de barões da mídia na lista também revela seletividade do jornalista Fernando Rodrigues, do Uol, que foi escolhido pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, do qual faz parte, para divulgar o material; afinal, seu empregador, Otavinho Frias, não teve o nome divulgado por ele.

O escândalo Swissleaks, das contas numeradas secretas mantidas na Suíça, fisgou alguns dos mais poderosos barões da mídia brasileira, assim como influentes jornalistas da imprensa nacional.
Na lista vazada por Hervé Falciani, ex-funcionário do HSBC, estão nomes poderosos como Otávio Frias, fundador já falecido da Folha de S. Paulo, e João Jorge Saad, o Johnny Saad, dono do grupo Bandeirantes – ambos tinham contas zeradas em 2007, ano dos registros obtidos por Falciani. A conta de Otávio Frias, depois, passou a apontar seu filho Luís Frias, um dos donos do Uol, como beneficiário.
Outro personagem curioso que aparece na lista é José Roberto Guzzo, ex-diretor de Veja e Exame e hoje conselheiro editorial da Abril, além de um dos colunistas mais mal-humorados da imprensa brasileira.
A lista também fisgou Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, com US$ 12,4 milhões, e Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, da Globo, com US$ 750,2 mil.
A maior soma na lista é a de Aloysio de Andrade Faria, dono da Rede Transamérica, com US$ 120,5 milhões. Depois dele, aparecem Yolanda Queiroz, Lenise Queiroz Rocha, Paula Frota Queiroz e Edson Queiroz Filho, do grupo Verdes Mares, afiliado da Globo no Ceará, com US$ 83,9 milhões. Fernando João Pereira dos Santos, da Rádio Tribuna, do Espírito Santo, mantinha US$ 9,9 milhões.
Além deles, aparece ainda Luiz Fernando Levy, que quebrou a Gazeta Mercantil, deixando um rastro de dívidas tributárias e trabalhistas.
Entre os jornalistas assalariados, além de Guzzo, destaque para Mona Dorf, que apresenta um programa na Joven Pan ao lado de Reinaldo Azevedo, com US$ 310 mil. Arnaldo Bloch, colunista do Globo, também foi correntista do HSBC de Genebra, assim como a família Dines, que, à época manteve US$ 1,3 milhão no banco suíço.
Todos os personagens citados alegam manter contas regulares e declaradas – o que deve ser verificado pela Receita Federal. A divulgação da lista de barões da mídia, no entanto, coloca em xeque o trabalho de Fernando Rodrigues, jornalista do Uol que foi escolhido pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos para receber o material. Não foi Rodrigues quem divulgou o nome de seu patrão, Luís Frias, mas sim os repórteres Chico Otávio, Cristina Tartáguila e Ruben Berta, do jornal O Globo.